Regras de um Shinobi

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Glorfindel estava atrasado. Ele só se atrasava quando se metia a tentar apresenta-la a um dos impressionáveis elfos que a haviam visto usando suas habilidades contra os Nazgûl. Ela estava empoleirada em uma das árvores, as folhas alaranjadas de outono caindo, quando seus olhos ônix viram os dois elfos loiros. Kana se viu momentaneamente comparando ambos os tons de dourados dos elfos; ela achava interessante poder dizer que os dois tons lhe lembravam ao sol, ainda que de formas diferentes.

Glorfindel tinha um dourado radiante, com os tons mais quentes de um dia de verão, algo como luz do sol líquida, se isso fosse possível.

Já Legolas tinha em seus cabelos algo dos raios mais suaves do alvorecer de um dia cinzento, como ouro nobre derretido.

O engraçado era que o mesmo poderia ser dito sobre as personalidades deles: Glorfindel, alegre e vibrante como um dia de verão e Legolas, sereno e gracioso como o amanhecer.

Kana se mantém, imóvel, enquanto ouvia a voz agradável deles naquela linguagem muito bonita que ela estava entendendo cada vez melhor.

—... só estou avisando para não criar expectativas. Lady Kana se mantém muito reservada e todas as tentativas de apresentá-la a alguém ela some de vista. Literalmente.

— Eu sei. – O outro loiro assente um sorriso plácido no rosto.

Glorfindel fitou o príncipe, uma sobrancelha arqueada enquanto eles se aproximavam.

— Você já ouviu falar dela antes de chegar aqui, príncipe?

"Príncipe?"- Kana pensa, surpresa com a nova informação.

— Algo assim.- Ele respondeu, olhando ansiosamente para cima, procurando-a. Kana havia propositalmente se colocado em um genjutsu, curiosa para ver se o arqueiro de Mirkwood conseguiria reconhecer sua presença.

— Como eu disse, costumamos treinar aqui algumas vezes por semana. Ela sempre está aqui antes de mim, no entanto. Não sei como ela faz isso, mas toda vez que trouxe alguém, ela não aparece.

Glorfindel diz, em tom apologético. Kana estuda a expressão concentrada do arqueiro, que focou o olhar na árvore em que ela estava. Ele abre os olhos, e ela se distrai com o azul celestial por um segundo a mais do que o adequado.

— Kana? – Ele questiona, tirando-a de seu torpor. Deveria incomodá-la que ele tenha notado, mesmo que ela não estivesse se esforçando para não ser notada. Surpreendentemente, ela não se sente particularmente incomodada que ele saiba onde ela está.

Kana desfaz o genjutsu, e caí de pé, bem diante dele, alguns centímetros o separando.

"Opa. Muito perto." – Pensa, um pouco envergonhada, dando um passo para trás discretamente.

— Legolas. – Kana o cumprimenta, movendo a cabeça para olhar seu rosto, já que ele era mais alto que ela.

— Vocês são amigos? – Glorfindel indaga curioso, porque eles se chamam pelo primeiro nome com familiaridade e, além disso, é a primeira vez que ela parece vagamente receptiva a algum outro elfo que não fosse ele mesmo, Erestor, Halleth e Elrond.

— Conhecidos amigáveis. – Kana diz e percebe o adorável beicinho que o Legolas faz.

— Por enquanto. Tenho toda intenção de cumprir o que disse da última vez que nos encontramos.

Ela sorri detrás da máscara ao ver o elfo obstinado em sua tarefa auto imposta de se tornar seu amigo e decide que tentaria facilitar para ele. Afinal, ele havia lhe salvado a vida uma vez, e Eiko absolutamente adorava o elfo.

Beyond Duty and BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora