Ume

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Ikisaki - Capítulo 28

Ume

"A vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração".

- Charles Chaplin

"Isso é apenas sexo para você?", não era, nunca foi apenas isso, era algo mais... Era amor verdadeiro, do mais puro e sincero. Suspirou, olhando para a criança que corria atrás de Jaken, a melhor forma que ele conseguiria demonstrá-la, seria estando por perto e a apoiando quando ela necessitasse, a amando quanto pudesse. E com o tempo... Ele a diria com todas as letras.

"Eu te amo, Kagome..."

XXX

Subiu um degrau de cada vez, calmamente. Não sentia pressa em alcançar o fim, no topo, seu coração estava acelerado e a ansiedade lhe abraçava. Como iria conseguir fazer aquilo dar certo? Como obteria aquilo que desejava? Poderia parecer maluca, ela sabia... Sentou-se na borda do poço, quando alcançou o fim da escadaria, enquanto se acalmava. O som dos pássaros cantando ao redor era abafado pelas paredes do mausoléu e o ambiente era parcialmente iluminado pelo sol que invadia as frestas. Kagome havia retornado para casa em busca de respostas com sua mãe, Ume. Como em todas às vezes, usou a desculpa de que precisava repor mantimentos, e apenas assim seu retorno se deu com tranquilidade. Inu-Yasha às vezes era um pé no saco, na opinião da jovem, mesmo que não necessitasse mais unicamente dela para buscar fragmentos.

Colocou o cabelo atrás da orelha, ainda pensativa, apoiando ambas as mãos na borda do poço depois. Não queria afrontar sua mãe com um assunto tão delicado quanto aquele, mas ela precisava saber tudo o que pudesse, para que tomasse alguma decisão. Não era uma decisão simples, mas que necessitava ser tomada. Aquelas lembranças, eram reais demais para serem forjadas, vívidas demais para serem mentiras. O som de um avião a retirou de seus devaneios, estava no futuro afinal. Suspirando, desencostou-se do poço, seguindo para a escada do mausoléu. Puxou a porta de madeira, sentindo a brisa da manhã a atingir, porém era uma brisa diferente, parecia carregada comparada a brisa que sentia no passado, um ar mais pesado. Poluído.

Observou os pássaros içarem voo quando a viu, fugindo da aproximação humana, não pôde deixar de sorrir com isso. Ajeitou a mochila e a aljava com o arco, fechando a porta quando terminou de passar, o sol já estava a pino, mesmo ainda tão cedo, efeitos da poluição acreditava a garota. O templo estava vazio ainda, cedo demais para visitantes se arriscarem a subir às escadas, cedo demais para o sr Higurashi os recepcionar. Parou seu caminho, observando a Árvore Sagrada, uma brisa passou por ela, bagunçando seu cabelo. Tantas coisas ela havia presenciado, e estava ali, até agora.

Por um instante sua mente viajou até o passado, lembrando-se de quando viu Inu-Yasha pela primeira vez, preso em seu tronco. O que não tinha passado até ali, ao longo desses três anos? A princípio acreditou viver sua vida com o hanyou, havia se apaixonado por ele com o passar dos dias, mas kami não quis assim e ela acabou seguindo outro caminho, com outra pessoa. Ainda não entendia o que o destino queria com aquela união, Sesshoumaru era completamente seu oposto, ainda mais agora com a descoberta de sua possível posição. Ela pertencia ao sol e ele à lua.

Não negava que estava perdidamente apaixonada pelo albino, mas ainda se sentia insegura, não sabia se jogava-se de uma vez nesse mar de sentimentos ou se continuava segurando na borda como fazia. Sesshoumaru era inconstante demais para que ela tivesse alguma certeza, mas estava disposta a arriscar, porque quando eles transavam, ali sim, ela tinha certeza de que ele a amava, da maneira dele, mas sentia algo por ela. Era cansativo e incerto ao seu ver, mas estava decidida a lutar por esse amor...

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