47

20.9K 1.7K 365
                                    

Babi on

Eu não consegui dormir de novo, só que não foi só pelo medo de ter pesadelos.

Hoje eu tenho que responder algumas perguntas, foi assim que chamaram pra não parecer nada sério, mas é a porcaria de um interrogatório pra me colocar como cúmplice da fuga. Um tipo de audiência pequena.

E não é só isso, a audiência do Victor é manhã cedo . Ele vai pra outro estado, pra uma prisão de segurança máxima cumprir o resto da pena em regime fechado.

Bruno não vão poder ir na meu interrogatório , ele é o promotor do caso do Victor tem coisas pra resolver.

Tainá: ei - ela segura meu braço me dando um leve susto - ele entrou na sua sala pra reclamar pela milésima vez sobre a comida, ele vive reclamando sobre tudo.você estava concentrada no trabalho e nem notou quando ele pegou a chave, só sentiu falta na hora do apuro.

Babi: que?

Tainá: foi o depoimento do Victor, você tem sua dizer o  mesmo pra não se ferrar. Victor que fez a merda, nada mais justo que ele arcar com as consequências.- ela solta meu braço - não se contradiz Bárbara.

                                         ⛓

Oscar: aqui tenho a cópia de vários e-mails redigidos pela minha cliente. - ele entra os papéis - o primeiro e-mail foi enviado no dia que ela foi informada da transferência. Como podem ver nas partes grifadas, ela ressaltou que ter um condenando como ele no CPRJ era um risco enorme.

Tô me sentindo muito estranha por ter mentido para um juiz é um promotor.

Eu virei uma criminosa, ótimo.

Oscar: ela voltou a informar o conselho sobre as promessas de fuga que o vulgo Coringa fazia. Ela informou várias vezes como podem ver. Minha cliente nem devia estar aqui, onde  está o conselho ? Aqueles homens também serão questionados, certo ?  Por que são os únicos responsáveis pelo ocorrido . Queriam castigar a minha cliente e deram tudo que o criminoso precisava para a tentativa de fuga.

Oscar: o criminoso pegou a chave em um momento de descuido da minha cliente. Mas a chave é o de menos, ele conseguiu um cartão de acesso, consegui subornar vários guardas e botou todo o bloco A sobre as ordens dele.  Foi um decisão extremamente estúpida tirar esse homem da máxima.

                                          ⛓

Quando encontrei o Bruno depois da minha mini audiência vi que ele parecia extremamente irritado.

Era pra ele estar feliz por mandar o Victor pro Paraná.

Bruno: você sabia ? - ele pergunta quando entramos em casa.

Babi: sabia o que ?

Bruno: ele fugiu na hora do almoço. As câmeras pararam de funcionar, parece que um cabo importante pegou fogo.

Babi: Victor fugiu ?

Bruno: é, seu namoradinho criminoso fugiu .

Babi: Victor não é nada meu e nunca vai ser, eu já disse que foi um erro. Sinto muito por você ter perdido um caso tão importante.

Bruno: pelo menos a fuga dele tira a maior parte das  suspeitas sobre você, afinal você não estava lá.

Babi: eu não vou ser presa e nem nada do tipo, né ? -ele  ri porque sabe o quanto eu tenho medo de parar na prisão.

Eu sou uma advogada sei dos riscos mas preciso ouvir de outra pessoa .

Bruno: se você fosse cúmplice de verdade, sim. Mas você não ajudou em nada, certo?

Babi: não ajudei em nada.

Sim, eu transei com ele, mas nunca fiz nada pra ajudar na fuga.

Babi: vou pro meu quarto.

Bruno: se precisar é só chamar- agradeci e fui pro quarto.

Esse é o único lugar que me sinto segura ultimamente.

Antes que eu possa entrar no meu banheiro um corpo forte me segura por trás e põe a mão na minha boca.

O pânico me domina e tento me soltar .

De novo não, por favor.

Coringa: docinho, shiu... calma eu não vou te machucar.- a mão que tá me segurando pela cintura afrouxa um pouco.

O que ?

Coringa: eu vou te soltar, mas você não pode gritar. Tá bom ? - aceno a cabeça em concordância.

Victor me solta e eu viro encarando ele.

Babi: o que você tá fazendo aqui ?

Coringa: você não tava me atendendo. Eu te liguei várias vezes.

Babi: eu sei, ignorei todas as ligações.

Coringa: você não tá sendo justa comigo ?

Babi: justa ? Claro, foi você que quase foi estuprado e tá sendo investigado por ser  cúmplice  da sua tentativa de fuga.

Coringa: eu não contava  com a rebelião do bloco B e na minha cabeça você teria uma cópia da chave.

Babi: você disse que ia fugir, e pegar a chave era o modo que você encontrou. - respiro fundo- mas a gente tinha transado  eu fiquei lá fazendo carinho em você  e então você se aproveitou  daquele momento, foi muito baixo.

Coringa: é a minha liberdade, eu não ia ficar preso até os meus 80 anos.

Babi: eu não sei como você entrou aqui, mas devia sair agora.

Coringa: Bárbara, eu tô mal com isso.

Babi: você tá mal ? - ok, isso me irritou.- tiro o blazer   e depois a blusa de gola alta.

O olhar dele se fixa nos meus hematomas.

Babi: você tá mal ? Olha só pra mim.- engulo em seco - eu tô mal, você tem a sua liberdade agora me deixa em paz, você não precisa de mim pra mais nada.

Coringa: você acha que eu queria isso ? Que eu queria que você se machucasse ? Tudo bem, eu admito sou um grande filho da puta, mas eu não queria... eu não quero ver você mal.

Ele tenta se aproximar mas eu me afasto.

Coringa: eu sinto muito, de verdade. Eu tentei usar você, mas se tornou mais que isso, ver você assim, nossa... isso acaba comigo.

Babi: Bruno deve estar no banho, você tem que ir antes que ele note a sua presença.

Coringa: docinho ....

Babi: vai Victor.

Coringa: eu não quero ir.

Lance Criminoso Onde histórias criam vida. Descubra agora