Quando Rodolffo foi me buscar no final do dia ele parecia cansado, eles fizeram a rota do vinho e visitaram umas 5 adegas e um mosteiro, almoçaram em um local que ele queria me levar depois e que eu provavelmente já conhecia, mas fiquei quieta aproveitando seu estado de ânimo. Antes de seguir para casa passamos numa pizzaria e levamos umas para casa, segundo ele ninguém tinha condições de fazer o jantar.
Ele estava enganado, quando entramos em casa a festa estava armada, Preto e mainha cantavam no karaokê, Lúcia ria das danças deles e Pri preparava algo que cheirava muito bem na cozinha. Rodolffo me olhou assustado.
- De onde esse povo tira tanta energia? – Ele perguntou colocando as pizzas na mesa.
- É o sangue nordestino. – Eu disse orgulhosa.
- Eu tô morto de cansado. – Ele disse me puxando pelo corredor em direção ao quarto.
- Já tomou banho? – Perguntei tirando a blusa quando entrei no quarto.
- Não deu tempo. – Ele disse tirando a roupa também.
- Então vamos. – Chamei já nua na porta do banheiro e ele tirou o resto da roupa e veio.
O banho foi relaxante e revigorante para mim, para ele teve um efeito diferente, o bichinho estava caindo de sono. Saímos do quarto, a mesa do café já estava posta e as coisas já estavam mais calmas, o povo tinha ido tomar banho e Pri estava sentada a mesa esperando todo mundo voltar.
- Mulher, cada lugar lindo que a gente viu. – Ela contou. – Rodolffo levou a gente para almoçar em um vinhedo. – Ela disse deslumbrada. – Eu não sabia nem me comportar. – Eu ri.
- Queria estar de férias para ir com vocês. – Lamentei.
- Mulher, tu vai amar. – Ela disse animada. – Quando tu sair de férias a gente tem que passar pelo menos uns 10 dias aqui, nem invente de passar o tempo todo na Paraíba.
- Mas nem que ela queira! - Rodolffo disse indignado. – A senhora vai passar uns dias comigo lá em Goiânia.
- Pode levar Rodolffo que eu já tô voltando para minha terrinha na quarta-feira. – Mainha disse entrando na sala.
- Mas já mainha? – reclamei. – A senhora não vai ficar nem 15 dias comigo? – fiz manha.
- Quem vê até pensa que eu vou fazer muita falta. – Ela fez pouco caso, sentando-se ao meu lado. – Tu nem disfarça mais que quer ficar pendurada nos beiços desse homem menina, te atente! – Rodolffo deu risada e eu fiquei vermelha.
- Beijoqueira! – Preto pegou no meu pé, enquanto se sentava a mesa junto com Lucia.
- Oh mainha! – reclamei e eles riram.
- Chupa-péda! – Preto continuou e Rodolffo me puxou seu colo enquanto ria.
- Não tem graça. – Reclamei me escondendo no peito dele.
- Olha Dona Fátima como tá cheia de manha. – Preto falou com mainha.
- Um puxão de orelha nela para ficar esperta. – Mainha falou rindo. – Oh menina, quem foi que te acostumou desse jeito? – Reclamou.
- Foi Preto. – Eu disse com a voz de dengo que eu fazia quando era criança.
- Fui eu nada! – Ele disse do mesmo jeito e a gente riu, uma lágrima escorreu dos olhos dele e eu corri para abraçar. Acabou que eu fiquei sentada no colo dele.
- Eu vou com elas para Paraíba na quarta-feira também, a gente ia ficar mais tempo, mas minhas férias estão acabando e painho tá precisando de uns puxões de orelha. – Ele disse.
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ENCONTROS NOTURNOS
Fiksi UmumUma juíza solitária que mora em uma cidade do interior de São Paulo, decide frequentar um clube noturno para afastar a solidão de estar tão longe de casa. Observação: Voltei a publicar, vai ficar online por tempo indeterminado.