Babi on
Meu pai era uma pessoa incrível, dizia que independente da dificuldade você não pode baixar a cabeça, você precisa continuar lutando.
Mas aqui e agora eu notei que nem sempre a gente vence a luta, as vezes levamos uma rasteira tão forte que não tem como reagir.
Bruno me alertou sobre os riscos milhares de vezes, eu não posso dizer que não fui avisada.
Mas fui teimosa e quis mostrar que era capaz, olha só pra mim agora.
Uma rebelião, falta muito pra polícia chegar e tem três homens tentando abusar de mim.
Eu não tenho mais forças pra lutar quando ele abre o maldito botão da minha calça.
Fecho os olhos com força pedindo pra isso acabar de uma vez.
A boca nojenta tocado meu corpo faz com que queira morrer. Tenho certeza que está cheio de chupões, eu só quero vomitar.
Babi: por favor ....- ele me enforca ignorando as minhas súplicas.
Algo preto que eu não consigo identificar acerta a cabeça do Macedo com muita força. E volta a bater, de novo, de novo e de novo....
Minha reação é me sentar no sofá e abraçar o meu próprio corpo.
Coringa: sai daqui filho da puta.
Os outros dois caras praticamente saem correndo, Macedo sai cambaleando do escritório
Coringa: merda,merda - ele tira a camisa e cobre o meu corpo.
Eu não consigo parar de chorar que nem uma criancinha, Victor abraça meu corpo com força.
Coringa: calma, docinho. Eu tô aqui, vou ficar com você, tá ? - ele beija minha testa - vou cuidar de você
Eu não consigo dizer nada.
Coringa: por que você não trancou a porta ?
Babi: eu perdi a chave, só tem uma - digo entre fungados- eu fui burra ... eu perdi....
Coringa: tudo bem, eu tô aqui - ele me abraça com
Força - tô aqui.Babi: por que você demorou tanto ?
Coringa o que importa é que eu tô aqui e que você vai ficar bem.
Se ele não tivesse aparecido ....
Deixo o Victor me abraçar me sentindo segura com ele aqui.
Abaixo o olhar tentando segurar as lágrimas, minha cabeça dói, meu pescoço está ardendo, meus seios também e eu não paro de tremer.
Fungo e foco meu olhar no corpo do Victor tentando me lembrar que ele tá aqui e que eu vou ficar segura.
Mas eu me arrependo na hora, no bolso direto dele, o meu colar...
Enfio a mão dentro do bolso dele.
Coringa: o que você ... ? - ergo o colar com a chave.- docinho....
Babi: foi você ? Você que causou tudo isso ? - me afasto dele- por sua culpa eu quase fui estuprada ?
Coringa: eu pensei que você tinha uma cópia da chave.
Babi: você tem noção do que fez ? - pergunto desesperada.
Coringa: docinho .
Babi: para de me chamar assim. Eu sei que você é egoísta - nego - mas isso ?
Não, isso é demais.
Coringa: eu voltei por você.
Babi: devo te agradecer ? Se você tivesse demorado mais dois minutos ....- fungo.
Coringa: mas eu não demorei.
Babi: mas eles tocaram em mim, olha só pra mim - levo a mão até a boca e tento controlar o choro.
Coringa: eu não sabia que essa merda ia acontecer. Não era pra isso chegar no bloco B, ninguém do A ia subir aqui ....
Babi: não devia estar surpresa -dou de ombros - era isso que você queria, né ? Me usar, pegar a maldita chave. Porque você só pensa em si mesmo, seu egoísta de merda.
Abraço o meu corpo e me afasto quando ele tenta me tocar.
O barulho da sirene se aproximando indica que a polícia já tá chegando.
Coringa: eu não queria que isso tivesse acontecido, eu achei que você tinha uma cópia, porra.- ele passa a mão pelo rosto - eu te dou a minha palavra.
Babi: a palavra de um manipulador não vale de nada pra mim.
Coringa: nos meus planos você ia estar segura dentro dessa merda de escritório. Nunca fez parte do plano te machucar.
Me encosto na parede e respiro fundo tentando esquecer a sensação daquela maldita mão tocando meu corpo e me machucando.
E eu me recuso a olhar pro Victor, me recuso acreditar que ele o seu egoísmo me causaram isso.
Demora um pouquinho mas logo dois policiais aparecem na minha sala junto com o Bruno e com a Tai.
A morena corre na minha direção assustada e me abraça.
Tainá: meu Deus, o que fizeram com você?
Policial: de joelhos e mãos na cabeça - o policial grita com o Victor.
Ele não hesita, faz o que o policial manda mas em momento algum tira os olhos de mim.
Bruno: tem uma ambulância do lado de fora , você precisa dos primeiros socorros.- ele para perto de mim.
Babi: tem muitos presos e ....
Bruno: eu tô com você e tem policiais lá fora.... Talvez a Tainá deva ir com você, eu cuido disso aqui
Tainá: isso, eu vou com você amiga.
É tudo muito automático. Na ambulância quando tocam em mim eu entro em choque.
Eu não quero que toquem em mim....
Eu não quero que toquem em mim....
Tainá: calma, eu tô aqui- ela força um sorriso- prefiro morrer a deixar alguém machucar você, eu juro.
Babi: você e a Lara estavam certas, eu sentia algo.- mesmo que doa admitir.
Mas agora?
Com esse tipo de egoísmo eu não consigo lidar, é demais pra mim.
Tainá: sentia ? Passado ?
Babi: foi ele, tudo isso foi obra dele.
Tainá me encara sem dizer nada.
Babi: não deixa me sedarem - ela é um dos meus contatos de emergência- por favor, não deixa.
Tainá: não vou deixar, eu prometo.
Eu mal consigo fechar os olhos sem ver aquele cara em cima de mim.
Tô com medo de fechar os olhos e reviver tudo de novo.
Tai estica a mão pra tocar em mim mas eu me encolho.
Babi: desculpa, foi automático.
Tainá: tudo bem.
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Lance Criminoso
أدب الهواةOnde a Bárbara é a superintendente de um presídio. Muito respeitada e sempre seguindo as leis ela vai ter problemas quando o traficante mais perigoso do país for realocado e enviado para ficar sobre seus cuidados. Coringa vai conseguir tirar a dir...