Desejada

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Ikisaki - Capítulo 5

Desejada

" Que você encontre a paz e a desejada paixão, que ela lhe preencha e te faça se sentir amada, a mais amada dentre todas as mulheres".

- Millena Alves.

O hanyou caminhou até a youkai dos ventos que estava com os olhos vidrados, devido a dor que sentia, ele estava a punindo por sua falha, em deixar Kagome escapar e junto com os fragmentos, dessa vez ele não deixaria passar em branco, ah não, ele ainda era Naraku e ele mostraria a todos que apenas com a dor, se pode alcançar o poder.

XXX

A noite avançava para a penumbra, uma tempestade caindo do lado de fora, mas aquilo não o incomodava em nada, depois de ter punido Kagura como ela merecia, o hanyou seguiu para os seus aposentos, estava adiando aquilo tempo demais e começava a sentir o peso daquela decisão, precisava trocar partes de seu corpo quase que imediatamente, porém ele precisava de Kagome. Parte do adiamento para sua regeneração, era porque já queria ter a sacerdotisa como parte de seu corpo. Tê-la como seus olhos...

Sabia que seria arriscado absorver o corpo de Kagome, afinal ela poderia purificá-lo no processo e isso era a última coisa que desejava, porém ele ainda precisava dos olhos dela para que ele pudesse buscar os fragmentos por si só, sem a dependência dela ou de Kikyou como vinha fazendo... Kikyou, a humana pelo qual seu lado humano era apaixonado... Perdidamente apaixonado... Ah, como ele odiava aquilo, aquela impotência em exterminá-la por completo, queria ser o responsável pela morte dela, porém como poderia matar o que já estava morto? Kikyou não pertencia mais a aquele mundo e agora a mulher era obrigada a roubar almas alheias para continuar ali, vivendo.

Seu corpo começou a se desfazer, desmanchando-se aos poucos, num processo do qual ele já estava levemente habituado, quantas vezes não passara por aquilo até ter o corpo que tinha hoje? Todavia ele sabia, ele sentia, que poderia ter um corpo ainda melhor, ainda mais forte, e para isso ele precisava tirar uma parte importante dele, uma parte que o deixava fraco e o deixava impotente perante Kikyou... Onigumo precisava partir, porém como ele se livraria dele se ainda era uma parte vital de si?

Precisava também pensar em algo para seu mais novo objetivo, precisava atrair a sacerdotisa do futuro e precisava por fim no grupo dela, os amigos irritantes dela. Não podia deixar ninguém atrapalhar suas vontades. E ele não permitiria que atrapalhasse, tiraria aquele sentimento de si e de quebra levaria os olhos dela. Sua cabeça era a única parte que estava inteira, como se fosse uma aranha presa em um emaranhado de teias. Kagura ainda estava desacordada, depois da punição que Naraku lhe dera, e ambos sabiam que ela precisava cooperar, se não a morte lhe seria apresentada.

O miasma tomava conta de todo o cômodo e tomava também parte do corredor e dos outros cômodos do local, ele era uma praga no fim, que desejava ver tudo se desfazer diante dos seus olhos. E ele iria, porém necessitava de um corpo mais forte e de aliados mais fortes e menos independentes, já havia aprendido com Kagura que não podia lhe dar liberdade, mesmo que ainda houvesse seu coração em suas mãos, ela ainda teimava em desafiá-lo.

A porta fora aberta e o hanyou olhou para ela, a claridade invadiu parcialmente e mostrava as várias carcaças de youkais que Naraku selecionava conforme achava que aquela parte era mais forte, uma cena medonha e asquerosa. Muitos queriam a oportunidade de vê-lo daquela forma, fraco. A pequena youkai branca entrou no recinto, era a única que Naraku permitia se aproximar quando estava tão vulnerável.

— Mandou me chamar? — a voz apática e sem vida se pronunciou, a aparência da garota era sempre de um zumbi e ela segurava seu espelho como sempre, os olhos vidrados observando o mestre.

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