- tempos difíceis.

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Foi divertido, dar conselhos a ela e escutar como está sendo sua vida me fez voltar aos meu dezesseis anos. Já estava ficando tarde então tive que voltar para o meu quarto.

O ferimento está melhorando, não espero a hora de ver meu garotinho. Ele bagunçou a minha vida, porém me mostrou que estar na bagunça nem sempre precisa ser algo ruim! A gente vai arrumando aos poucos e juntinhos. Dessa maneira montamos tudo diferente e de um jeito melhor...

- Boa noite, Catarina. Como está se sentindo? – o médico que estava me acompanhando entra no quarto e me pergunta.

- Estou me sentindo nova em folha! Quando receberei alta? – pergunto ansiosa.

- Calma, mocinha. Sei que quer sair logo daqui, mas precisamos primeiro fazer alguns exames! Não faz nem 72 horas que está no hospital.

- Como assim? Parece que já fazem seis meses! – dramatizo.

- Você é uma graça. Agora me conte, o que aconteceu para a faca ficar tão profunda em seu estomago? – eu poderia até contar e me livrar logo desse inferno, mas sei que se eu fizesse isso, abriria as portas para um inferno ainda maior.

- Fui fazer uma brincadeira na cozinha com meu namorado e na hora que encostei na mesa, não vi que tinha uma faca na ponta. Na hora que percebi, ela já tinha entrado! E quando fui tirar, acho que piorei a situação. – espero que ele acredite.

Eu acreditaria!

- Por isso não deve tirar, e sim se acalmar e esperar chegar algum profissional! – quem vai se acalmar quando tem uma faca enfiada na barriga?

- Próxima vez que isto acontecer, vou me lembrar das suas palavras, doutor! – percebo que ele me olha estranho.

- Próxima vez? - pergunta preocupado.

- E eu lá sei se outra faca estará na ponta da mesa esperando para me atacar. – ele ri do meu comentário.

A faca se chama: Alex.

- Como eu tinha havia dito: Você é uma graça! Vou passar uma lista de exames para você fazer antes de receber alta, ok? – será que esse médico está dando em cima de mim?

- Está bem. Espero que eu receba alta logo! Não aguento mais.

- Olha, parece que você tem visitas hoje! – diz ao ver ninguém menos que meu espírito obsessor, vulgo o Alex. – Até mais, Catarina!

- Até mais, Doutor! – me despeço do homem que já tinha saído do quarto.

- O que tanto conversava com ele? – Alex me pergunta sentando na poltrona ao meu lado.

- Não é da sua conta. – respondo seca.

- Pare de fingir que tem raiva de mim! – vem perto do meu rosto e sussurra em meu ouvido.

- Eca! – coloco minha mão em seu rosto e afasto de mim.

- Você ainda vai se apaixonar por mim novamente! – diz confiante.

- Repito muitos erros, agora esse? Se isso acontecer eu me mato antes de assumir para alguém.

- Catarina, você é uma graça! – solta uma pequena risada.

- Ele disse a mesma coisa... – provoco.

- Ele quem? – pergunta curioso, seus olhos começaram a ferver de raiva.

- Aquele belo médico que está me acompanhando! Sempre que pode vem aqui dizer como sou linda, gentil, simpática e outros belos elogios agradáveis e românticos. Ah, quase esqueci. Antes de você chegar ele me perguntou se eu estava solteira, disse que infelizmente não, mas que quando eu melhorasse daria um desconto e um bom agradecimento! Já que ele está cuidando tão bem de mim... – falo enrolando uma mecha de cabelo.

Meu namorado imperfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora