Era uma tarde calma e silenciosa, e uma brisa morna descia deixando todos com sede. As folhas das árvores balançavam formando um som relaxante, que embebia a todos com sono. O rio com água límpidas deixava os peixes que passavam ali, descobertos, revelando a cor de cada um.
A grama alta abrigava pequenos pássaros que comiam as sementes pendurados em seus ramos, e eles não se incomodavam com a mulher sentada próximo a eles. Ela tinha o rosto redondo e os cabelos castanhos claro. Seus olhos, também castanhos prestavam atenção em duas crianças que estavam no rio.
Ela desfrutava de um bolo, que ela mesma tinha feito, com seu colega que se sentava ao lado. Ele usava roupas simples, e um capacete de cavaleiro que cobria a face.
— Sem, quem você acha que vai ganhar dessa vez? — Perguntou à mulher ao seu colega.
— Eu acho que Aurora de novo.
— Porque ela sempre?
— Joah ainda não tem segurança em seus movimentos, e mesmo que tenha mais força que ela, não a usa por medo de machucá-la.
— Ele realmente...
— Eu acho que quando ele crescer vai ser um ótimo combatente, mas por enquanto, teremos que assisti-lo tomar uma surra de Aurora. — Comentou Sem rindo baixinho.
Muito tempo havia passado, e aqueles dois tinham se tornados próximos companheiros, dividindo as preocupações que tinham com aquelas crianças. Ela o chamava de Sem, apelido que surgiu do fato dele ser um "sem face". E ele, que havia assumido uma figura masculina, a chamava de Ama, visto que ela não possuía um nome e era a ama de Joah.
No rio, uma menina esbelta, com pernas e braços longos, cabelos loiros e olhos lilás, estava à frente de um rapaz, um pouco mais baixo que ela, que também tinha o cabelo loiro. Os dois pareciam irmãos, e ambos usavam apenas a parte de baixo da roupa, como fazem as crianças quando entram nos rios.
Bom, como os dois eram crianças, não havia o que esconder.
Ele correu pra cima dela, preparando um soco, mas ela desviou e o derrubou na água com um rápido movimento com os pés. Joah se levantou, desviando de Aurora que vinha em sua direção, e depois a acertou em cheio no estômago.
Ela, não parou, e logo depois de ter recebido o golpe, jogou água no rosto do menino, o assustando. Este se desequilibrou, enquanto Aurora dava o golpe final, rendendo-o em com as mãos a um palmo de distância do rosto do oponente.
— Muito bom, muito bom. — Dizia Sem se aproximando deles enquanto batia palmas.
— Mas Joah, você precisa bater mais forte se quiser derrubar Aurora. Viu como ela conseguiu se recuperar rápido porque você economizou força.
— Mas eu não quero bater nela... — Falou Joah se levantando com ajuda de Aurora.
Ambos estavam completamente molhados e se aproximavam da borda do rio para ouvir Sem, que havia se tornado mestre dos dois, ensinando o básico de artes maciais.
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A Princesa e o Dragão
Historical FictionEm outro mundo, num passado longínquo, os humanos construíram uma sociedade distante da natureza, cercada por grandes e magníficas construções, que enchiam os olhos e o orgulho de quem as visse. Mas, o esplendor escondia o preço que foi pago para al...