Regras de um Governante

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Notas da autora:

Eu não sou boa em cenas de ação/luta. Por favor, tem paciência comigo?

Em outra nota, Legolas finalmente reaparece! E o Conselho está para acontecer! E, pasmem, mas as coisas vão realmente "andar" mais rápido a partir de agora.

*

O aroma agradável e calmante do chá envolve a biblioteca e Kana agradece a xícara que lhe é oferecida com um silencioso acenar de cabeça, embora não o leve aos lábios até que sua companhia tome o primeiro gole. Erestor franze o cenho, ofendido, mas não fala nada. Elrond a fita com um toque de repreensão e decepção.

— Você já está aqui há duas semanas, lady Kana. Não é tempo o suficiente para perceber que ninguém aqui tentará envenená-la? Não lhe desejo mal, senhorita, e nosso povo não paga com injustiça as boas ações que tem nos feito.

Kana pisca rapidamente, surpresa e olha para a xícara.

— Uh. Não acho que vão me envenenar. Força do hábito, eu suponho. Não quis ofender.

Elrond a examina atentamente, um vinco entre as sobrancelhas.

— Por que isso é um hábito? Você já foi envenenada?

Ela dá de ombros e se sente desconfortável com a troca de olhares preocupados entre os três, principalmente quando eles estavam no meio de lhe dizer as novas informações sobre os movimentos do mago ou de Sauron – que eram reconhecidamente escassas, mas era algo. Discutir quantas vezes ela já foi envenenada parecia ridículo numa situação dessas.

— Charneca Etten? – Ela apontou para o mapa na mesa, em uma tentativa de voltar ao assunto em questão. O movimento naquela área estava cada vez maior, segundo os filhos de Elrond.

— Kana. – Gandalf disse seu nome, sério, pedindo mais detalhes sem perguntar. A adolescente bateu o dedo indicador na mesa, nervosa e um pouco repreendida, como quando a matrona do orfanato chamava a atenção, ou quando o sensei a corrigia nos dias de academia, ou até como quando o hokage adivinhava que ela não tinha incluído seus ferimentos nos relatórios da missão para evitar ir ao hospital.

— Olha, é normal, eu sou uma ninja, envenenamento, traição, tortura estão fadados a acontecer em algum momento, então claro que eu tive que ... Uh. Por quê eu estou me explicando? Vocês... vocês... precisam parar com isso. – Kana resmunga, gesticulando para eles de forma desajeitada.

"O quê está acontecendo comigo? Não lhes devo explicações."

— Parar com o quê? – Erestor, aquele elfo que sempre parecia secretamente cuidar de Eiko quando Kana estava fora de vista, questiona. "Eri" (como Eiko gostava de lhe chamar) que, por acaso, estava olhando Kana com tanto cuidado e preocupação quanto se fosse a própria Eiko ao ter um de seus ataques de pânico. A Uchiha se pega pensando na pergunta de Erestor com algo como confusão e frustração, pois ela também não tem certeza.

"Parar com o quê, de fato? De se intrometer? De me olhar desse jeito? De parecer se preocupar?"

Ela suspira, irritada com o mago, com os elfos e consigo mesma porque, apesar de não dever nenhuma explicação à ninguém, quando eles a olhavam assim, principalmente quando Gandalf dizia seu nome daquela forma, ela sentia que deveria se explicar. Ela nunca se sentiu assim antes. E isso lhe dava medo.

— Nada. Podemos, por favor, continuar com os relatórios?

Erestor parece estar pensando em insistir, bem como Gandalf, mas Elrond levanta uma mão e os detém, voltando a falar sobre as informações ao Norte de Valfenda. Havia rumores de espectros chamados "Nazgûl" também, o que deixara os três muito ansiosos.

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