Babi on
Eu fico indignada com a falta de vergonha na cara desse homem. Chega a ser preocupante a intimidade que ele acha que tem comigo.
Babi: eu mandei sair da minha sala.
Coringa: mas acabei de chegar.
Babi: você não cansa de ser inconveniente?
Perguntar sobre a minha vida sexual ? Desde quando isso é da conta dele ?
Coringa: meu Deus, você se ofende muito fácil.
Babi: você perguntou se eu gosto de apanhar. Você é um sem noção.
Coringa: ué, não perguntei por mal. O assunto só chegou nesse ponto.
Me levanto e começo a andar na direção da porta.
Babi: ou você sai ou eu mando alguém tirar você - Victor se levanta e vem na minha direção.
Ele para perto demais de mim. Não gostei dessa aproximação.
Coringa: calma, docinho. - ele sussurra perto do meu ouvido - não precisa contar, eu descubro sozinho.
Babi: sai - abro a porta pra ele sair.
Pro meu dia ficar mais estressante ainda dou de cara com o meu namorado do lado de fora.
Babi: Bruno ? - ele intercala o olhar do Victor pra mim.
Coringa: a gente volta a falar sobre isso depois - ele cutuca a ponta do meu nariz e sai da sala.
Filho da puta.
Babi: amor - dou um sorriso- o que você tá fazendo aqui ?
Ele passa por mim entrando na minha sala. Bruno analisa ela toda como se estivesse procurando por algo.
Bruno: vim por causa do Júlio Souza, ele vai aceitar o acordo. Vai dedurar os companheiros por uma pena menor -ele senta.
Babi: ah, que bom que você conseguiu- sento na minha cadeira. Sei como isso vai ser importante pra ele vencer o caso.
Bruno: o que aquele cara tava fazendo aqui de novo ?
Babi: ele é tipo criança irritante. Só quer chamar atenção.
Bruno: Bárbara, ele é...
Babi: um manipulador agressivo eu sei. Mas ele não fez nada além de ser irritante e um pouco invasivo.
" pouco invasivo" até parece. O Victor passou dos limites
Bruno: sei ...
Babi: você não vai ficar com ciúmes de um presidiário, né?
Bruno: não - ele bufa - muito menos daquele ali.
Pego o rádio na mesa e chamo pelo Fábio, um dos guardas.
Babi: leva o Júlio Souza pra uma das salas privadas- coloco o rádio de volta no lugar.
Bruno: ainda gostando de brincar de polícia e ladrão ?
Babi: Bruno ...
Bruno: não entra na minha cabeça que você vai jogar seu diploma fora por isso daqui. Se você desistir ninguém vai te culpar, não é uma área muito boa para mulheres.
Babi: não, não é uma área boa de mulheres. Mas se você pensar as pessoas acham que nenhum cargo alto é uma área boa para mulheres.
Bruno: por favor, sem sermão feminista.
Babi: então não faça comentários machistas.
Bruno: não tô sendo machista, só me preocupo com você. Eu fui o promotor que tava no caso do marginal que acabou de sair da sua sala, ele foi condenado a 55 anos por minha causa. Acha que ele estar vindo atrás de é coincidência? Não, não é. Você é um alvo fácil pra ele .
Em momento algum pensei que ele estava vindo na boa intenção, sempre soube que ele estava agindo de má fé.
Babi: assim que fui informada sobre a transferência do Camilo pra cá eu li a ficha dele, falei com o diretor da máxima e com o psicólogo. Eu sei fazer o meu trabalho e sei os riscos dele.
Bruno: nosso namoro tá desmoronando por causa dessa merda do seu emprego.
Babi: nosso namoro tá desmoronando porque você não aceita o meu emprego...
Bruno: Bárbara...
Babi: você devia ir. Fábio já deve ter levado o Júlio pra sala. Fala com o guarda da porta que ele te levara até lá.
Bruno: não terminamos a nossa conversa.
Babi: terminamos sim. Não vou discutir minha vida pessoal aqui, é inapropriado
Bruno não diz nada só levanta e sai irritado da minha sala.
Tá sendo um dia daqueles. Cada comentário desnecessário.
Pego o cigarro na gaveta acendo um. Levanto pra abrir a janela por conta do cheiro. Daqui eu consigo ver os detentos no pátio, alguns estão treinando, outros conversando.
Mas tem mais "panelinhas" que o normal. Algo aconteceu ...
Passo o olhar pelo pátio e paro em um infeliz que já tá me olhando. Escondo o cigarro que nem uma criancinha pega no flagra fazendo algo errado.
Meu sangue ferve ao ver ele rindo da situação. Maldito Camilo.
Babi: idiota.- me afasto da janela e me jogo no pequeno sofá que tem na minha sala.
Será que isso aqui realmente vale a pena ? Eu gosto desse emprego ? Gosto o suficiente pra brigar com o homem que eu amo ?
Talvez eu deva parar de ser tão do contra.
Desde que eu comecei nesse emprego a situação desandou. Bruno e eu não discutíamos assim, éramos um casal muito feliz.
Olho pro relógio e vejo que tá quase na hora da minha reunião. Me levanto apago o cigarro e jogo um bom, ar no lugar.
Bom, eu sabia onde estava me metendo. Um ambiente cheio de criminosos, sempre soube que não ia ser fácil.
Burrice é fazer o meu trabalho esperando receber algo em troca.

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Lance Criminoso
FanfictionOnde a Bárbara é a superintendente de um presídio. Muito respeitada e sempre seguindo as leis ela vai ter problemas quando o traficante mais perigoso do país for realocado e enviado para ficar sobre seus cuidados. Coringa vai conseguir tirar a dir...