A Exceção às Regras

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Kana tinha o encaixe perfeito para se recostar a cabeça, Eiko pensa, sonolenta com mais uma das intermináveis reuniões que Kaa-chan os companheiros de missão dela. Sério, Eiko não sabe como a cabeça deles não doía de tanta coisa que era dita – e aquele zumbido irritante que vinha do Fro lhe deixava com enjoo, mas ela tinha que ficar perto de Kaa-chan...

— Ela dormiu de novo? – A voz agradável de Lelé soa ao fundo de sua consciência.

— Quase. – Kana murmura, afagando seus cabelos. A Uchiha mais velha vê o olhar gentil no rosto do elfo e inclina a cabeça com um sorriso suave. – Quer segurá-la, príncipe?

O loiro fica surpreso; Kana geralmente nunca deixava Eiko com outra pessoa além de Erestor e Glorfindel, principalmente quando ela estava carregando a criança. Ele assente, estendendo os braços com uma expressão ansiosa e, na opinião de Kana, adorável.

— Mnmmnnn... - Eiko resmunga em seu estado quase adormecido, sendo rapidamente acalmada com as palavras élficas que saíam de Legolas de forma rítmica e musical.

"Uma almofada substituta tolerável." – Eiko reflete sobre Legolas, perdoando Lelé por tirá-la do colo de sua Kaa-chan e entrando no mundo dos sonhos, em um lugar ainda mais bonito que Valfenda e com adultos que pareciam elfos, mas eram ainda mais bonitos.

*

O tempo passou muito rápido para a pequena Uchiha. Logo, sua Kaa-chan partiria e as únicas coisas restantes que agora ela tinha eram os dois pergaminhos que Kaa-chan deixou "em caso de emergência" e uma arma chamada "kunai" que Kana tinha encomendado quando eles estavam em Esgaroth. Nem Eri conseguia separá-la da arma, para a diversão secreta de Eiko, que achava as caretas do mais velho a coisa mais engraçada. Mas Glorius a entendia e até prometeu que ia ajuda-la quando Kaa-chan fosse embora.

"O que é hoje." – Ela pensa, triste, e se surpreende com a voz de Halleth a falar com ela.

— Parece que minha amiguinha está com muitos pensamentos hoje. – A elfa diz, fitando com curiosidade a criança deitada.

"Hally fica muito linda com as coroas de flores." – Eiko pensa distraída, vendo a elfa encostada na árvore.

— É que... Kaa-chan vai embora hoje. – Eiko diz suavemente. – Eu sei que ela precisa ir, mas eu não quero que ela vá. E se ela nunca mais voltar para mim? E se ela encontrar Kaka-nii e Riki-nii e depois eles decidirem que não precisam de mim? Porque eu não sou uma ninja igual eles, nem sou forte, nem posso ajudar em nada. E se eles morrerem? E se eu morrer antes deles chegarem? E se eles esquecerem de mim?

— Ah, Eiko. – Halleth suspira com gentileza, trazendo-a para seu colo e a abraçando (porque os humanos tinham esse desconcertante hábito, e, em particular, Eiko parecia uma humana bastante física). — Sua família não vai esquecer de você e eles certamente vão voltar para você, querida. Não importa para eles se você não é "forte" como eles – eles te amam da mesma maneira. Além disso, cada um de nós é especial e tem um talento único; não te faz menor só porque não tem as mesmas habilidades que outros, viu?

— Mnnn... – Eiko murmurou, sentindo o coração da elfa bater lentamente, reconfortada pelas palavras de sua amiga.

Quando a noite chega e Kaa-chan vai embora, Eiko está pronta para se despedir.

*

Ela não chora. Porque ela é uma garota grande agora, e ela não quer ver Kaa-chan triste e se ela chorasse, era isso que Kaa-chan ficaria. Então ela fica completamente séria e determinada ao abraçar pela última vez em algum tempo Kana.

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