Capítulo 15: quando as coisas não são como o imaginado

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Aquilo não podia ser verdade, porque se fosse, algo terrível havia acontecido com Estéffano. Mas os olhares de suas companheiras de trabalho não podiam negar a verdade que as bocas não queriam dizer. E o terrível silêncio só confirmava tudo. 

Lise não pode mais ficar ali engomando as roupas... largou tudo o que estava fazendo e saiu correndo em desespero. Era a primeira vez que ela saia tão descontrolada, e por isso, ninguém se moveu ou foi atrás. 

Talvez o fato de ninguém ser próxima dela fizesse com que ela não tivesse alguém que a acudisse naquela hora. 

Por isso ela correu. Correu o mais rápido que pode enquanto as lágrimas lavavam seu rosto.

Esbarrou em algumas pessoas no caminho, mas nada conseguiu parar ela. 

Suas pernas começaram a doer do esforço repentino, e seus pulmões não davam mais conta, deixando a respiração cortada e agressiva. Então alguém a puxou pelo colarinho das roupas fazendo-a quase cair para trás. 

Era a supervisora. 

— O que está fazendo correndo como um animal pelo castelo? — Disse enquanto franzia a testa em raiva. 

Lise tentou lhe dizer alguma coisa, mas nada saia de sua boca, que apenas se concentrava em puxar ar para compensar a corrida. 

— ME RESPONDA! — Falou ríspida. 

Mas a moça ainda nada pode dizer. E assim, em menos de um instante, a mão da supervisora estralava no rosto de Lise, de forma tão estrondosa que a fez cair de barriga no chão.

— Você anda muito desobediente! Eu tinha esperança em você, mas vejo que foi tudo um engano!

A mulher se preparava para pegar uma cinta e começar a "educar" Lise da forma adequada para aquele lugar. Quando ergueu seu braço segurando a cinta de couro no ar, a balançou como um chicote que logo bateu fazendo um som ouvido por todos os guardas que estavam naquela região. 

Mas Lise não sentiu nada, e de olhos fechado pelo medo, não sabia o que tinha acontecido. Foi só quando os abriu que encontrou às costa de alguém à sua frente. Alguém tinha parado a cinta com as mãos, e enfrentava a supervisora impedindo-a de atacar sua colega. 

A mão vermelha da pessoa que a protegia, tremia da dor, mas não ousava soltar da cinta. 

— O que pensa que está fazendo?! — Gritou a supervisora tentando se desvencilhar da outra. 

— Eu que pergunto o que você está fazendo?! — Respondeu sem medo.

— Estou educando essa daí que parece que perdeu toda a humanidade hoje.

— E o que ela fez para receber punição tão severa? Tu não vê que está fora de si! — Gritou a colega que protegia Lise. 

A supervisora ficou em silêncio, parecendo medir as próximas palavras para poder vencer aquela situação. 

— Você não pode descontar sua vida pessoal nos outros! Tire essa sua má atitude daqui senão todos aqui vão saber da sua vidinha por trás dessa sua cara de sonsa! — Falou a colega que protegia Lise.

Aquilo era o ataque final, porque poucos sabiam da má índole daquela mulher que pelas sombras, era mais suja do que qualquer uma de suas subordinadas. Ela logo se encolheu em si, fechando o rosto, e só então, a colega soltou a cinta que a libertou daquela situação. 

Mas não recuou, se mantendo de pé cara a cara com a supervisora. Não tardou para outras pessoas, como guardas, e serviçais virem ver o que acontecia ali. Por vergonha de que seu segredo fosse de alguma forma revelado, o rosto da supervisora enrubesceu, fazendo-a sair em disparada em outra direção.

A Princesa e o DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora