- atenciosas.

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Catarina Martins

  Eu decidi lavar meu cabelo, assim eu conseguiria realmente relaxar.
  Enquanto a água fria desce sob meu corpo meus únicos pensamentos são:

"Esses dois últimos dias foram mais movimentados que meu ano inteiro."

Infelizmente esse não é o único pensamento que me perturba. Eu ainda estou pensando no que irei fazer em relação ao Tom!

Minhas aulas começam semana que vem e provavelmente vou passar o dia inteiro fora. Se eu, apenas trabalhando, fico extremamente cansada e sem tempo, imagine quando a faculdade voltar. Acredito que mesmo se eu tivesse o "tempo dos sonhos" não sei se mesmo assim ficaria com o Thomas. Eu confesso que ficar com ele esses dois dias foram caóticos, mas não de um jeito ruim! O negócio é que eu tenho que levar em consideração que assim como eu, ele também tem suas necessidades. O que eu recebo no meu trabalho é suficiente para mim, não sei se é suficiente para mais uma pessoa.

  Mesmo o Tom sendo um fofo, lindo, carinhoso e puro.

Ele é literalmente um homem escrito por uma mulher!

O Thomas é como um presente enviado dos Deuses para mim. Porém, ficar com ele, é mudar de vida. É fazer novas adaptações! E sinceramente, não estou nem um pouco preparada para isso.
Em hipótese alguma eu quero um relacionamento agora. Eu preciso de um tempo para mim, entende? Preciso desfrutar da minha própria companhia! Entender quais são os meus gostos e compreender meus limites.
Tem tanta coisa acontecendo na minha vida que eu fico me perguntando o porquê disso tudo!

  Pego meu shampoo de frutas vermelhas e derramo um pouco na minha mão logo após passando para o cabelo. Vou massageando levemente meu couro cabeludo e tentando esvaziar a cabeça, e procurar uma maneira de relaxar em meio a pressão.

Ontem à noite procurei casas e locais de onde o Tom poderia ter "nascido" ou morado por um tempo. Depois de muita busca, achei uma senhora que havia perdido seu filho a um tempo. Suas características são bem semelhantes com a do Thomas, mas ainda estou bem insegura.

  Irei passar um tempo pensando nisso e talvez envie uma mensagem para a mulher. O Tom merece conhecer seus pais e ter uma família "normal".

  Quando fui enxaguar os meus cabelos, escuto a porta do banheiro abrir drasticamente.

— CATARINA! — Alguém entra gritando dentro do meu banheiro me fazendo ter um susto.

— QUE SUSTO! — Respondo sem abrir a cortina.

  Fico encostada na parede tentando me cobrir o máximo com as minhas mãos. O que sinceramente não adiantou de porcaria nenhuma.

— POR QUE TEM UM HOMEM SÓ DE BLUSA E CUECA NA SUA CASA DIZENDO QUE É SEU NAMORADO? — A voz do capeta que entrou no meu banheiro era familiar.

Até que finalmente reconheço a voz, e naquele momento, eu realmente preferia que fosse qualquer alma penada, que minhas amigas.

— LAUREN? — Rapidamente levo minha cabeça para fora da cortina, deixando meu corpo coberto.  — DANY? OLÍVIA? O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO AQUI?

Estavam todas lá! Todas com as mãos apoiadas na cintura como mães esperando o filho contar o que aprontou durante os cincos minutos que ficou sozinho em casa.

Dessa vez eu aprontei algo muito grande e estava com medo de contar para minhas "mães". Me sinto como uma criança prestes a ir para o cantinho do castigo.

— CATARINA! VOCÊ NOS ESCUTOU? — Dany estava claramente confusa com a situação.

— Droga, eu pedi para ele usar calças. —Resmungo.

Meu namorado imperfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora