Cidade dos Mortos

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Katsuo deveria estar feliz. Ele conseguiu usar seu Magenkyou Sharingan e está em Konoha – está em casa , embora com o passageiro errado. Ao invés disso, tudo que há é nervosismo e medo.

Um focinho molhado cheira sua mão e o lambe; Raijin o olha com aqueles brilhantes e inteligentes olhos, e Katsuo fica visivelmente mais relaxado pelo conforto que o lobo oferece. O Uchiha passa a mão por seus pelos negros, refletindo que ele teria que dar um banho no animal em algum momento em breve já que havia crostas de sangue seco nele.

Ele está agradecido pelo silêncio repentino de Boromir, caminhando pelo santuário dos Uchihas; a única vez em que ele esteve aqui foi ao se esgueirar para fazer uma brincadeira com seu tio. Na época, havia sido um lugar de paz, um local que ele sabia que estaria assim que se tornasse alguém importante no clã.

O jovem circula pelo santuário, uma voz baixa explicando brevemente ao seu companheiro forasteiro sobre onde eles estavam.

— Estamos no santuário do meu clã. É onde guardamos registros de nossos ancestrais, técnicas e relíquias passadas. Quando estávamos para ser mortos, pensei que gostaria de ir a um lugar que me desse paz, um lugar seguro... Esse lugar me veio à mente, então. Mas não é como me lembro. Acho que só tive essa impressão porque estava com meu tio e porque significava...significa...? – Katsuo hesita. – hm, significa muito poder entrar e sair deste lugar, no meu clã.

"Ele não pode ter matado todos." – Pensa, embora fique com náuseas e não faça nenhum movimento para sair do Santuário e ver por si mesmo no clã se aquilo era verdade.

Boromir fica quieto, enquanto escuta seu jovem companheiro, um desconforto crescente ao estar naquele local cavernoso e mal iluminado. Havia tochas com símbolos gravados, que iluminavam o lugar e o cheiro era úmido, terroso e Boromir não tinha ideia de como alguém poderia se sentir seguro ou em paz em um local assim.

Há algo de errado ali. E não é só por conta do odor de terra, mofo e cobre, nem a iluminação ruim. Ele vai até uma das prateleiras, seguindo Katsuo, que começara a explorar, com a fera à frente, o lugar.

Ele deixa que Katsuo abra os pergaminhos – até faz uma tentativa de ler os escritos, embora sem sucesso, pois está uma língua estranha – sua apreensão dissolve um pouco quando Katsuo explica algumas histórias por trás das técnicas e das ferramentas que eles encontram. Ele está particularmente impressionado com os pergaminhos de armazenamento, que Katsuo retirou o que ele chamou de "tanto" e "katana", além de outras armas estranhas (um leque gigante incluso. Como alguém usaria um leque gigante como arma, Boromir não tem ideia, mas ele não vai insultar a cultura do pirralho problema).

Mas quando o tempo passa e ele percebe que Katsuo está evitando sair, Boromir não se contém mais.

— Deveríamos descansar. Seu clã terá acomodações para nós.

— Sim. Deveríamos. – Katsuo concorda, suspirando e mordendo os lábios. Depois de guardar consigo alguns pergaminhos, ele volta para a entrada do santuário, colocando a mão na pedra e engolindo em seco.

As memórias de Itachi matando seus parentes passou por sua mente e ele tirou a mão da pedra, balançando a cabeça e dando um passo para trás.

— Eu – eu não consigo. Não dá, não...

— Katsuo, calma. Estamos bem, pirralho. – O gondoriano diz, colocando uma mão em seu ombro, dando-lhe um olhar preocupado. O Uchiha se sente envergonhado, desviando o olhar, prendendo a respiração e novamente ficando diante da pedra de entrada. Ele coloca a mão e fecha os olhos, sentindo seu chakra fluir e se espalhar, ativando o selo para sair do local através da confirmação por chakra de que ele era um Uchiha.

Beyond Duty and BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora