CAPÍTULO 27 – FELICIDADE
Peça emprestada a ternura de um casal
E a luz da estrada dos que amam pra valer;
Tenha sempre muito amor,
Que o amor nunca faz mal.
Pinte a vida com o arco-íris do prazer;
Sonhe, pois sonhar ainda é fundamental
E um sonho sempre pode acontecer. – Toquinho- Preste atenção em mim. - Pedi a Cecília, mas ela negou fazendo cara de choro.
- Não quelo, Mainha. - Ela disse a voz embargada pelo choro contido, mas o meu gesto em negação fez seu choro se tornar em pranto. - Por favor, Mainha! - Ela implorou entre soluços.
- Eu não vou demorar - Eu tentei explicar, mas seu choro fixou mais mais forte e alto, os soluços me impediram de tentar explicar que eu não ficaria longe para sempre.
- Por ... favor. - Ela soluçou juntando as mãozinhas e eu estiquei os braços pegando-a no colo.
- Não vamos falar sobre isso agora. - Eu disse a apertando em meus braços, enquanto tentava conter seu pranto desesperado.
- A gente pode levar ela. - Rodolffo sussurrou baixinho para mim e eu neguei imediatamente aquela ideia absurda.
- Deixe de besteira você também. - Briguei com ele que suspirou vencido, mas passou a mão grande nas costas de Cecília num carinho.
- Me dá ela aqui. - Ele disse já enfiando as mãos entre nós duas e eu pensei que ela não iria com ele, mas a danadinha foi chorando e fazendo manha, enquanto apontava o dedinho para mim, como quem faz queixa.
- Eu sei, meu amor. - Ele fez dengo nela que deitou a cabeça em seu peito chorando com sentimento.
- Cecília... - Eu tentei novamente mais ela voltou a chorar alto novamente enquanto negava, tentou falar, mas as palavras simplesmente não saiam e ela ficou nervosa.
- Não vamos falar disso agora. - Rodolffo disse e eu concordei, enquanto ele se afastava com ela para a varanda.
- Eu sabia que ela não ia gostar, mas não esperava essa reação. - Eu disse a Mainha que assistiu a tudo calada.
- Ela está pensando que você vai demorar para voltar como das outras vezes. - Mainha explicou compreensiva e eu concordei.
- Talvez você devesse tirar um tempo para ficar com ela quando voltar de viagem. - Ela aconselhou.
- Eu não queria viajar com ela nesse estado. - Lamentei abraçando Mainha de lado enquanto seguíamos para a varanda atrás de Rodolffo.
- É assim mesmo minha filha, amanhã ela já vai estar melhor. - Eu sorri negando, sabendo que ela estava tentando me tranquilizar.
- Eu espero que você esteja certa, se ela der esse show na hora da viagem eu não sei o que vou fazer. - Disse preocupada.
- Rodolffo conseguiu acalmar ela olha. - Mainha disse e eu observei a menina que sorria para alguma palhaçada que Rodolffo fazia, o rostinho dela ainda marcado pelas lágrimas, o corpo balançando devido aos soluços persistentes.
- Eu tenho que aprender muita coisa ainda. - Eu disse pensando que eu precisava aprender a amar sem machucar.
- Isso é normal, Ju. - Mainha tentou me animar e eu concordei, mas o sentimento de impotência perdurou.
- Vem aqui. - Abri os braços para Cecília quando me aproximei de Rodolffo. Ela veio, o bico enorme do choro voltou a se formar e eu dei um beijo em seu rosto entre as sobrancelhas. Ela suspirou com o carinho e escondeu o rosto em meu pescoço.
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ENCONTROS NOTURNOS
General FictionUma juíza solitária que mora em uma cidade do interior de São Paulo, decide frequentar um clube noturno para afastar a solidão de estar tão longe de casa. Observação: Voltei a publicar, vai ficar online por tempo indeterminado.