Capítulo 4: novas notícias

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— Uaaa! Me solta!

— O que você tá fazendo aqui?

— Estéffano me solta! Me solta se não eu conto pra mãe que você tem outra namorada!

— O QUE?!

O homem largou a menina que caiu de bunda no chão.

— Quem te disse que eu tenho outra?!

— Então você tem mesmo?

— O que?! Não! É claro que não! Não fale nada pra Lise, não quero que ela tenha ideias erradas de mim.

— Não se preocupe, não vou falar, mas só se você me deixar ficar aqui.

Ele olhou com desdenho a criança que de braços cruzados fazia exigências dele. Mas Aurora, com a personalidade que tinha, sempre dava um jeito de fazer o que queria, mesmo que fosse contra a vontade dos outros. 

Assim, ele se deu por vencido.

— Tá bom, tá bom, mas vê se não vai amassar o feno bom.

— Ok!

Então Aurora se deitou no monte de feno de melhor qualidade, exatamente como ele havia dito para não fazer.

— Ah... (suspirou o Estéffano) ninguém pode contigo não é mesmo? Você só faz o que vem na sua cabeça.

O cavaleiro deixou aquilo de lado e se deitou ao lado da menina. Ele não conseguia ser duro com ela, e por isso, a cada ano que se passava ela se tornava mais e mais mandona.

 A roupa dos dois ficou cheia de feno, mas nenhum deles se importava.

— Hahahaha. Viu só como esse é bom pra deitar! É macio! O feno ruim pinica.

— Eu sei... mas eu quero é saber o que eu vou fazer quando meu superior ver isso.

— Desculpa... mas é que às veze eu não consigo me controlar muito.

— Tudo bem...eu acho.

Os dois ficaram olhando o teto do estábulo e ouvindo o relinchar dos cavalos. Ambos já eram acostumados com a companhia um do outro, visto que, naqueles anos, tinham construído uma relação de amigos que ultrapassava a diferença de idades. 

Aurora tinha costume de contar tudo o que tinha dúvida para Estéffano, porque ele não era como sua mãe, que se preocupava de mais com ela. A menina o achava estranho, porque por fora ele parecia sério e duro, tendo um corpo muito musculoso que dava um pouco de medo.

Mas por dentro ele lembrava uma criança confusa.

— Quando você vai pedir a mãe em casamento?

— Ai... esse assunto não é pra criança.

— Mas eu já tenho 5 anos. Eu até já sei me vestir sozinha!

— Por isso mesmo, ainda é muito nova. Vai deixar de ser criança quando se vestir sozinha não for mais uma coisa para se gabar.

— Eu vou fazer 6 logo! E você tá a um tempão gostando dela! Você gosta dela antes de eu nascer!

— Não é tão simples Aurora... sabe, casar envolve muita coisa.

— Eu tô atrapalhando? Você sabe que não precisa ser meu pai se tu se casar com a mãe.

— O que? Eu, eu... olha...não é isso Aurora. Esse assunto... depois a gente conversa tá bom?

— Lá vem "o depois" que nunca acontece...

— Então ao invés de falar disso, porque não me conta o que aconteceu com você? Está imunda!

A Princesa e o DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora