É a missão mais pacífica que ela já fez. E, por Kami, se não era ridiculamente lenta. Já estavam havia duas semanas na estrada, e eles estavam em uma cordilheira baixa, coroada por antigos azevinhos eram de um verde acinzentado. Ela escuta como Gandalf encoraja o resto da Sociedade, dizendo que ele estavam se saindo bem e como o caminho que eles iriam seguir chamava-se Vale do Riacho Escuro. O anão parece decididamente empolgado com isto, por algum motivo. Kana contemplou os dois tópicos de conversa que tinha agora – um sobre Azevim, o local onde eles atualmente estavam, e outra sobre esse Kheled-zâram que o anão parecia tão entusiasmado.
— Se subirmos pela passagem que chamamos de Passo do Chifre Vermelho, sob a encosta mais distante de Caradhras, desce remos através da Escada do Riacho Escuro, chegando ao vale dos Anões. Ali fica o Lago-espelho, e naquele ponto o Veio de Prata jorra em suas nascentes congeladas.
— Escuras são as águas de Kheled-zâram — disse Gimli —, e frias são as nascentes de Kibil-nâla. Meu coração estremece quando penso que posso vê-los em breve.
— Acho que vamos descansar aqui, não só durante o dia, mas também de noite. Existe um ar benfazejo em Azevim. Muita maldade precisa ocorrer numa região antes que ela se esqueça dos elfos, se alguma vez foi habitada por eles.
— Isso é verdade — disse Legolas. — Mas os elfos dessa região eram de uma raça estranha a nós, o povo da floresta, e as árvores e o capim não se recordam deles agora. Só escuto as pedras lamentando por eles: escavaram-nos das profundezas, moldaram-nos em formas belas, construíram-nos em edifícios altos, mas se foram. Eles se foram. Partiram em busca dos Portos há muito tempo.
A Uchiha quer muito perguntar sobre esses Portos. Ela havia ouvido brevemente sobre isso quando estava em Valfenda e até durante o encontro com Námo, mas ainda gostaria de saber mais. Principalmente porque havia deixado o príncipe com um ar melancólico.
"Posso perguntar sobre isso depois, em particular." – Ela pensa, um pouco de nervosismo e felicidade se acumulando sempre que ela pensa em passar um tempo na companhia do elfo.
"Agora, no entanto, quero saber por que o anão parece tão empolgado."
— Você pode me explicar sua alegria com este lugar? Ainda sou pouco versada em lugares importantes da Terra-Média. – Kana pede, curiosa e o anão a olha em surpresa. Muitas vezes, os membros esqueciam-se de sua presença, de discreta que era a mulher. O ruivo, apesar de sua cautela com a estranha figura, ficou satisfeito com sua pergunta e explicou como era um lugar considerado sagrado aos anões.
— Na Primeira Era , Durin, o mais velho dos Sete Pais dos Anões , vagou pelo vale de Azanulbizar e viu em um pequeno lago parado um reflexo de si mesmo portando uma coroa de sete estrelas, um reflexo da constelação que se tornaria conhecida como Coroa de Durin. – O anão começa a explicar e Kana se aproxima, ficando ao seu lado. O anão percebe, é claro, que isso significa que ela está pelo menos tentando se envolver um pouco mais com a Sociedade, de forma sutil, como ele estava começando a entender que ela era. – Por causa desse sinal, Durin escolheu construir seu grande salão nas montanhas acima daquele vale, mas depois disso, apenas ele pôde ver seu reflexo no lago.
Kana presta atenção à história que o anão desenvolve, refletindo interiormente em como, desde que pousou na Terra-Média, havia encontrado bons contadores de histórias e que cada uma deles parecia cheia de significado e valor. Sua favorita ainda era a da Criação, quando Gandalf falava sobre tempos de antes da Terra-Média existir.
"Falando em histórias..."
— Legolas. – Ela sussurra, caminhando ao seu lado, observando o perfil dele com curiosidade.
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Beyond Duty and Blood
FanfictionExiste uma nova criatura perigosa na Terra-Média. Legolas sabia que não era sábio procurar ser amigo de algo tão perigoso. Mas, novamente, também não era sábio para um elfo se tornar amigo de um humano e lá foi ele e o fez de qualquer forma. Então...