Aquilo não podia ser verdade, porque se fosse, algo terrível havia acontecido com Estéffano. Mas os olhares de suas companheiras de trabalho não podiam negar a verdade que as bocas não queriam dizer. E o terrível silêncio só confirmava tudo.
Lise não pode mais ficar ali engomando as roupas... largou tudo o que estava fazendo e saiu correndo em desespero. Era a primeira vez que ela saia tão descontrolada, e por isso, ninguém se moveu ou foi atrás.
Talvez o fato de ninguém ser próxima dela fizesse com que ela não tivesse alguém que a acudisse naquela hora.
Por isso ela correu. Correu o mais rápido que pode enquanto as lágrimas lavavam seu rosto.
Esbarrou em algumas pessoas no caminho, mas nada conseguiu parar ela.
Suas pernas começaram a doer do esforço repentino, e seus pulmões não davam mais conta, deixando a respiração cortada e agressiva. Então alguém a puxou pelo colarinho das roupas fazendo-a quase cair para trás.
Era a supervisora.
— O que está fazendo correndo como um animal pelo castelo? — Disse enquanto franzia a testa em raiva.
Lise tentou lhe dizer alguma coisa, mas nada saia de sua boca, que apenas se concentrava em puxar ar para compensar a corrida.
— ME RESPONDA! — Falou ríspida.
Mas a moça ainda nada pode dizer. E assim, em menos de um instante, a mão da supervisora estralava no rosto de Lise, de forma tão estrondosa que a fez cair de barriga no chão.
— Você anda muito desobediente! Eu tinha esperança em você, mas vejo que foi tudo um engano!
A mulher se preparava para pegar uma cinta e começar a "educar" Lise da forma adequada para aquele lugar. Quando ergueu seu braço segurando a cinta de couro no ar, a balançou como um chicote que logo bateu fazendo um som ouvido por todos os guardas que estavam naquela região.
Mas Lise não sentiu nada, e de olhos fechado pelo medo, não sabia o que tinha acontecido. Foi só quando os abriu que encontrou às costa de alguém à sua frente. Alguém tinha parado a cinta com as mãos, e enfrentava a supervisora impedindo-a de atacar sua colega.
A mão vermelha da pessoa que a protegia, tremia da dor, mas não ousava soltar da cinta.
— O que pensa que está fazendo?! — Gritou a supervisora tentando se desvencilhar da outra.
— Eu que pergunto o que você está fazendo?! — Respondeu sem medo.
— Estou educando essa daí que parece que perdeu toda a humanidade hoje.
— E o que ela fez para receber punição tão severa? Tu não vê que está fora de si! — Gritou a colega que protegia Lise.
A supervisora ficou em silêncio, parecendo medir as próximas palavras para poder vencer aquela situação.
— Você não pode descontar sua vida pessoal nos outros! Tire essa sua má atitude daqui senão todos aqui vão saber da sua vidinha por trás dessa sua cara de sonsa! — Falou a colega que protegia Lise.
Aquilo era o ataque final, porque poucos sabiam da má índole daquela mulher que pelas sombras, era mais suja do que qualquer uma de suas subordinadas. Ela logo se encolheu em si, fechando o rosto, e só então, a colega soltou a cinta que a libertou daquela situação.
Mas não recuou, se mantendo de pé cara a cara com a supervisora. Não tardou para outras pessoas, como guardas, e serviçais virem ver o que acontecia ali. Por vergonha de que seu segredo fosse de alguma forma revelado, o rosto da supervisora enrubesceu, fazendo-a sair em disparada em outra direção.
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A Princesa e o Dragão
Fiksi SejarahEm outro mundo, num passado longínquo, os humanos construíram uma sociedade distante da natureza, cercada por grandes e magníficas construções, que enchiam os olhos e o orgulho de quem as visse. Mas, o esplendor escondia o preço que foi pago para al...