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Coringa on

Porra.

Eu já olhei pra essa merda celular hoje mais do que costumava a olhar em uma semana.

Bárbara não me responde e nem atende as minhas ligações.

Tô ficando maludo.

Eu sei que ela passou por um situação horrível mas eu não consigo evitar, quero que ela pare de ser tão cabeça dura.

Carol: ficar encarando o celular não vai fazer com que ela te responda - ela entra na cozinha da minha casa.

Carol atualmente mora com o marido.

Coringa: se ela não me responder eu vou aparecer na porta dela.

Já avisei, ela não pode nem ficar surpresa.

Carol: aí você fica sem a garota e sem a liberdade. Deixa de ser burro, não dá pra forçar, ou ela decide voltar a falar com você ou você via ter que seguir em frente.

"Seguir em frente"

Tapada, eu não devia ter deixado ela cair do berço.

Carol: nem faz essa cara, Victor Augusto. É uma escolha só dela, e talvez não seja o que você quer, mas se você realmente se importa vai aceitar o que ela escolher.

Coringa: hm... não ?

Era só o que me faltava. Se ela decidir voltar pro ex babaca e ter 4 cópias feias dele eu vou ter que aceitar ?

Faça-me o favor.

Carol: Victor...

Coringa: ou ela me responde ou eu apareço na casa dela.

Carol: não acho uma boa ideia, é muito arriscado.

Coringa: foda-se.

Carol: isso tudo é culpa pelo que aconteceu? Ou você quer em explicar direitinho o que é?

Coringa: não gosto desses seus joguinhos.

Carol: quer mesmo que eu vá direto ao ponto ?

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Babi on

Quando desci pra cozinha Bruno já estava no notebook.

Bruno: consegui dormir ?

Babi: um pouco.

Bruno: talvez seja melhor optar pelo remédio que a médica indicou.

Babi: não, eu já tomo remédio demais.

Bruno: certo. Vai sair ? Tá toda arrumada.

Babi: Tainá vem me buscar.

Ela ache bom eu sair e tomar um ar

Bruno: isso é ótimo - ele sorri pra mim.

Babi: e você ? O que tá fazendo?

Bruno: meu pai me mandou um e-mail sobre o processo que ele abriu contra o conselho. Senta ai e dá uma olhada,  vou fazer outro expresso.

Sento e começo a ler.

Fico muito feliz por saber que independente de tudo eu sempre vou ter o tio Oscar, eu posso vacilar, mas ele vai tá lá pra me amparar.

No cantinho do notebook aparece a notificação de uma mensagem, Bruno usa o notebook pra tudo.

Eu não quis bancar a curiosa nem nada do tipo, mas foi automático, eu li.

" tínhamos um acordo. Você achou que o bloco B ia sentar e esperar a polícia chegar ?"

" O primeiro trabalho foi  bem feito"

Hmm...

Babi: eu não vou conseguir ler tudo agora, Tai já deve estar me esperando.

Bruno: tudo bem, vai lá- ele vira pra mim - te mando um e-mail depois.

Babi: tá bom, obrigada.

Saio do apartamento e pego o elevador, assim que chego do lado de fora do prédio recebo uma mensagem da Tainá dizendo que chega em 5 minutos.

Atravesso a rua e vou até o carro preto, dou dois tapinhas no vidro e o motorista abaixa.

X: posso ajudar ?

Babi: me leva pra lá.

X: acho que a senhora tá me confundindo.

Senhora ? Me ofendi

Babi: esse carro tá parado aqui a dias, sei que você trabalha pra ele.

X: que coisa- ele bufa e destranca a porta do carro,

Babi: vou no banco de trás- informo.

X: cê que sabe.- entro no carro e mando uma mensagem pra Tai cancelando o nosso encontro.

Babi: a quanto tempo você tá de olho em mim ? E como você se chama?

X: Gilson, mas as pessoas me chamam de Gs. Faz um tempinho que eu tô de olho em você, desde que o Mob foi pego na boate.

Que merda. Então a Tai estava certa, tinha alguém no dia da pizzaria.

Estar em um caro com um estranho não me deixa nada confortável, mas eu gosto de pensar que o Victor botou alguém de confiança pra me vigiar.

Eu ainda não acredito que tô fazendo isso.

Demora um bom tempo do meu apartamento para o Complexo.

Me sinto super estranha nesse lugar.

Gs: é aquela porta ali - ele aponta - só ir lá.

Babi: obrigada pela carona.

Dou alguns passos na direção da porta e ela abre, uma loira muito bonita sai de lá com um sorrisinho bobo.

Assim que me vê, me encara da cabeça aos pés.

X:pode entrar, é todo seu- ela dá uma piscadela pra mim e vai embora.

Respiro fundo, entro na sala e  o olhar dele vem direto pra mim. Ele tá tão surpreso quanto eu.

Babi: a garota que acabou de sair disse que eu podia entrar.

Coringa: é a minha irmã.

Apenas concordo, afinal eu não perguntei.

Babi: a gente pode conversar?

Ele respira fundo, quase como se estivesse aliviado.

Coringa: claro que sim,docinho.

Esse maldito apelido...

Babi: acho que o Bruno fez algo muito errado...

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