Babi on
No sábado de manhã eu nem falei com o Victor, ele dormiu a manhã toda.
Ele tá com muito sono acumulado por conta da prisão.
Eram quase uma da tarde quando ele acordou, ele abriu os olhos e me encarou. Meus dedos deslizam lentamente pela cabelo dele.
Babi: bom dia - não espero uma resposta, leva longos minutos pra alma dele voltar pro corpo depois de acordar.
Victor fica tão bonitinho com carinha de sono.
Espero que ele não esteja chateado comigo. Eu quero ele, acho que estar aqui morando com ele já é uma prova disso.
Mas eu preciso de mais um tempinho, o problema não foi o beijo, foi ele passar a mão pelo meu corpo.
A gente sabe quando é só um carinho e quando tem segundas intenções, ele queria mais que o beijo.
Só que foi um susto, é a primeira vez desde o quase estupro que tentaram algo a mais comigo.
E eu realmente espero que logo eu possa deixar ele tocar em mim sem receios, porque eu gosto muito do toque dele.
Victor nem se mexe na cama, só sei que tá vivo pela respiração.
Ele me encara e isso me deixa nervosa.
Babi: você fica tão gatinho com cara de sono - dou um sorrisinho.
Victor a afunda o rosto no travesseiro.
Babi: não fica tímido, cenourinha.- ele respira fundo mostrando irritação. Adoro implicar com ele.
A gente acabou pedindo marmita, almoçamos juntos e comecei a ficar irritada por ele não sair do celular, essa merda não parava de apitar e ele de digitar, até parece que ele esqueceu da minha existência.
Eu não devia me incomodar, sou acostumada com isso, Bruno sempre fazia.
Mas teve a cena de ontem.
Eu sei que não temos nada sério, mas eu sei que se ele conseguir sexo comigo vai atrás de outra.
Certo ?
Mal sabia eu que era a mais pura verdade.
Depois do almoço Victor se afastou, ele e o celular. Fiquei meio sem jeito e resolvi não me intrometer.
Sentei no sofá e passei a tarde toda ali, sozinha.
No fim da tarde Victor pareceu na sala, todo arrumado.
Não tenho direito de perguntar pra onde ele vai.
Mas ele me diz mesmo sem ser da minha conta.
Coringa: a gente precisa conversar.
Babi: aham. O que foi ?
Coringa: acho que não tem como continuar com isso.- sinto meu estômago se revirar.
Babi: do que você tá falando ?
Coringa: sei lá, não é mais como era no presídio. Lá eu precisava de você e tinha o sexo se brinde. Mas aqui eu não tenho nem o sexo.
É, ele ficou puto.
Babi: não é que eu não queira transar com você, eu só não consigo.
Coringa: e eu entendo isso. Mas eu não quero... não quero esperar até você decidir que tá pronta pra voltar a ativa.
Babi: vai direto ao ponto.
Coringa: sabe que eu não gosto dê enrolação, então- ele cruza os braços - vou no churrasco na casa do Arthur, você pode ir comigo se quiser, mas se me bater a vontade de ficar com alguém eu vou ficar.
Mordo o interior da bochecha com tanta força que consigo sentir o gosto de sangue.
Coringa: quero aproveitar e fazer tudo que eu quero. E eu quero transar, não gosto da vida de celibatário. Não vou ficar na punheta.
Babi: tudo bem, a vida é sua.
Coringa: certo. Cê vai querer ir?
Que pergunta ridícula é essa ?
Babi: não.
Coringa: beleza. Tô indo - concordo.
O cara passou 8 meses preso, quer se divertir. Quem sou eu pra dizer alguma coisa.
Fiquei no sofá assistindo série, mas ficou tarde demais.
Óbvio que eu não subi e fui pro quarto dele. Imaginou a vergonha se ele trás alguém pra transar e eu tô lá babando no travesseiro.
E eu não quero ser metida de ficar invadindo os outros quartos, sei lá eu não me sinto confortável mexendo no que é dos outros.
Acabei pegando no sono algumas vezes mas ignorei, isso até pegar no sono de verdade. Acordei com a porta sendo aberta e o Victor entrando, junto com ele entrou os primeiros raios de sol do dia.
Ele passou por mim e nem notou que eu estava na sala, ótimo porque eu capotei de novo, só fui acordar lá pras nove da manhã.
Fui pra cozinha e fiz meu café, Victor não desceu provavelmente eu vai dormir o dia toda.
O que é que eu estou fazendo aqui?
De verdade, eu vim por ele. Pela nossa " relação", e ele encerrou isso ontem a noite.
Ele deu a entender que só sou útil se rolar sexo.
Então sim, ele ficou puto pelo que aconteceu na sexta.
Ele tá puto e eu não tenho culpa de nada, eu não consigo.
Eu não devia estar tão irritada, pelo menos ele me contou o que estava pensando.
Desculpa, eu não tenho estômago pra isso. Eu não consigo dividir a casa com o homem que eu gosto enquanto ele transa com outras mulheres.
Isso começou de uma traição não ia terminar bem.
Pra minha surpresa o Victor desce na hora do almoço.
Eu não fiz comida, almocei um sanduíche então ele vai ter que se virar.
Babi: vou voltar pra casa- digo de uma vez. Victor em encara por cima do ombro mas não dá muita bola.
Coringa: quando ?
Babi: amanhã cedo, tenho que arrumar minhas coisas.
Coringa: beleza, Gilson te leva.
Aquela partezinha ridícula de mim que achou que ele ia pedir pra eu ficar acabou de morrer.
Ele vira pra mim com um sanduíche na mão.
Coringa: foi divertido enquanto durou - meu estômago se embrulha- não é?
Eu quero vomitar.
Babi: é, uma experiência e tanto.
Coringa: sim -ele dá um mordida no sanduíche.- quer ir conhecer um pouco mais do Complexo antes de ir ? Carolina é uma boa guia.
Eu quero vomitar.
Babi: não, obrigada.
Coringa: tu que sabe- ele dá de ombros.
E assim se encerra o nosso lance criminoso.
É o fim.
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Lance Criminoso
FanfikceOnde a Bárbara é a superintendente de um presídio. Muito respeitada e sempre seguindo as leis ela vai ter problemas quando o traficante mais perigoso do país for realocado e enviado para ficar sobre seus cuidados. Coringa vai conseguir tirar a dir...