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Babi on

Acho que talvez eu esteja um pouco sobrecarregada.

Meu estresse chegou em um nível absurdo. Eu esbarrei em uma porta e fiquei dois minutos xingando ela. Foi patético mas me ajudou a liberar um pouco da raiva.

Tainá: outro detento foi parar na enfermaria. Um dos homens do Sinistro. Ao que tudo indica foi retaliação pelo que aconteceu com o Lessa.

Babi: merda.

Tainá: o que você quer fazer ?

Babi: preciso de um tempo.

Tainá: barbara...

Babi: meia hora, Tai. Meia hora.- ela bufa e sai da minha sala.

Levanto e também saio da sala, preciso de ar puro. Vou até a parte de trás do presídio e sento respirando fundo.

Tem crack na prisão, dois traficantes disputando território, dois presos feridos, o conselho me pressionando de um lado o Bruno do outro.

Toda essa situação tá me deixando exausta.

Coringa: oi docinho- encaro o marginal.

Babi: que merda você tá fazendo aqui ? Essa área não foi liberada para os prisioneiros.

Coringa: que pena - ele resmunga e senta- o que aconteceu ?

Babi: qual dos seus amiguinhos quebrou o braço do Mendes ?

Coringa: não sei do que você tá falando.

Babi: eu não dou conta disso, não dou conta desse trabalho, não dou conta desse seu cinismo.

Coringa: da sim Bárbara. Você é boa.

Babi: achei que só você era bom.

Coringa: você é boa, mas eu sou melhor. Sabe por quê? - reviro os olhos e nego.- por que eu não ligo pro que pensam de mim, eu não dou a mínima se me pintam como o grande filho da puta da história.

Babi: tá dizendo que eu tenho que ser uma grandíssima filha da puta.

Coringa: não, tô dizendo que tu tem que agir na reciprocidade. Tão sendo babaca com você ? Seja mais ainda. É você que tem o verdadeiro poder aqui dentro.

Babi: é sério que você tá me aconselhando ? Você é o meu maior problema.

Coringa: eu sei, docinho. Mas não quero que você desista disso aqui.

Babi: estranho, todo o resto quer que eu meta o pé.

Coringa: e ? Que se foda. Você quer ficar aqui ?  Se quer fica e deu.

Babi: você só quer que eu fique porque sou mulher e acha que vai ser fácil me manipular.

Coringa: talvez .... Vamo lá, docinho. Mostra pra gente a verdadeira diretora. Não tô dizendo pra descer o cacete em geral, tô dizendo pra mostrar quem manda.- ele acende um cigarro e me oferece - quer ?

Babi: não.

Coringa: eu sei que você fuma. Te vi na janela quele dia.

Babi: é um péssimo hábito.

Coringa: concordo, mas não é um crime. Então por quê você esconde ?

Babi: não é da sua conta. - cada chato.

Coringa: ok- ele encara meu corpo - cê fica linda de terninho.

Babi: e você fica lindo de boca fechada.- forço um sorriso

Coringa: tá achando que me ofendeu ? Prestei atenção só ma parte  que você disse que sou lindo. Aliás, valeu por reparar.

Nossa.... Eu adoraria enforcar ele.

                                        ⛓

Babi: atenção. - todos os presos no refeitório direcionam o olhar pra mim.

É bem desconfortável tem esse monte de homem me encarando. Ainda mais quando sei o que a maioria pensa de mim.

Babi: a partir de hoje vocês vão passar só 15 minutos no pátio e apenas uma ligação por semana. Qualquer detento que for pego com contratando vai ser mandado pra solitária e dependendo do que for o tal contrabando, vou fazer o possível pra mandar pra máxima. E quando vocês estiveram na máxima apanhando que nem bicho vão sentir falta desse lugar.

Claro que isso gerou um burburinho.

Babi: calados. E outra coisa, eu não fui ruim ao ponto de cancelar as visitas, mas se continuarem com essa briga ridícula de gangue aqui dentro eu vou cancelar todas as visitas.  Bom almoço para vocês.

Tenho certeza que estão xingando até a minha falecida vó agora. Mas eu não ligo.

Meu olhar vai pro Sinistro e depois pro Victor. Sinistro tá me olhando puto o que já era de se esperar, mas o idiota do Victor tem um sorrisinho ridículo no rosto.

Viro as costas e volto pro meu escritório.

Babi: Tainá ? - ela me encara - corte todos os privilégios do Gabriel e do Mendes. Sem nenhum segundo no pátio, sem nenhuma ligação e sem visitas. Até eles cooperarem vai ser assim.

Tainá: pode deixar.

Babi: quero uma revista surpresa amanhã. Qualquer um contrabando vai pra solitária.

Tá na hora de parar de tentar ser boazinha. Eu tentei ser legal com eles, juro que tentei, mas se não vão cooperar eu vou te que agir.

Babi: quero mais segurança na enfermaria. Não quero que o Victor consiga falar com o Gabriel.

Tainá: tudo bem. Vou falar com o Lopez sobre a revista .

Babi: Tai ?

Tainá: oi ?

Babi: obrigada por me apoiar. E melhor ainda abrigada por me levar a sério aqui dentro, por acreditar em mim.

Tainá: vou estar sempre com você- ela sorri.

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