"Capítulo 26"

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Jisoo



Quando as portas do elevador se fecharam senti um aperto forte no peito, algo que nunca imaginei sentir, algo como perda, como se eu estivesse perdendo Lisa. Abraçei meu próprio corpo, algo que não durou muito até sentir uma mão segurar firme a minha, olhei para trás e vi a senhora Manoban me olhar com amor.

- Ela vai ficar bem querida ...- sua voz estava fraca pelo choro, mas ela parecia confiante, olhei para meus pais amparando Jennie que tinha olhos extremamente assustados, era como uma garotinha.


- Estou aqui com você! - me aproximei dela e a envolvi em meus braços, minha irmã tremia e chorava contra meu peito, eu entendia o seu medo, agora eu entendia.- Precisamos ir pro último andar, eles não irão se arriscar subir tão alto.

Quando as portas se abriram demos de cara  com um imenso corredor, algumas das pessoas que trabalhavam na cozinha se juntaram a nós ocupando a suíte master, o lugar era enorme, quase como um grande apartamento. Nos acomodamos na sala, peguei água para minha mãe e a mãe de Lalisa, acomodei Jennie na cama, ela ainda tremia muito.

- Jisoo...e se algo aconteceu? - sua voz chorosa chamou minha atenção, neguei com a cabeça e tirei meu sapatos me deitando ao lado dela na cama.

- Nada vai acontecer - toquei seus cabelos fazendo um carinho como costumava a fazer antigamente - Lalisa vai encontrar Roseanne e logo estarão aqui - foi um movimento involuntário, mas acabei passando a mão em sua barriga.

- Ela está um pouco agitada - Jennie sussurou, sua cabeça estava em meu ombro - Estou com medo Jisoo, e se algo acontecer com Rosé, não vou conseguir sem ela.

- Ela está bem, e você não está sozinha - beijei seus cabelos - Vou está aqui com vocês, já escolheu um nome?.- perguntei para mudar de assunto.

- Mamãe queria que colocássemos o nome da vovó - eu fiz uma careta e ela riu, sentia falta da risada de Jennie, eu sentia falta da minha irmã - Mas acabamos escolhendo Ella.

- Um nome bonito, sem criatividade, mas bonito - Jennie riu ainda mais, observei meu pai distante, ele parecia contente em nos ver juntas, foi difícil pra eles que sempre diferente duas filhas tão unidas e depois nos ver tão distante uma da outra.


Não consegui relaxar em nenhum momento, Jennie acabou dormindo em meus braços, meu pai estava ao telefone com a polícia, a tv estava ligada e já tinha muitos polícias do lado de fora do hotel, equipes de tv e até mesmo curiosos. Eu me via inquieta andando de um lado para o outro naquele quarto, mamãe se deitou ao lado da minha irmã.


- Eu vou descer pai - falei tirando minhas meias, ia descer descalça, era impossível correr de salto.

- Nem pense nisso filha, é muito perigoso - ignorei meu pai prendendo os cabelos, não ia ficar de braços cruzados esperando o que quer que fosse acontecer - Jisoo está me ouvindo?.

- Não vou ficar aqui esperando - falei firme - Vou só ver o que está acontecendo, vou ser cuidadosa - me aproximei da porta, ele sabia que seria perda de tempo discutir.


Abri devagar tendo certeza de que não havia ninguém no corredor, fechei a porta e segui pelo mesmo caminho que viemos mais cedo, abri a porta de serviço que levava ao elevador da cozinha. Mal conseguia respirar, eu estava apavorada, mas minha mente só ia de encontro a Lalisa, ela não podia se machucar nunca, não depois do que me disse, ela me ama.

Fechei os olhos com força sentindo as lágrimas descer sobre meu rosto, encostada no fundo do metal gelado segurando as barras de proteção, pensei sobre as palavras da mulher que eu dividia minha vida nos últimos três meses, o que eu sentia por Lisa? Eu gostava dela isso era óbvio, mas seria capaz de ama-la? Eu não sabia se poderia me entregar novamente a esse sentimento depois de tanta dor, mas eu queria Lisa junto a mim.


Abri os olhos quando o elevador parou, as portas se abriram e me assustei quando ouvi os choros, havia uma vozes e murmúrios, uma voz masculina saia de um alto falante, imaginei que fosse de algum polícia. Não dava para saber bem o que se passava lá fora, sai do elevador andando com cuidados, as luzes piscavam e era meio de difícil enxergar.


Tentei não encostar em nada com medo de fazer barulho, a última coisa que queria era ser descoberta por um dos assaltantes, caminhei devagar tentando controlar meu tremor, a cada passo os choros ficavam mais altos, só não me preparei para queda assim que pisei em algo escorregadio no chão. Senti o tombo e xinguei internamente por que minha bunda estava doendo pra caramba, senti minhas mãos sujas e olhei para o que havia provocado minha queda e reprimi um grito.


Sangue, muito sangue, meu coração começou a acelerar, senti uma ânsia enorme, tentei ao máximo me afastar e limpar minhas mãos, havia sangue por toda parte, quanto mais eu tentava fugir mais parecia se espalhar. Eu já chorava em desespero quando senti minhas costas bater em algo, apavorada me virei rápido sentindo meu corpo tremer.


- Lisa...- me aproximei do seu corpo desacordado, meu Deus o que tinha acontecido - Lisa, o meu Deus, Lisa - chamei por ela baixinho.

Toquei seu rosto, seus olhos fechados e a pele muito pálida, procurei qualquer tipo de ferimento em seu corpo, tinha muito sangue no chão e eu suplicava para não ser dela. As luzes se apagaram e logo voltaram a acender, voltei ao seu rosto sem encontrar nenhum ferimento até vê o brilho do sangue em seu cabelo, tinha um ferimento na cabeça dela, assim que toquei ela gemeu.


- Lisa - chamei - O que aconteceu com você, por quê?- seus olhos se arregalaram e suas mãos seguraram firmes meu pulso.

- Jisoo...- seu espanto em me ver foi enorme - A Rosé, ela...uma arma, alguém atirou.- eu não conseguia entender nada do que ela dizia, Lisa parecia confusa.

- Meu amor me ouça, precisamos sair  daqui - segurei seus ombros - Acha que consegue andar? - perguntei, mas Lisa parecia muito área, seria difícil ela era muito maior que eu.


Passei seu braço por cima do meu ombro e tente nos por de pé, a primeira tentativa foi falha, mas tentei novamente. Vamos lá meu amor, me ajude. Pensei enquanto tentava novamente, na terceira vez consegui nos firmar, por sorte não estávamos longe do elevador, ia funcionar. Apertei o botão para que a porta abrisse, mas senti que não conseguiríamos ir muito longe.

- Ora, ora o que temos aqui? - uma voz grossa que fez meu corpo todo arrepiar de pavor me parou no caminho, não consegui me mover quando o cano da arma pressionou minha cintura- Não tão depressa querida Kim, antes precisamos acertar algumas coisas.








Volto só amanhã, nem adianta chorar

" TENDERNESS ".   (LISOO)Onde histórias criam vida. Descubra agora