Amarnos como si fueramos pequeños, querer es eso.
( Estupidez - Aitana)
Idiota!
A consciência de Simón gritava ferozmente para ele.
Bebericou o seu café fumegante uma última vez e encarou, pensativo, os raios de sol cruzarem o céu, pintando a alvorada.
Mal havia conseguido pregar os olhos na noite anterior. Odiava brigar com Ámbar, ainda mais se a causa fosse alguma atitude estúpida e desnecessária da parte dele, a exemplo do que aconteceu no dia anterior. Simón queria aproveitar cada segundo ao lado dela antes de entrar em um avião para a Inglaterra, mas a única coisa que ele conseguiu foi um jantar afogado em um profundo silêncio e uma noite em meio a mais de uma hora em que o barulho da televisão era o único ruído que ocupava o apartamento.
Era notória a chateação de Ámbar, além de ser bastante compreensiva. Simón não estava orgulhoso do próprio comportamento. Realmente, havia agido como um completo idiota.
Ficou tão irritado com os rumores que Ámbar lhe contou.
Sabia como as situações, no ramo profissional deles, com a mídia eram bem tendenciosas e, a maioria delas, inverídicas, mas os boatos de camarim não ficavam muito atrás dos tablóides. Todos os dias surgim mentiras envolvendo algum companheiro de trabalho deles e Ámbar sabia disso melhor que ninguém, afinal, infelizmente, ela já foi protagonista de uma delas.
Ele fechou os olhos com força e apoiou a cabeça no encosto da poltrona da sala. Sua mente estava uma grande bagunça. Desde pequeno, Simón buscava o melhor nas pessoas. Esperava que, assim como ele foi ensinado a ser, elas fossem verdadeiras e tivessem cárater. Queria acreditar no conto de fadas em que ninguém enganaria o outro de propósito.
A realidade era uma grande merda.
-Acordado a essa hora?
Simón abriu os olhos e seguiu o som da voz, surpreso. Ele parou, extasiado. Ninguém deveria estar acordado. Os ponteiros do relógio mal marcavam cinco horas da manhã. Porém, ali estava ela. Ámbar estava encostada na parede do corredor com os braços cruzados sobre o peito e os olhos azuis intensos e tomados de sono estavam fixados nele. Os cabelos dourados desciam levemente sobre os ombros em cascatas desgrenhadas, cobrindo parcialmente a frente do pijama decorado de pequenas coroas.
Ámbar conseguia ficar ainda mais bonita em seus impensados looks naturais do cotidiano.-Eu não...- ele limpou a garganta e depositou a xícara entre suas mãos sobre a mesa de centro – Não consegui dormir.
Ela assentiu em silêncio.
Ámbar se lembrava das brigas entre eles durante o não-relacionamento deles na adolescência e da aparência com que Simón ficava nos dias seguintes. O aspecto cansado e as leves olheiras escuras abaixo dos olhos castanhos pelos quais ela era tão apaixonada. Ele sempre ficava mais distraído no próprio mundo do que o normal e até mais relaxado, o que chegava a ser negligente consigo.
Ámbar umedeceu os lábios, inquieta, e desviou o olhar para os próprios pés descalços.
-A nossa...conversa de ontem tirou o seu sono?
Simón voltou-se para a imagem do céu, agora mais alaranjado, através da janela e respirou fundo. Mentir era uma opção e uma parte dele dizia que isso a faria se sentir melhor, mas não faria bem ao atual relacionamento deles. Esconder sentimentos e situações não era o certo nem fazia bem a nada que eles tentavam construir juntos.
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Estupidez
FanfictionÁmbar era a modelo mais requisitada do momento. Sua imagem estava estampada em todas as revistas. Ela tinha a vida que queria, o trabalho que amava, mas não o homem que fazia o seu coração bater mais forte. Ela não o via há anos e acreditava ter sup...