Fim da Linha

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¿Cuántas veces quieres insistir?

Si nuestra serie ya llegó a su fin.

(Capítulos - Dvicio)

Simón coçou os olhos com as costas das mãos e olhou para o relógio em seu pulso mais uma vez.

9:45

Ele arregalou os olhos e levantou-se em um pulo. Havia dormido demais.

Todo o cronograma mentalmente organizado de acordar antes das oito e estar alimentado e pronto em frente a porta do seu apartamento antes dos ponteiros marcarem nove horas foi completamente arruinada quando seus olhos abriram e depararam-se com o horário. Eram oito e meia quando Simón saiu do quarto para tomar café da manhã.

Ele bufou, frustrado, e enfiou a mão no bolso, procurando a chave do apartamento. Nunca verificou o resultado das reformas pessoalmente, mas lembrava dos vídeos que Emma o enviou da primeira vez que entrou ali após todas as mudanças significativas. Ela parecia radiante ao deparar-se com tudo. Desde o pé direito alto na sala até enorme banheira no banheiro da suite master.

Simón girou a chave na fechadura e empurrou a porta.

Os olhos castanhos passeavam por cada canto, atentamente. Era um lugar bonito, mas algo nele não era tão aconchegante quando o apartamento de Ámbar no qual ele estava acostumado a encarar praticamente todas as manhãs. Os tons pastéis cobriam tudo - do piso ao teto - com os toques femininos de Emma por todos os lugares. Se não soubesse que um terço do aluguel daquele lugar estava registrado nos seus gastos mensais, Simón não acreditaria que ele também era inquilino dali e que seu nome constava na escritura.

Trancou a porta novamente, colocou as chaves sobre a mesa de suporte perto da porta e caminhou calmamente pelo salão. Era um espaço bem amplo.

Ámbar gostaria daqui, ele pensou.

Os passos silenciosos praticamente não dominavam o ar do ambiente. Tudo estava tão calmo que por um segundo ele acreditou estar sozinho. Porém, isso não poderia ser verdade. Ele havia confirmado a agenda de Emma com o agente dela. A sua manhã estava livre e, segundo informações fornecidas por ela, não havia planos de sair de casa, descansaria até tarde e depois iria direto para a sessão de fotos no final do dia.

Simón parou diante de uma das janelas da sala, respirou fundo e caminhou os dedos por entre os fios escuros do cabelo. Aquela era a chance deles de conversar. Precisavam tomar uma decisão juntos o quanto antes. Uma decisão importante. Simón já sabia o que queria e com quem pretendia seguir a vida, apenas esperava que Emma fosse compreensiva o suficiente para entender a situação sem grandes problemas.

Poderia não amar Emma da maneira como ela merecia ou como queria, mas Simón sentia um enorme carinho por Emma. Apesar de tudo, ela era uma boa pessoa e ele não pretendia magoá-la. Porém, algo o dizia que seria inevitável. Que a quebra de confiança seria dolorosa na mesma intensidade de quando Ámbar o contou sobre os rumores que perpwssavam camarim por camarim.

Passou a mão pelo rosto e encarou o corredor dos quartos. Talvez Emma acreditasse que a inesperada aparição dele fosse uma grande surpresa cheia de intenções românticas e, não, um confissão profunda e envergonhada. Simón não se orgulhava da forma como conduziu seu relacionamento, mas, em nenhum momento, sentia vergonha dos seus sentimentos por Ámbar. Na verdade, estava bem longe disso. Ele amava cada momento. Cada troca de olhares. Cada sensação de sua pele contra a dele. Tudo. E, mesmo que tivesse tentado com todo e qualquer vestígio de célula em seu corpo sentir uma mínima parcela disso com Emma, nada chegava a fazer seu corpo tremer de antecipação, seu coração errar a batida ao vê-la fazer café pelas manhãs em uma dança distraída e sem coreografia e seu peito doer de saudade.

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