Capítulo 22 - Da mesma terra de onde viemos

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Ela temia que tudo aquilo não passasse de mais um sonho, mas se fosse ela não desejava acordar do mesmo, pois foram anos e anos até que se sentisse acolhida e amada em uma família. E não poderia estar mais feliz do que está agora, ainda mais quando esse acolhimento e este amor vem de seu verdadeiro pai, que ajudou a cuidar de seus primeiros momentos de vida.

[...]

Elora observava as folhas da trepadeira de sua janela que balançavam com o vento, antes o que parecia ser uma forma nada boa de passar o tempo se tornou algo comum na rotina da garota, observar algumas das plantas de sua vista em seu tempo livre. E agora era um de seus momentos de tempo livre, já que o café da manhã havia acabado fazia alguns minutos e ela só estava esperando até que fosse chamada para o treino daquele dia, o que lhe rendeu um momento calmo em seu quarto enquanto colocava os pensamentos em dia e reanalisava algumas coisas que aconteceram recentemente.

O que havia visto e ouvido em Sapienta ainda mexia muito consigo, aquele pedaço de papel que continha algo que ela já sabia, o mal inevitável, mas também um aviso, algo que elas deveriam saber mas que não estava ali, fora arrancado ou queimado. E as palavras dos sábios depois... aquilo fez Elora refletir e fazer uma busca silenciosa, se ela esteve perto de alguém de sua família e não soube, deveria procurar. Mas... como encontraria alguém que nem sabia quem era e sem pista alguma?

Suas preocupações foram dissipadas quando sentiu uma pressão diferente no chão, logo em seguida alguns passos e batidas em sua porta. A garota foi abrir a porta e foi surpreendida com a vinda de Elvira.

Elora:Bom dia, Elvira — Elora a cumprimentou com uma pequena reverência com a cabeça.

Elvira:Ah, por favor Elora, por que está fazendo isso? Eu já lhe disse que não é necessário — a líder disse contendo um leve riso, realmente ela nunca exigiu esse tipo de respeito com ela.

Elora:É que eu vejo quase todos fazendo isso e... me sinto meio acanhada por ser praticamente a única que não o faz — confessou a garota com as bochechas vermelhas de vergonha.

Elvira:Quem tem de se preocupar com isso sou eu, Elora — ela disse e fez um carinho nos longos cabelos da garota — ah, eu quase me esqueci. Vim aqui para te chamar pra treinar.

Elora:Treinar? Com a senhora hoje? — questionou confusa — achei que hoje eu treinaria com os outros mestres.

Elvira:E iria, mas eu pensei melhor. Tem uma coisa que eu queria te ensinar tem um tempo, mas eu esperei até que estivesse preparada e que tivesse evoluído nos treinos — disse e Elora a encarou ainda mais curiosa — e eu acho melhor que eu te ensine isso.

Elora:E o que é?

Elvira:Venha comigo que você vai descobrir — Elvira deu espaço para a garota passar e ela assim o fez, então fechou a porta do quarto e elas seguiram pelo corredor.

Elas desceram as escadas e logo encontraram alguns dos servos da fortaleza que as cumprimentavam enquanto continuava alguns de seus afazeres, e também os mestres e mestras com que Elora já havia treinando e que faziam parte da guarda e da proteção de Elvira.

Andando mais um pouco, Elora notou que aquele corredor era diferente, pois como ela sempre ia treinar no campo de treinamento ela conhecia o caminho que fazia, até mesmo estranhou não ter encontrado o mesmo trincado que sempre costumava ver quando encarava o chão, mas logo ela notou que já esteve por ali antes, semanas atrás, quando havia chegado ao clã. Apenas esperava estar certa disso.

Assim que saíram da fortaleza, Elora reconheceu o enorme jardim de Elvira, o mesmo que ela havia visto destruído pelo clã da água no dia em que chegou ao clã da terra, mas agora ele estava arrumado e até mais bonito do que era antes. Não se espera menos deste clã.

Elementar - A força da natureza [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora