O Preço do Ouro

80 10 0
                                    


Avisos! Esse capítulo contém palavrões, menções de violência sexual e violência gráfica. Prossiga por sua conta e risco.

*

"Puta merda". O anão pensa, derramando o prato com comida quente no exato momento em que seu querido primo entra com a sutileza de um Oliphante.

— Düin, seu desgraçado sortudo! Você não vai acreditar! Encontrei os idiotas humanos do mago, e eles estavam conversando sobre os Olhos-Vermelhos! Finalmente deram mais descrições! E está na sua cara esse tempo todo!

— Primeiro você vai limpar isso, seu merdinha. Segundo, eu saberia se visse alguém com os olhos vermelhos, não sou tão velho que esteja cego, raios te partam!

O outro lhe ignorou, um sorriso largo que não se desfazia nem diante da carranca dele.

— A recompensa aumentou! Agora mesmo o líder dos Selvagens está a caminho com nosso ouro, Düin! Vamos ficar podre de ricos!

— Que diabos, Nór, quem está a caminho do quê, seu estúpido, eu não sei onde estão os Olhos-Verme...

— As crianças, Düin! São as crianças! O fedelho que você pegou de aprendiz, os humanos que encobrem o rosto! São eles!

"O quê?" O anão pensa, uma bolha de confusão e pânico lhe percorrendo. Ele não dá atenção ao balbucio animado de Nór, tudo que ele consegue pensar é...

— Não.

Nór se acalma, encarando-o de forma confusa.

— Mas, Düin...

— Não. Eu não vou entregar eles.

O seu primo lhe fita, apreensivo e então com raiva.

— Bem, então. Eu vou.

— Que diabos, Nór! Se vo ...

— Se eu não voltar com uma localização para aqueles mercenários, eles vão me matar. E então, eles vão encontrar os Olhos-Vermelhos e vão ficar com a recompensa, de qualquer forma.

— E quem garante que não é exatamente isso que eles vão fazer, mesmo que você dê a localização?

— Contrato vinculado por magia. Selo do Branco e tudo. – Nór sorri, triunfante.

O anão se senta na cadeira, comida derramada esquecida, pensamento e emoções em espiral.

— Não seja ingênuo, primo. – Nór disse, suave, colocando uma mão no ombro dele. – Vamos pegar a recompensa. Não precisaremos mais passar por necessidades. Você pode finalmente voltar para Auderiana e dar a ela a vida que ela merece. Você não sente falta? De nosso lar? Nossa família está passando por tanta humilhação só para sobreviver. Não dá nem pra gastar dinheiro num puteiro de qualidade, caramba! Nossas roupas são uma merda, a comida, só do mais barato, o tratamento da vó também, os remédios estão cada vez mais caros... o dinheiro simplesmente não dá ! Mas com esse ouro...

Düin suspira, fechando os olhos.

"Não era isso que você queria, Düin? O ouro está diante de você, basta fazer a escolha! Além disso, Nór não sobreviveria se falhasse com os mercenários..."

Negar a localizaçã era o mesmo que pedir para Nór morrer. E Nór era família.

Orion, Minastir e Elaine... não.

*

Caramba, mas aquele estava sendo um dia de merda. Ela suspira, tremendo de frio com o vento e a água que cai nela, pensando em como a primeira semana de Katsuo usando o Mangekyou tinha sido um desastre absoluto. Pelo treino que eles fizeram ao longo desses quase dois anos, o garoto já havia dominado as técnicas básicas e estava no nível de um genin avançado, talvez um chunin inexperiente se ela estivesse sendo generosa. O sharingan certamente havia ajudado, mas agora que eles passaram a testar com o Mangekyou sharingan? Ele tinha um surto toda vez que ativava o Mangekyou Sharingan. Toda. Maldita. Vez. Como ela deveria treiná-lo a usar seu Mangekyou se ele não conseguia nem respirar direito quando o ativava?

Beyond Duty and BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora