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Babi on

Tomo remédio pra ansiedade desde os meus 10 anos. Desde o dia que eu vi meu pai morrer na minha frente.

Me entupi de tanto remédio nos últimos dias que tô me sentindo um zumbi.

Tainá: Bárbara- ela bufa - você é adulta, sabe o que tá fazendo.

Babi: eu me sinto fisicamente atraída, muito mesmo. Mas eu sei qual a verdadeira intensão dele.

Tainá: acha que ele vai te usar pra fugir- concordo- Eu não posso te dizer o que você deve ou não fazer. Mas eu concordo com o posicionamento do Victor.

Babi: acha que o Bruno tem uma amante.

Tainá: desculpa ....

É uma merda se sentir insuficiente. Não fui o bastante ? É por isso que ele tava tão distante? Por isso não se declarava e a gente não fazia nada além de transar e brigar?

Tainá: olha - ela segura a minha mão, nem Victor nem Bruno, sempre você. Sempre se ponha em primeiro lugar.

Depois de ficar mais um tempinho com ela, saio da sala de descanso e vou pro meu escritório.

Victor tá jogando no sofá.  Eu poderia proibir ele de entrar aqui, claro que poderia. Mas fiz dele um passatempo.

Vou direto pra minha mesa e começo a olhar o meu e-mail.

Coringa: você é amiga do Sinistro ? - bufo.

Babi: não, ele é tão chato quanto você.

Coringa: vi ele te dando chocolate ontem. - concordo.

Babi: ele sempre faz isso.

Coringa: hmm...

Babi: ele tira a minha paciência de um jeito absurdo, mas não dá negar que ele tem um senso de humor e tanto.

Coringa: não entendi. Você odeia ou não ele ? Se decidi aí.

Babi: óbvio que não gosto dele. Mas tô acostumado com a nossa implicância.

Coringa: saquei, legal.

Pego um remédio e tomo junto com um bom gole de água.

Coringa: já vi você tomar isso várias vezes. O que é?

Babi: pra ansiedade.- ele me olha confuso- as vezes eu tenho umas crises. Tomo alguns remédios pra controlar ela e meus ataques de pânico.

Coringa: ataque de pânico? Por que você tem ataque de pânico?

Babi: assisti meu pai sangrar até a morte, eu tinha 10 anos . Isso fodeu com a minha mente.

Coringa: me conta ....- nego. Não é algo que eu goste de ficar lembrando- Por favor.

Babi: meus pais eram esperados, eu morava com a minha mãe e não via meu pai tanto quanto queria. Ele era policial e tinha vários turnos. Mas sempre que podia ele ficava comigo, um dia ele me levou na sorveteria.... Ele me deixou pedir o maior milkshake. Tava sendo uma tarde incrível, muitas risadas e brincadeiras. Mas um cliente chegou, não tinham muitos naquele dia, então esse último cliente tirou a arma e anunciou o assalto.

" meu pai ele não podia deixar o senhorzinho que era dono da sorveteria ter um prejuízo daquele. Mesmo sendo dia de folga ele agiu, me mandou ficar no lugar e deu um jeito de desarmar o assaltante, meu pai só não contava com a possibilidade dele ter um outro revólver. Ele atirou duas vezes no meu pai, como a idiota que sou eu corri na direção do meu pai, a terceira bala pegou em mim. Meu pai morreu desesperado coma possibilidade de me perder. E agora eu tenho uma cicatriz que sempre me lembra daquele dia.

Coringa: eu sinto muito.

Babi: eu continuei morando com a minha mãe e meu padrasto. Toda a herança do meu pai ficou pra mim, como meu padrasto não trabalhava ele fazia minha mãe extorquir dinheiro de mim. Eu tinha que ir até o advogado e mentir que tava precisando de algo, quando eu consegui o dinheiro a minha mãe pegava de mim. Foi assim por muitos meses até o advogado/ melhor amigo do meu pai descobrir. Ele fez de tudo, foi um processo longo mas ele consegui minha guarda. Fui morar com ele e com o filho dele que era poucos anos mais velho que eu

Coringa: você ficou com eles até ficar maior de idade?

Babi: sim. Eles me apoiaram muito, principalmente o meu novo amigo. Ele cuidava de mim sempre que eu acordava tendo pesadelos ou quando eu começava a chorar do nada. Ele era um amigo incrível e era a pessoa mais importante do mundo pra mim. Ele me ajudou muito. Sempre vou ser grata.

Coringa: o filho do advogado é o Bruno né ?

Babi: sim. O Bruno fez muito por mim, por isso ele é tão importante.

Ele levanta do sofá e vem até a mim, ele puxa a cadeira e põe do lado da minha.

Coringa: ele te ajudou no passado, isso foi muito bom. Mas você não precisa ficar presa a ele pra sempre pra demonstrar sua gratidão.  Se ele for tão bom quanto você diz nunca vai te cobrar isso.

Esse assunto me deixa meio sensível então eu me deixei levar, deito a cabeça no ombro do Victor e  observo a mão dele na minha coxa.

Babi: qual o seu plano ? Vai me levar pro sofá e eu vou gostar tanto que vou me apaixonar e deixar você sair ?

Coringa: você não me deixaria sair. Você é muito certinha - ele desliza o dedo pela minha perna.

Babi: não mesmo.

Coringa: eu sou uma pessoa egoísta que pensa sempre em mim. Mas isso não me impede de saber que se alguém te ajuda tem que fazer porque quer, não deve ficar esperando receber algo em troca.

Ele continua com a mão na minha coxa e o polegar fica fazendo círculos.

Desencosto meu corpo pronta pra voltar o trabalho mas a mão dele continua firme em mim. Viro meu rosto pra ele e antes que eu possa questionar ele gruda os lábios nos meus.

Fico assusta de início mas isso não me impede de dar passagem pra língua dele entrar na minha boca. O gostinho de cereja de sempre fazendo meu corpo todo se arrepiar.

O beijo é intenso até mesmo desleixado. Ele põe a mão na minha cintura e me puxa, eu deixo ele tomar o controle e do nada estou sentada em cima do colo dele.

As mãos firmes segurando a minha cintura e a boca dominado a minha.

Isso não devia ser tão bom....

A boca dele solta a minha e desce pelo meu pescoço me beijando e mordiscando a região.

Mas o jeito que ele me toca é tão diferente.

Ele é bruto mas de uma forma boa.

As mãos firmes entram por baixo do tecido da minha blusa social tocando a pele da minha cintura.

Que merda. Eu tô gostando disso.

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