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Babi on

Babi: Pelo menos uma vez na vida colabora comigo. - tiro o saco de gelo da mão do Victor e pressiono contra o olho dele.

Não tá inchado ainda, mas tenho certeza que amanhã vai estar. Ele tem hematomas no olho, queixo e abdômen. O abdômen sem dúvidas foi o local mais atingido.

Babi: ei - seguro o queixo dele de leve o obrigando a me encarar - se você não colaborar eu não vou conseguir te ajudar.

Coringa: não me leva a mal, mas eu não preciso da sua ajuda .

Babi: alguém bateu em você, pelo seu estado acho que foi mais de uma pessoa.- ele conseguiria lidar com um único agressor- eu vou olhar as câmeras de qualquer jeito .

Coringa: tenho a impressão que você não vai achar nada lá, docinho.

Babi: Éric ? - ele responde com um "sim?" - você já terminou de cuidar dele ?

Éric: sim. Não quebrou nada, só tá com uma costela trincada. Precisa vira na enfermaria pelos próximos dias para tomar os remédios.

Babi: certo, obrigada . Pra minha sala agora, Victor.

Coringa: tô muito bem sentado aqui.

Babi: eu disse agora.- eu ainda tenho alguns minutinhos antes de ter que correr pro jantar.

Coringa: que merda- ele levanta da maca e vai andando no minha frente.

Babi: bom final de semana, Éric- me despeço. Daqui a pouco o outro médico chega pra cumprir o turno do fim de semana

Caminho até a minha sala e Victor já tá jogado no meu sofá.

Babi: o que aconteceu? Foi o pessoal do sinistro ? Fala comigo.

Coringa: onde você vai assim toda gata ? Se disser que fez essa produção toda pro bosta do seu namorado eu desço lá e peço pra me baterem mais um pouco.

Babi: Bruno tem um jantar importante e eu sou a companhia dele .- Victor revira os olhos.

Coringa: que desperdício.

Babi: Victor, quem fez isso?

Coringa: eu sei lidar com os meus problemas. Não esquenta a cabeça.

Suspiro derrotada e me aproximo parando bem na frente dele. Victor fixa o olhar nos meus pés e vai subindo bem lentamente.

Ele se inclina pra frente e de repente sinto o dedo dele tocar minha panturrilha pela fenda do vestido.

Babi: o que você acha que está fazendo ? - o dedo vai subindo cada vez mais até chegar na minha coxa onde a fenda acaba.

Coringa: sua pele é macia.

Babi: tem como você tirar a mão e de mim e me levar a sério ?

Coringa: hmm? Eu sempre te levo a sério, docinho. É você que não me leva a sério ?

Babi: eu ? - ele só pode estar de brincadeira.

Coringa: desde que coloquei meus pés aqui deixei bem claro as minhas intenções.  São basicamente duas,  que eu vou embora e que eu quero pegar você.

"Pegar você"

Que homen mais sem nexo.

Coringa: você jura que em momento algum você sentiu um clima entre a gente?

Babi: não, ao tempo todo eu me imagino enfornando você.- dou um sorriso

Coringa: olha só, imagino a mesma coisa sobre você.

Meu sorriso morre na hora e eu sinto uma sensação estranha. Bem estranha na verdade.

Eu definitivamente não devia imaginar certa mão contra o meu pescoço.

Babi: para com isso.

Coringa: você já me mandou parar antes, Bárbara. E eu sei que quando você realmente quer que eu pare você é mais firme que isso. - ele aperta a minha coxa.- eu acho que você não quer que eu pare de verdade.

É tão rápido que fico até meio assustada quando ele fica de pé na minha frente. A mão segurando a lateral do meu rosto.

Babi: eu tenho namorado.

O que eu me tornei ? É isso que me impede ? Só o fato de eu ser comprometida ? Devia ter outros mil motivos, como por exemplo, ele ser um criminoso perigoso.

Coringa: eu não tenho ninguém, posso fazer o que eu quiser. E agora é meio óbvio o que eu quero.

Eu sou uma péssima namorada, não mereço o Bruno.

Porque o Victor encosta os lábios nos meus e eu não empurro, eu não o afasto. Eu deixo ele me dar um selinho.

E quando a ponta da língua dele roça os meus lábios eu abro, eu dou passagem, eu deixo ele enfiar a maldita língua na minha boca.

E o pior... o pior é que eu gosto da sensação .

A mão que antes estava no meu rosto agora se encontra no meu cabelo segurando os fios com força.

A boca do Victor tem gosto de bala de cereja, é muito bom. Eu poderia ficar aqui a noite toda.

Meu corpo entra em combustão quando ele põe a mão na minha cintura apertando a região.

Um barulhinho ecoa entre a gente e eu me assusto ao perceber que eu gemi.

Merda, Bárbara. Você não é assim, você não engana as pessoas, você não é assim ....

Usando a última gota de bom senso eu finalmente afasto o Victor.

Lance Criminoso Onde histórias criam vida. Descubra agora