Que eu tenho tanto amor pra dar, eu quero partilhar
Esse pedacinho de mim, simples assim
(Simples Assim - Estela Blanco)
Alguns anos depois.
Ela respirou fundo.
Ámbar abriu um sorriso e cobriu-se com o lençol branco e macio que envolvia seus corpo.
Os calorosos raios de sol adentravam ao quarto com intensidade pelas portas francesas abertas e beijavam a ponta da cama com delicadeza. A paisagem paradisíaca compensava a iluminação encandeaste da manhã. O cheiro de maresia invadia suas narinas enquanto seus ouvidos seguiam o barulho do mar, imaginando seu movimento ritmado. As ondas azuis quebrando contra a areia quente e fina antes de recomeçar o ciclo natural em uma dança coreografada pouco tempo depois.
Afastando o tecido, devagar, Ámbar buscou o telefone na mesinha de cabeceira e estreitou os olhos sensíveis de sono. O relógio marcava quase oito e meia. Ela largou o aparelho de volta no lugar, jogou o próprio corpo para trás e deitou contra o travesseiro, preguiçosa. Seu corpo implorava para que ela persistisse ali durante todo o dia. Suspirou. Em um impulso, Ámbar rolou na cama e tateou o outro lado em busca do calor humano com o qual havia se acostumado a compartilhar os lençóis.
Estava vazio.
Seus olhos, já adaptados à claridade, encararam a roupa de cama branca amontoada ao seu lado onde há algumas horas um homem muito bonito estava deitado. Ámbar respirou fundo. Simón devia ter se levantado há horas, enquanto ela permanecia ali dormindo como se não houvesse uma linda praia do lado de fora do chalé a sua espera.
Resignada, sentou-se na cama, passando suas mãos por entre os fios dourados e desgrenhados do cabelo, e se levantou devagar. O quarto estava quase que exatamente como haviam deixado na noite anterior quando foram dormir se não fosse pela toalha molhada de Simón jogada sobre uma cadeira. Caminhou até a toalha, tirou-a da madeira que aos poucos absorvia a umidade e a colocou estendida no banheiro.
Ámbar deteve o andar e observou o quarto vazio com atenção.
Se quisesse, não seria difícil encontrar Simón.
Com o passar dos anos, ele havia desenvolvido uma rotina diária bastante previsível. Acordar, se ajeitar, sair para correr, tomar café e começar o dia. Um ciclo sem fim. Ámbar não reclamava, longe disso. Se tivesse um terço da disposição dele para acordar pela manhã para correr, com certeza, já teria aderido a essa rotina maluca. Porém, exercícios funcionavam apenas depois das nove. Não, às cinco e meia da manhã, junto ao nascer do sol.
Cruzando o quarto, Ámbar aproximou-se das portas francesas, se apoiou no portal da porta e permitiu se perder na beleza natural das ondas de água cristalina pinceladas com o branco da espuma marinha. Poderia passar a manhã inteira ali, perdida nos próprios pensamentos e na imagem diante dos seus olhos.
Ela estava grata por tudo que havia conquistado com o passar dos anos. Nada havia vindo de graça nem com facilidade. Havia tido escândalos envolvendo Emma, Simón e ela. Brigas com jornalistas e paparazzi inconvenientes. Contratos malucos. Empresas péssimas em negociar parcerias. Muita coisa e pouco descanso, mas tudo valia a pena.
-É lindo, não é?
Ela pulou, assustada, e se virou rapidamente.
Simón caminhou até ela com um sorriso nos lábios e uniu seus lábios em um beijo carinhoso.
-Bom dia, bonita!
Ámbar abriu um sorriso, apaixonado, e envolveu o pescoço dele com os braços, invadindo os densos fios escuros e molhados com os dedos, enquanto sentia as mãos dele agarrarem sua cintura, puxando-a para si.
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Estupidez
FanfictionÁmbar era a modelo mais requisitada do momento. Sua imagem estava estampada em todas as revistas. Ela tinha a vida que queria, o trabalho que amava, mas não o homem que fazia o seu coração bater mais forte. Ela não o via há anos e acreditava ter sup...