Capítulo 22 - O universo não economizou em você

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Oi? Tem alguém aí? 

Bora ler e conversamos lá embaixo.

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"O universo economizou em você!" - Rupi Kaur

Eu apoiei a cabeça no braço de Rodolffo, enquanto o pessoal fazia a maior algazarra na sala porque eles tinham sido contratados por uma cantora famosa. Tínhamos acabado de almoçar e estávamos reunidos no deck finalizando as reuniões do trabalho para as próximas semanas.

- Ju, tem certeza de que não vai ficar chateada? – Débora disse animada e eu dei um sorriso aberto.

- Nada a ver! – Disse respondi não tão animada quanto eles, mas é porque eu estava gripada. – Podem ir fazendo os contatos de vocês, porque eu não vou ficar nessa vida para sempre. – Falei alto para que todos me escutassem e eles riram.

- Você diz isso todo santo dia, Ju! – Giu disse rindo.

- Acho bom vocês pegarem a dica. – Eu disse e eles voltaram a rir, rolei os olhos para aquele bando de abusados.

- Não se preocupe que estaremos lhe esperando quando suas férias acabarem. – Juzé prometeu e eu fiz uma careta.

- Deixe de chatice mulher! – Igor pegou no meu pé e eu dei língua para ele.

- Vamos passear? – Rodolffo disse baixinho só para mim, mas Lessie enfiou a cabeça entre nós dois como se a palavra passear a tivesse materializado magicamente entre nós.

- Vamos levar essa pestinha e dar uma canseira nela? – Proponho a ele enquanto acariciava a orelha do cachorro que estava gigante e já não era aquela filhotinha que correu para mim no meio da rodovia.

- Vamos levar Cecília também. - Ele disse me puxando para longe do banco de madeira que estávamos sentados. – É bom que ela cansa também. – Ele me fez rir.

- Acho que ela está dormindo. – Eu disse e procurei meu celular para procurar meu pacotinho pelas câmeras.

- Vamos lá procurar ela. – Ele puxou o celular das minhas mãos e guardou no bolso de sua bermuda.

Subimos as escadas apressados dando risada entre conversas, entramos no quarto de Cecília na ponta dos pés, mas ela já estava acordada e aparentava estar melhor da gripe. Eu ainda me sentia meio dopada e cansada dos remédios, mas não ia recusar um passeio ao ar livre.

A praça grande e arborizada, dentro do condomínio, oferecia a segurança que a gente precisava para sair de casa sem montar uma operação policial. Chegava a ser cansativo ter que me esconder do mundo, a falta de liberdade para ir e vir era angustiante, mas eu entendia o amor dos fãs. Caminhamos enquanto a conversa fluía animada, Cecília queria montar na Lessie que corria e fugia, mas estava sempre por perto nos acompanhando.

- Titio, quero cavalinho? – Cecília pediu cheia de dengo.

- A voz da menina chega muda. – Eu disse rindo que Cecília se derretia por Rodolffo.

- Vem cá, coisa linda do tio. – Rodolffo pegou ela do chão e encheu de beijos enquanto ela ria agarrando a barba dele.

É, ele se derretia por ela também.

- Eu quero que esse tempo passe rápido. – Ele reclamou cheirando o pescoço de Cecília que ria das cócegas que a barba fazia.

- Eu vou dizer para você aproveitar o momento. – Ele rolou os olhos com as minhas palavras, mas depois deu um sorriso safado.

- Eu sempre aproveito as minhas oportunidades. – Ele disse piscando para mim. – Ceci, sabia que pode chamar o tio de papai também? – Ele encarou Cecília que retribuiu o olhar em dúvida.

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