Capítulo 3 - Uma faísca de esperança

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Ela rapidamente voltou para a cama e se ajeitou, tentando entender o que foi aquele sonho estranho que teve. Talvez uma bagunça das imagens do livro com algo que a sua mente produziu aleatoriamente. Devia ser isso, mas não era essa a exata sensação que ela tinha.

Não demorou muito para que ela voltasse a dormir, ignorando seus pensamentos.

[...]

Alguns dias depois...

O restante daquela semana se passou e Naomi não conseguia esquecer do sonho que havia tido. A lembrança estava bem viva em sua mente e ela tentou captar algo dali, um sinal ou uma premonição de algo que estaria por acontecer, desistindo da ideia pouco tempo depois ao se dar conta de que estava se preocupando muito com algo relativamente insignificante.

Afinal, era apenas um sonho. Certo?

Bom, tais pensamentos foram dispersados naquela manhã com uma notícia. As garotas mais velhas estavam em seu quarto, fazendo mais algumas atividades de sua escola, quando uma das mais novas, a pequena Amy, chegou no quarto esbaforida e com um enorme sorriso em seu rosto.

Amy:Meninas! Meninas! — Amy gritou e correu até a cama das garotas. A pequena estava nitidamente muito animada.

Naomi:O que houve, Amy? — Naomi fora a primeira a perguntar, atraindo a pequena Amy até a beira de sua cama.

Amy:A diretora Eliza pediu pra eu avisar pras todas as meninas que um casal vai vir nos visitar hoje a tarde — a pequena comentou com um brilho de esperança em seus olhos — quem sabe eles não escolham vocês. Bom, eu sentiria uma saudade muito grande de vocês, desse tamanho — a garotinha abriu bastante os braços, o que fez as outras rirem de seu jeito adorável — mas também ficaria feliz de vocês terem um papai e uma mamãe.

Naomi, Kaira, Elora e Layla apenas se entreolharam sem dizer nada, alimentando um desejo de voltarem a ter a idade de Amy. Sem preocupações, sem problemas com a vida adulta batendo em suas portas e com a esperança ainda viva de que poderiam ser adotadas e ter uma família de verdade.

Elora:Quem sabe, não é pequena? Mas também seria bom se você fosse escolhida — Elora abriu os braços e chamou Amy para um abraço, a mesma aceitou prontamente e correu até a morena — você é uma menina muito boa — ela beijou sua testa e Amy sorriu ainda mais com o carinho.

Naomi:Você já avisou as outras meninas? — a pequena fez que não com a cabeça — então vá, temos que nos preparar pra essa visita.

Amy:Tá bom, eu vou! — Amy deixou o quarto saltitante, o que causou um leve riso coletivo as garotas.

Kaira:Que saudade de ter a idade dela... — Kaira comentou enquanto ainda encarava a porta, seus olhos estavam ali, mas a sua mente lhe carregava para um momento distante — além de não termos tantas preocupações, ainda tínhamos esperança... — aquela última citação mexeu não apenas consigo, mas com todas as outras.

Bom, isso era verdade no final das contas.

Layla:É complicado, Kaira — Layla foi até a cama de Kaira e se sentou ao lado dela — nós crescemos e... temos de aceitar que os casais que vem aqui não nos escolhem mais... — Kaira se encolheu ainda mais na cama e Layla rapidamente a abraçou — mas não fique assim, vamos ficar felizes e comemorar se alguma das meninas for adotada. Ok? — a ruiva encarou Layla e deu um meio sorriso.

Elora:Se você quiser, eu posso te pagar um sorvete depois com as minhas economias — Elora propôs e Kaira sorriu um pouco mais.

Kaira:Eu vou cobrar, heim? — todas riram e Kaira esboçou um sorriso genuíno — vocês são demais, obrigada.

Naomi:Abraço em grupo? — Kaira puxou Naomi para um abraço e Elora e Layla se juntaram a ele, se apertando o máximo que podiam.

[...]

Todas as garotas aguardavam ansiosamente na sala de estar, devidamente arrumadas para a chegada do casal que viria conhecê-las e, quem sabe, adotar alguma delas. Até o quarteto das mais velhas se arrumou bem hoje, prenderam seus cabelos e coques bem arrumados e usaram do melhor perfume que tinham. Afinal de contas, não era só porque tinham uma minúscula chance de serem adotadas que estariam de qualquer maneira na visita.

De repente, os portões da casa são abertos e Eliza entra com o casal, um homem alto, moreno, olhos castanho claros e um sorriso terno e gentil, ao seu lado uma mulher baixa, loira, olhos claros e uma expressão tranquila com um sorriso gentil também. As garotas sorriram de volta para o casal e se levantaram para cumprimentá-los.

Eliza:Essas são as meninas, sr. e sra. Diniz — todas as garotas acenaram e sorriram — meninas, esses são Ken e Erika Diniz, o casal que veio conhecer vocês hoje.

Ken:Pode nos tratar apenas por Ken e Erika, Eliza — Ken disse calma e tranquilamente enquanto abraçava de lado a esposa.

Erika:É um prazer conhecer todas vocês — Erika comentou e passou seus olhos sobre cada uma das meninas.

Eliza:Vou lhes apresentar cada uma delas, sentem-se — Eliza mostrou o sofá ao casal e eles se sentaram, então passou por cada garota e apresentou uma a uma.

Pelo olhar e atenção daquele casal, era nítido que eles realmente adotariam alguma das meninas naquele dia, e isso ficou ainda mais claro quando perceberam os olhares e sorrisos que eles trocavam, como se conversassem de maneira muda através de suas expressões faciais e gestos.

Eliza:E essas são as garotas mais velhas. Naomi — Eliza apontou Naomi, que cumprimentou o casal com um sorriso — Layla — Layla os cumprimentou com um aceno e um sorriso também — Kaira — a ruiva também os cumprimentou com um aceno e um sorriso — e Elora — a mesma sorriu timidamente para o casal — elas estão aqui desde que eram bebês, foram deixadas aqui numa noite fria de inverno e assim que bati meu olhar nelas, eu as vi como minhas filhas. São ótimas moças e muito responsáveis, suas notas são as melhores — o casal se entreolhou e sorriram admirados, o que cresceu uma minúscula faísca de esperança, mas as garotas acreditavam que ela logo seria apagada, como sempre — gostaram de alguma das meninas?

Erika:De várias, na verdade. Vocês todas são uns amores — Erika disse sem deixar de esboçar um sorriso em seu rosto — você tem certeza disso, meu amor? Se for demais, nós...

Ken:Eu já te disse Erika, eu faço de tudo pelos nossos anjinhos e para te ver feliz — Ken disse enquanto tocava a barriga de sua esposa, na mesma hora ela começou a chorar e foi consolada por seu marido.

As meninas encararam a mulher preocupadas, mesmo sem saber o que poderiam fazer já que nem sabiam o motivo daquele choro.

Erika:O-obrigada... — Erika deu um breve selar em seu marido e secou seu rosto — perdão, é que eu... tinha consigo engravidar depois de um bom tempo tentando, passamos por alguns médicos pra nos ajudarem na época e eu... descobri que estava esperando quatro bebês. Foi um susto, mas uma alegria ao mesmo tempo... até o dia em que eu sofri um aborto espontâneo... — Erika tornou a chorar e Ken a consolou novamente, a abraçando e terminando de falar por ela.

Ken:Depois que Erika perdeu os bebês ela nunca mais pode engravidar, então eu fiz uma promessa a ela quando voltamos do hospital naquele dia — Ken beijou a testa de Erika que parecia estar um pouco mais calma e recuperada do choro — nós queremos adotar quatro meninas.

O choque foi mais do que imediato. Não, elas não entenderam errado. Não, elas não estavam imaginando coisas.

Elas ouviram aquele casal dizer que adotariam quatro meninas... aquela minúscula faísca em seus corações havia se tornando uma chama de esperança maior naquele momento.













Oi gente, tudo bem? Eu estou aqui com mais um capítulo para vocês.

Mais uma vez o assunto da adoção pesou o coração das meninas, mas elas tentaram não se abalarem muito com isso e nem alimentaram muitas esperanças... mas a fala de Ken fez com que a pequena faísca se tornasse uma chama e elas acreditassem em uma possibilidade, mesmo que, aparentemente, absurda. O que vocês acham?

Espero que estejam gostando, que votem e me deem apoio para trazer mais capítulos de Elementar.

Beijos e até a próxima😘

Elementar - A força da natureza [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora