Capítulo 9: sentimentos guardados

342 51 248
                                    

Um buque de flores amarelas, brancas e vermelhas retiradas discretamente dos jardins do palácio central. Eram flores belas, porém simples que formavam um harmonioso buquê. Além disso, adornadas por um laço vermelho, formavam um presente para uma dama. 

A mão que segurava o buquê, apesar de grande e cheia de cicatrizes pelo trabalho pesado, tremiam de nervosismo pela situação que estava por vir. Mas não recuou. 

A armadura brilhante e bem polida, indicava logo de cara uma alta posição no exército recém conquistada. 

Porém, ainda sem nenhum adorno de ouro, ou medalhas, deixava à mostra a inexperiência daquele cavaleiro. 

Pelos corredores em que passava, o jovem general era olhado e cobiçado pelas criadas que viam naquela pessoa, a chance de uma vida melhor. No entanto, seus olhos se focavam em alguém em seu pensamento, que ele procurava pelos corredores. 

Ele andava tão desajeitado que parecia um boneco de lata que acabara que ganhar vida.

Nas últimas duas semanas, o soldado quase não teve tempo para mais nada além de preparar as tropas, tirar suas medidas para mandar fazer uma nova armadura, e treinar tácticas com seu batalhão. 

Todas as atribuições foram lhe passadas de uma hora para outra, visto que seu superior General Jacob, havia sumido. A súbita responsabilidade que lhe caia, pesava tanto quanto a armadura que ele usava.

Aquele era o seu último dia naquele feudo, e a cada passo ele parecia perceber a gravidade disso mais e mais. 

Foi só ao chegar perto da enfermaria que ele pode ver quem ele procurava. Estava agachada limpando o chão ensanguentado com um escovão. 

Seus cabelos presos em um coque, grudavam em sua testa por conta do suor. E sua roupa estava imunda, com manchas de sangue e lama. 

Mas para ele, estava perfeita como sempre foi

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Mas para ele, estava perfeita como sempre foi. Por ela ele iria ao inferno, como estava pronto para fazer. Contudo, ao avistá-la, ficou imóvel onde estava devido ao nervosismo.

Chamando atenção para si pelo simples fato de estar ali parado, na confusão de empregadas e soldados que passavam apressados, conseguiu que colegas dela a chamasse. A donzela, ao vê-lo no novo traje, logo entendeu que aquele homem não era mais um simples soldado. 

Logo foi até ele, com as mãos em preparo para um abraço, mas parou o gesto ao se aproximar. Os dois ficaram em silêncio frente a frente, esperando que alguém desse o primeiro passo. Ao perceber o buquê na mão do cavaleiro, ficou completamente vermelha.

Passados alguns minutos de tensão, o General tomou fôlego e começou a falar. 

— Lise... não, Elisabeth, eu não consigo mais me lembrar quantas foram as vezes que eu pensei em dizer isso para você. Foram tantas que eu nem sei se isso aqui é real. E eu, e eu... aish...

A Princesa e o DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora