Eu ainda conseguia sentir o balanço da água do mar no meu corpo, enquanto estava com minha cabeça encostada no peito de Rodolffo no voo de volta para São Paulo. O feriado havia sido maravilhoso, descansei, passei um tempo de qualidade com a minha família e amigos, passei praticamente três dias tomando banho de mar, namorei muito e, ainda, consegui ir aos shows dos meninos. Eu não conseguia acreditar que havia sido tão bom, tão bom que eu não queria que acabasse.
- Já vamos pousar. – Rodolffo me alertou e eu concordei segurando sua mão.
- Eu odeio essa parte. – Eu disse e ele me abraçou forte. O impacto do avião com o chão me fez estremecer. – A escolta já está me esperando, você pode dispensar os seguranças. – Ele me olhou insatisfeito.
- Você sabe o que eu acho sobre isso. – Ele disse e eu concordei.
- Já conversamos e eu aceitei os seguranças quando eu não estiver em São Paulo, mas eu não vou ficar com segurança e a escolta policial. – Respondi e ele ainda tentou argumentar. – É um exagero. O avião taxiou pela pista e parou na garagem.
- Eu ainda acho... – Ele começou.
- Eu tenho uma equipe com 18 policiais trabalhando dia e noite na minha proteção. – Respondi cansada daquela conversa. – Podemos, por favor, parar de falar sobre isso? – Perguntei e ele fez que sim.
- Desculpe, eu sei que estou exagerando, mas é que eu estou preocupado. – Ele respondeu e eu fiz que sim.
- Vai dar tudo certo, vamos retornar a nossa rotina aos poucos. – Disse tentando passar um pouco de tranquilidade a ele. – Essa ameaça não vai durar para sempre. – Ele concordou.
- Eu queria ficar mais um pouco com você, mas eu ainda tenho show em Goiânia hoje e amanhã. – Concordei. – Vai ficar tudo bem, eu te mando uma mensagem quando chegar em casa. – Ele me beijou.
- Eu pensei em ir a Goiânia nesse final de semana, eu sei que você não vai estar lá, mas... – Eu não consegui continuar.
- Vai me dar paz de espírito. – Ele disse e eu rolei os olhos para aquele exagero. – A casa é sua, Ju. – Ele me puxou para seu colo, olhei ao redor percebendo que já estávamos sozinhos no avião. – Você sabe que eu não vou poder estar com você pelos próximos 20 dias, tem show em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul e depois a turnê nos EUA, quando eu voltar vou passar um tempo com você em São Paulo ou onde você quiser. – Ele prometeu.
- Fique tranquilo, vou passar os finais de semana em Goiânia. – Ele sorriu e me beijou.
- Eu já estou com saudades. – Ele disse e eu concordei. – Se alguma coisa acontecer fale comigo que eu venho imediatamente. – Ele disse e eu concordei.
- Rodolffo, eu sei que isso que passamos foi um pesadelo, mas vai dar tudo certo. Não se preocupe tanto, eu tenho proteção agora. – Acariciei seu rosto. – Confie em mim, eu sei me cuidar. – Pedi.
- Eu confio, mas eu tenho medo de que algo aconteça com você. – Ele revelou.
- Nós vamos ter que superar os medos. – Ele me puxou para mais um beijo antes de me soltar.
- Quando eu voltar a gente supera. – Ele disse e eu dei risada. – Por enquanto a gente se cuida, o avião e os seguranças vão te esperar aqui no aeroporto na sexta-feira, combina o horário com Ricardo.
- Certo, vá superando logo. – Eu avisei dando um beijo em sua testa. – Tenho que ir. – Ele beijou minha mão antes de me soltar.
Os policiais já me esperavam na área de desembarque, não usavam farda, mas reconheci os oficiais, dentre eles estava o oficial Pedro, meu retorno para casa havia sido traumático, fiquei com medo de passar pela porta, os policiais tiveram que abrir a porta para me convencer a entrar em casa. Depois tive que pedir desculpas pelo meu ataque, mas eles compreenderam. Isso não impediu que eu sentisse vergonha.
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ENCONTROS NOTURNOS
Fiksi UmumUma juíza solitária que mora em uma cidade do interior de São Paulo, decide frequentar um clube noturno para afastar a solidão de estar tão longe de casa. Observação: Voltei a publicar, vai ficar online por tempo indeterminado.