Oi, meu povo!
Eu sei que demorei, mas... conversamos lá em baixo.
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Passamos os dias seguintes em reuniões extensas e exaustivas com patrocinadores, entre adiar os eventos previstos em uns contratos e cancelar outros contratos, eu consegui me sair bem, mas eu fui cancelada. A sociedade é sempre mais dura com a mulher, principalmente, quando ela se posiciona. Perdi contratos e patrocínio, inclusive, de alguns shows, mas ganhei muitos outros. Era incrível como o hater dava mais engajamento que o fã.
Rodolffo estava preocupado que isso poderia influenciar em minha carreira musical, mas eu já havia recebido algumas propostas para os shows de São João, então eu só teria mais tempo livre para aproveitar as férias. Um pouco menos de dinheiro e um carnaval sem trabalho, eu não tinha muito do que reclamar. Fora que a fama de pegador de Rodolffo tinha lhe rendido alguns patrocínios futuros e eu já estava animada em revisar os contratos. No final, perde-se de um lado, mas ganha do outro.
Fizemos uma viagem relativamente tranquila e chegamos em Fernando de Noronha um dia depois do combinado, mas sem problemas e trabalho que exigisse a exposição por um tempo razoável. Eu estava adorando!
Desci do carro e Rodolffo soltou Lessie da coleira, a cachorra correu latindo pela areia animada. O céu azul com poucas nuvens, o dia estava perfeito para ficar na praia.
- Essa casa é maior que a outra. – Ele disse olhando a enorme mansão e eu sorri concordando.
- A faixa de areia da praia é maior. – Eu disse animada.
- Vocês demoraram. – Mainha apareceu na varanda e caminhei até ela.
- A gente estava resolvendo uns problemas. – Eu disse me encaixando no seu abraço. – Bença, Mainha! – Pedi beijando seu rosto.
- Deus te abençoe. – Ela disse me dando um cheiro na testa.
- Que falta você faz. – Rodolffo me afastou e abraçou Mainha que rindo o abraçou de volta.
- Você nem imagina o tanto de saudade que eu senti de tu, moleque. – Ela bagunçou os cabelos dele e ele relaxou no abraço, dei risada daquele folgado e entrei atrás do meu pacotinho.
- Olha só a estrela da música. – Painho pegou no meu pé assim que passei pela porta da sala. – Como você está? – Ele perguntou me dando um beijo na testa.
- Estou bem. – Eu disse e ele me olhou como se duvidasse das minhas palavras.
- Você quer que eu assuste aquele abestado? – Ele perguntou sério e eu sorri largo. – Ele acha mesmo que eu tenho uma arma. – Eu gargalhei e ele riu me apertando no abraço.
- Eu estou bem agora. – Eu disse o tranquilizando e ele concordou.
- Eu estava com saudades. – Ele disse e eu concordei.
- Vamos ficar uns dias na fazenda? – Perguntei e ele concordou.
- Rodolffo diz que tem cavalo e vai expandir uma plantação. – Ele estava animado.
- Você vai amar. – Ficamos em silêncio apreciando o abraço e a presença um do outro. – Cadê Cecília? – Perguntei surpresa por ela não ter aparecido ainda.
- Dormindo. – Ele disse e se afastou pegando em minha mão me guiando pela casa. – Ela vai ficar tão feliz que você está aqui. – Ele abriu a porta do quarto e eu vi meu pacotinho embrulhado nos lençóis.
- Eu estava morrendo de saudade. – Eu disse e segui para cama.
O cheiro do perfume infantil me atingiu e eu deitei na cama ao lado dela. Ela estava tão grande e linda, vestida numa calça preta de moletom e uma blusa branca.
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ENCONTROS NOTURNOS
General FictionUma juíza solitária que mora em uma cidade do interior de São Paulo, decide frequentar um clube noturno para afastar a solidão de estar tão longe de casa. Observação: Voltei a publicar, vai ficar online por tempo indeterminado.