Kagome

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Ikisaki - Capítulo 29

Kagome

"Mesmo sozinha, você nunca fraquejou ao enfrentar os desafios de ser mãe, e tudo o que alcançou na vida deve quase que exclusivamente a você, mãe".

- Autor desconhecido.

Apertou a campainha e aguardou. Após alguns segundos a mulher abriu a porta, parecia chorosa e havia lutado bastante para esconder aquilo, observou a pessoa na porta, sentindo seu coração disparar, como aquilo era possível?! Os cabelos estavam curtos, e ela parecia beirar a casa dos trinta, seu coração disparou e a ansiedade tomou conta.

— Olá — ela se pronunciou sorrindo, os azuis brilhantes e repletos de saudade a saudavam — Quanto tempo, mamãe.

XXX

Continuou alguns minutos sentada no fundo do poço, sem se mover de fato. Ela não sentia mais a ligação natural com a outra era. Kagome não sabia contabilizar exatamente há quanto tempo havia retornado de sua era, estava sem coragem pra se mover, ainda sentia-se desolada pelo o que havia ocorrido, sem chão. Não compreendia muito bem o que estava acontecendo, todavia ela sabia que quando o momento chegasse, ela teria que se desligar de sua família no futuro, mas, porque doía tanto? Doía porque não era apenas dar às costas e dizer-lhes adeus, como se faz com um conhecido qualquer...

A garota sabia que devia ter a consciência tranquila, sua família não sofreria mais com a constante falta de notícias e ela não os curtia de fato, eram apenas visitas passageiras da qual ela passava a maior parte do tempo fora, do que com eles. Todavia o coração de Kagome pesava em seu peito, havia partido com o coração magoado, às palavras de sua mãe pesavam-lhe, assim como às suas, não deveria ter partido com uma briga. Sua mãe merecia ter terminado com uma ótima lembrança das duas. Fungou novamente, não conseguindo se acalmar o bastante para parar de chorar. Sentia as lágrimas banhando-lhe a face e molhar seus braços, afinal a garota estava sentada abraçando as pernas com o queixo apoiado nos braços.

A verdade rondava sua mente, ela compreendia o que lhe era imposto, contudo era doloroso demais para ela administrar agora, era como se fosse abandonada por todos que amava de uma vez. Amaterasu tinha cuidado para prepará-la para este momento, lhe mostrando a lembrança de que, sim, sua mãe sabia de tudo desde o princípio e não era nada forçado e sim consentido. Ume também sabia que o momento chegaria e ela aceitava de bom grado. Kagome cresceria e viveria com Ume até os 15 anos e após isso, de forma gradativa, ela iria se desligando deles. Analisando desta forma fazia sentido, uma vez que ela passava tanto tempo fora, que quando chegasse o momento do adeus, ele não seria tão pesado quanto seria com algo brusco. Inesperado.

Mas para Kagome não era apenas a dor do adeus, é a descoberta de um novo mundo, uma nova história, novas possibilidades, além de ter que administrar os fragmentos da Joia, Naraku e o relacionamento levemente conturbado com Sesshoumaru, que uma hora era um amor, na outra um cavalo. E no meio disso tudo, aquela que se denomina sacerdotisa do futuro, Kagome. Eram coisas demais, para pouco tempo, mente e coração. Levou os dedos até a testa, onde ela sabia que a marca estava, não era tão forte, era preciso estar muito perto e prestar bastante atenção para vê-la, entretanto Kagome desconfiava que logo ela seria permanente, como a de Sesshoumaru.

O sol com oito raios similares a ganchos de anzol. A garota já havia o analisado por horas em frente ao espelho, ele era amarelo e era do mesmo tamanho da marca de Sesshoumaru, ficava levemente escondida por sua franja, mas se ficasse mais forte, não poderia esconder mais, e talvez todos soubessem sua real descendência.

— Kagome? — o chamado a retirou de seus devaneios, fazendo com que a garota olhasse para cima, Shippou a olhava da beira do poço. A kitsune não compreendia porque Kagome estava há tanto tempo lá dentro, sendo que já fazia algum tempo que ela havia chegado.

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