"Essa terra é velha." – Kana conclui, sentindo-se deslocada e jovem naquele ambiente cavernoso e sombrio. Nunca uma para tirar conclusões com base em seus sentimentos, foi surpreendente que aquele pensamento fosse acompanhado de uma convicção inabalável.
Há uma certa vibração no ar, um algo de perigoso e adormecido que somente agora a jovem se apercebeu. Ela não foi a única. Os dois garotos Uchiha haviam se acalmado o suficiente depois do colapso e o bebê estava ocupado puxando o seu cabelo negro, tentando comê-lo.
— E agora? – Riki questiona em um sussurro, os olhos negros arregalados e a postura inquieta. Katsuo é mais retraído, mas mesmo ele parece se esforçar para ficar imóvel e alerta. Há uma pungente sensação de estar sendo passivelmente observado, o que era desconcertante porque Kana podia não ser um ninja sensor, mas ela tinha certeza que não havia nada ali. Nada além da própria natureza.
A adolescente estreita os olhos, analisando pela fenda de entrada da caverna a noite estrelada e pondera os riscos que ela pode correr. Em uma situação ideal, ela não se separaria das crianças em território hostil e desconhecido, mas ela precisava encontrar urgentemente uma fonte de alimento e água. Kana se ajeitou, tirando o bebê de seu colo e a colocando no chão. A criança tateou o solo e engatinhou um pouco.
— Eu vou explorar um pouco mais. Não saiam.
Estava distante, mas Kana pensou ter visto pássaros indo em direção a oeste mais cedo; deve haver pelo menos algum rio e mais biodiversidade por lá.
— O quê? V-você não pode nos deixar! – Riki a olhou, apavorado, lançando-se para a garota em um abraço. Katsuo rapidamente concordou, agarrando o braço de Kana.
Kana piscou com surpresa diante do contato físico repentino e ainda mais com o apego que as crianças estavam demonstrando. Desconfortável, ela fica imóvel, achando tudo muito estranho e não sabendo muito bem como reagir. Ela não se lembrava da última vez que tinha sido abraçada, se ela tinha sido abraçada.
— Eu tenho que ir. Precisamos de comida. Principalmente a garotinha.
Kana estimava que o bebê estivesse umas oito ou nove horas sem comer ou beber água. Um bebê civil aguentaria dezesseis horas, um com um pouco mais de reservas chakra poderia até conseguir aguentar por 24 horas. Ela não arriscaria.
— E se aparecer algum inimigo? E s-se ele nos achar?
Kana se desvencilha do abraço o mais gentilmente que consegue e aperta o ombro dos dois garotos no que ela esperava ser reconfortante. Ela olhou a espada e entregou ao garoto. Levar a Katana poderia ter sido mais eficiente, mas as crianças precisavam mais. Ela conseguiria lutar sem armas, se fosse preciso.
— Se aparecer um inimigo, corram. Se a luta for inevitável, use a katana. Se vocês estiverem para morrer, use seu sharingan.
— Mas você disse que eu não posso usar chakra ou ficaremos presos aqui.
— Eu sei. Mas vivo e preso aqui é melhor que morto. E sobre Itachi... ele não vai conseguir vir até aqui. Pular entre dimensões não é algo comum... Ah. O bebê está chorando. Segure ela assim e tente acalmá-la. Até.
As crianças observaram enquanto a silhueta da mais velha se desvanecia e nem o lamento do bebê conseguiu distraí-los da preocupação e do medo. Sem ela, eles estavam completamente vulneráveis e sozinhos.
Katsuo segurava desajeitamento o bebê.
— Ei, você sabe o nome dela?
— Não. Mas que tal Raijin?
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Beyond Duty and Blood
FanfictionExiste uma nova criatura perigosa na Terra-Média. Legolas sabia que não era sábio procurar ser amigo de algo tão perigoso. Mas, novamente, também não era sábio para um elfo se tornar amigo de um humano e lá foi ele e o fez de qualquer forma. Então...