Vinte E Sete

740 123 513
                                        

Preciso de você, pra me fazer feliz...



Shinsou havia esquecido que precisava de oxigênio e não o buscava já fazia quase um minuto desde que vira Ojiro. Enquanto Denki estava começando a questionar se a quantidade de obsessores que havia em sua vida era grande o suficiente para aquela desgraça acontecer.

Até ocorrer o desastre dos olhos pequenos de Ojiro caíram sobre Shinsou. Um gigantesco sorriso se formou em seus lábios, e ter aquele novato deveras felizes ao olhar para o arroxeado fizera Kirishima e Bakugou estranharem. Já não parecia uma situação comum, e as estimativas se tornaram maiores no momento que o loiro andou as pressas onde estavam todos os quatro, pois em outras situações seria facilmente tratada como assalto.

— Shinsou! — Ofegou feliz, olhando tão fixamente para o arroxeado que a ideia do possível assalto em sala de aula parecera ainda mais real. Ficou claro para eles que o garoto conhecia Hitoshi, e após o paulista não esboçar nenhuma reação sem ser seu rosto pálido, Ojiro pareceu notar outra presença. — Ah, Kaminari… Beleza?

Sem responder, as íris douradas do carioca encaravam através de uma obscuridade pouco aparecida nas orbes sempre tão cativantes. Ojiro chegou a se assustar e engolir em seco, houve um enorme incômodo no jeito que foi recebido sem nem ter recebido nenhuma palavra.

Miguel olhou para trás em meio ao silêncio, sentindo vontade de rir sarcasticamente perante a exagerada reação do carioca. Pois pelo o que lembrava, ele e o loiro não possuíam nada, certo? Por qual motivo estava sendo tão mal perceptivo daquele jeito?

— Shin…? — De repente a voz de Kirishima soou confusa ao chamar pelo rapaz. — Quem é esse?

— Bernardo! — Respondendo as pressas e com certo orgulho, Ojiro se adiantou para dizer a Kirishima.

Foi naquele momento que as risadas de Bakugou e Kaminari começaram a sair, zombando o nome daquele garoto num tom alto como se compartilharem do mesmo momento de odiá-lo. Nem era consigo, mas Eijirou quis se esconder pela vergonha da sala toda ter olhado para eles devido o barulho.

Ojiro se encolheu, corando de vergonha e nervosismo. Liberando um suspiro pesado, Shinsou levantou da cadeira, aproveitaria que o professor ainda não havia chegado para entender aquela confusão fora da sala. Passou por Ojiro pegando em seu pulso, o gesto dele andando até a porta fizera Kaminari parar de rir automaticamente, a seriedade se apossando mais uma vez por vê-los sozinhos.

— Não, mas fala sério. — Ainda rindo com o rosto vermelho, Bakugou tossiu algumas vezes antes de esticar o braço para cutucar Kaminari. — Quem é ele?

— O cara de São Paulo que o Shinsou gosta. — Murmurou, fazendo tanto Bakugou quanto Kirishima arregalarem os olhos de forma assustada.

— O que caralho ele tá fazendo aqui?!

— Não sei, porra. — Responde esfregando os dedos lentamente sobre as próprias pálpebras. — Foder com tudo.

— Olha, dessa vez não foi ele que fodeu com tudo, né? — Kirishima arqueou a sobrancelha, alfinetando o loiro diretamente sem nenhum escrúpulo. — Tu vai passar por uma prova agora Matheus.

— Saí doido…

— "Saí doido"? — Bakugou repete as palavras rindo. — Dessa vez nem Exu te ajuda meu filho.

Passando pela porta ao lado de fora, ainda havia certa movimentação no corredor dos alunos buscando por suas salas ou simplesmente matando tempo. Shinsou encostou-se na parede, a dificuldade em olhar o garoto lhe fazia olhar constantemente para qualquer lugar que não fosse para ele. Era uma situação muito constrangedora.

Sujos de areia Onde histórias criam vida. Descubra agora