O sangue dos inocentes

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Notas da autora:

-O-lá! Gente, muito obrigada pelos votos e por estarem acompanhando a fic, estou tão feliz! Achei que só a versão em inglês ia ter leitores, mas fiquei surpresa com a quantidade de gente lendo do meu querido país! 

Bem, queria me desculpar pela demora. Estou estudando para um concurso e a prova vai ser esse mês, então eu estava muito focada para ter tempo de escrever como gostaria. Depois da prova eu tentarei postar mais frequentemente!

Boa leitura!

*

Ela vai morrer, Katsuo pensa, seus olhos se enchendo de lágrimas abraçando o corpo febril de Kana. É tudo muito confuso, porque eles veem a ferida e parece tão inócua, pouco mais que um arranhão, mas então o arranhão se tornara negro e não parava de sangrar, pouco mas constantemente, não importa o que eles fizesse. Quando o segundo dia chega e a ferida parece pior, ele já estava completamente desatento para seu entorno e outro ataque de orcs e wargs os encontrou. Ele ainda teve um momento para xingar o quanto de orc existia nesse universo, porque parecia que eles se multiplicavam como piolhos.

Katsuo sente medo, porque há muitos deles e Kana está doente e os gritos de Eiko não ajudam. A adolescente, que havia se tornado sua guardiã nesse estranho mundo, matava, cortava e desmembrava tudo que se aproximava muito deles, mas Katsuo sabe que sua situação só está piorando e aquilo o apavora mais do que os orcs. Ele faz o que pode e seus meses de treinamento e disciplina imposta por Kana se mostraram essenciais. Ele ainda não era ótimo na ofensiva, nem ele nem Riki, e Kana havia incutido neles a faceta "resistência e velocidade primeiro", então eles lutaram e resistiram.

E eles resistiram muito bem, o menino pensa com uma ponta de orgulho, porque nem ele e nem Riki estão mais do que com hematomas, desgrenhados e suados. Mas a satisfação dura pouco o notar o corpo cambaleante de Kana cair de cara no chão sem cerimônia.

Kana, como ele temia, estava pior. Ela parecia ter lutado por pura força de vontade e agora ela parecia dolorosamente pálida e moribunda. Não era apenas o arranhão com veneno, mas vários cortes e lesões e "Oh, Deus, sua perna!" - Katsuo pensa, alarmado, aquele pedaço da anatomia dela em um ângulo estranho e definitivamente quebrado.

Raijin geme de dor ao lado de Kana, um pedaço de sua orelha que parecia ter sido rasgado por dentes.

Pequena Eiko está encolhida respirando de forma supercial, balbuciando de forma ininteligível e horrorizada.

Riki, seu primo, seu irmãozinho, olhava para o novo cemitério de orcs e wargs, com a expressão vazia.

Kana ia morrer porque eles não tinham ideia de como consertá-la e nenhum chakra nesse mundo maldito.

E a culpa é dele.

Um soluço quebrado escapa de Katsuo então e sua angústia é tão grande que ele não nota as aranhas até que seja tarde demais.

"Vamos todos morrer." É seu pensamento e ele se pergunta brevemente se encontraria seus tios nas Terras Puras. Ele nunca havia pensado muito no que vinha depois da morte, mas se seus tios estavam certos, então havia um lugar muito bom e bonito, com todos aqueles que ele amava.

Mas não, eles não morrem. Ao invés disso, são as aranhas que morrem, destroçadas por uma figura animalesca com pelo menos o seu tamanho.

Primeiro, ele pensa que é Raijin, mas então percebe que é grande demais para ser Raijin e que o lobo estava bem ali de seu lado. Os pelos daquele são marrons - um tom bastante escuro, mas ainda assim marrom e não negros, e seus olhos de um tom que se parecia mais com o dourado de ouro do que o âmbar caramelizado de Raijin.

Beyond Duty and BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora