Capítulo 17: as escolhas

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Aurora correu pelo castelo sem se importar que os outros a vissem, e como saía em disparada, muitos olhares curiosos se voltaram para ela. Alguns gritavam alegando que o fantasma do castelo estava passando, outros, que ainda não conheciam a lenda, apenas desviavam do caminho dela, tentando evitar o contato com a estranha figura.

Mas a garota não se importava com aquilo, porque estava em uma situação onde mais nada importa. Ela queria apenas resolver o problema com aquele feudo que, desde que ela nascera, tentava se livrar de sua existência. 

Logo chegou àquela passagem que levava à floresta proibida, e não hesitou em atravessá-la. 

— GAEL! GAEL! — Gritou andando na direção em que ele sempre ficava.

Mas não precisou alcançá-lo, pois logo ele veio apressado ao seu encontro, visto que era a primeira vez que ela chamava-o pelo nome de forma tão desesperada. Chegou correndo, mas não esperou para retomar o fôlego, e assim se ajoelhou na frente da menina para que pudesse conversar com os olhos na mesma altura dos dela.

— O que houve? — Perguntou ele preocupado.

Aurora segurava com força a barra de suas roupas, e a força ali usada era para se acalmar, porque o que ela segurava na verdade era o seu medo de tudo o que poderia acontecer.

— Eu preciso fugir. — Falou a menina preocupada e sem medir suas palavras.

— Fugir para onde? E por que?

Aurora ficou em silêncio pensando o quanto poderia contar para aquela pessoa. É claro que ela confiava nele, mas mesmo assim, não se sentia segura para falar sobre tudo. Eles tinham um acordo de ajuda mútua, mas mesmo assim, ela tinha estranhos sentimentos por ele, coisas que ela não sabia como explicar, e por isso a assustavam. 

Mas, ele poderia ser a única saída para aquela situação, por isso, ela resolveu ariscar.

— Você não pode me levar contigo? — Perguntou se lembrando que ele tinha lhe dito que não morava por ali. Talvez ir para longe fosse a resposta.

— Te levar comigo? Como assim? E sua mãe...?

— Ela não pode vir junto, porque eu não quero que ela se machuque.

— Tem alguém atrás de você?

—Sim... 

Os dois ficaram quietos, e Gael pensava sobre aquilo, ponderando cada palavra que ela havia dito.

Ele colocou sua mão no ombro da menina, atitude costumeira que tinha quando queria conversar seriamente com alguém.

— Aurora, você me salvou, me ajudou quando eu mais precisava... mas eu não posso simplesmente te levar junto.

— Porque? — Replicou a menina já em desespero.

— Justamente porque você me salvou, eu não posso te colocar em risco... e o lugar da onde eu venho não é bem amigável com humanos. 

— Então você não é humano?— Ela perguntou apenas por curiosidade, mas sabia que ele nunca responderia aquela pergunta de forma direta.

— Você não tem outro lugar para ir? Algum familiar? — Falou Gael como se nem tivesse escutado a pergunta dela. 

A esse ponto, ela já sabia que ele não era humano, e que provavelmente sua espécie não era amigável com homens.

— Não... — Os únicos que ela conhecia eram Estéffano e Lise, e nenhum deles poderia ajudar naquele momento.

Ele soltou um longo suspiro e se levantou. Então ficou a andar de um lado para o outro enquanto coçava a leve barba que tinha aparecido pela falta de cuidado naquele tempo que havia passado ali na floresta. 

A Princesa e o DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora