Marcas

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Ikisaki - Capítulo 23

Marcas

"Se eu tiver de deixar marcas que sejam marcas de amor, pois essas são as mais suaves, lindas e indestrutíveis".

- Edna Frigato

— Não tenho — ele a respondeu se levantando e ergueu sua mão para ela, que prontamente a pegou. Sesshoumaru ajudou a garota a se levantar e afagou levemente a pele dela, antes de soltar-lhe a mão — Me siga.

O youkai passou a caminhar e a garota passou a segui-lo. Ele precisava testar uma coisa e para isso tinha que estar fora das vistas alheias, ainda mais para o que ele desejava fazer.

XXX

O caminho se estendia perante eles. Sesshoumaru ia caminhando mais a frente enquanto Kagome o seguia, sem nem se importar para onde iriam. O sol já começava a se pôr e a sacerdotisa não havia pensado, ainda, na possibilidade de preocupar seus amigos, mesmo que já fosse grande o suficiente para se proteger sozinha.

Kagome ainda estava aérea demais sobre as coisas ao seu redor, e a única coisa que lhe parecia correta, era Sesshoumaru, a quem a garota enxergava como um porto seguro no momento. Apenas o lorde do Oeste poderia lhe deixar racional perante a loucura que se desenrolava para ela. Assuntos demais a se pensar, coisas ainda a descobrir e também havia a jóia de quatro almas, como ela poderia dar trégua em algum momento?

Sesshoumaru olhava de vez em quando para a garota que seguia ao seu lado. Sabia que ela estava perdida em pensamentos e não sabia se isso era bom ou ruim no momento, contudo, o youkai tinha um plano e teria que pô-lo em prática, e ele iria. Por isso eles estavam seguindo para aquela cabana. O lorde do Oeste havia a visto quando seguia para onde Kagome estava a meditar com Takeo.

Não era grande, devia ter apenas dois cômodos, porém era reservado o bastante para que o Dai-Youkai pudesse colocar em prática o que desejava. A noite começava a surgir em algum lugar e pouco a pouco a luz ia cedendo espaço para a escuridão, mas isso não preocupava o youkai, afinal até onde ele sabia era noite de lua cheia.

— Ainda vamos andar muito? — a voz de Kagome fez com que voltasse sua atenção para ela. A garota parecia levemente impaciente ao seu lado e ao mesmo tempo, ansiosa.

— Já estamos chegando, humana — Sesshoumaru a respondeu apenas, a cabana já visível a ele, não a ela.

— É que agora eu me toquei que irei preocupar meus amigos... — a garota desviou o olhar para o caminho, não focando diretamente no youkai — Eu simplesmente saí sem os avisar...

— Isso não será um problema — O lorde do Oeste respondeu, quase como se desse de ombros. Ele sabia que quando os amigos a procurassem, sentiriam o cheiro dele e eles entenderiam que a humana estava com ele.

Kagome cruzou os braços emburrada, o arco preso no seu ombro, como sempre. A verdade era que a garota se sentia ansiosa sobre o que Sesshoumaru faria, já havia algum tempo desde que se envolveram e a garota não sabia se o lorde desejava um novo tipo de envolvimento, por mais que ela ansiasse que sim. Contudo, ela não queria se resumir a apenas isso, meros encontros sexuais, ela queria mais e não sabia o quanto poderia cobrar. Mais a frente a garota pôde avistar uma pequena cabana e parecia que era para lá que Sesshoumaru se encaminhava.

O coração da humana deu um solavanco passando a bater de forma descompassada. Qual era a dele? Na frente da cabana havia um espaço aberto, mesmo que estivesse no meio da floresta, talvez o dono prezasse a iluminação natural, economizando lenha e óleo de lampião. Kagome observou o youkai adentrar a cabana e aguardá-la, segurando a porta. A jovem sacerdotisa deu um leve suspiro, observando os últimos raios solares pintarem o céu de rosa e laranja.

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