Vinte E Seis

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Eu estava errado e você não tem que me perdoar...



Ouvir Denov a caminho da escola nova era estranho, o som tocando alto em seu fone de ouvido o fazia lembrar que quando descobriu aquele cantor, mostraria a Kaminari para poderem ouvirem juntos.

Agora parecia que não seria a mesma coisa chegar no loiro apenas para oferecer um lado do fone.

Seu pai falava alguma coisa enquanto dirigia, as palavras eram abafadas de todo o jeito, parecia feliz e Shinsou já sabia que se tratava da festa que foi saber sobre ele e Kaminari. Apenas aumentou o volume do celular, as costas escorregaram pelo banco conforme sentia o desânimo o consumindo naquele carro. Deveria estar com raiva de Kaminari por ter ouvido aquelas palavras ruins, melhor, poderia pensar em outra pessoa para focar, alguém que não brincasse consigo como ele fez. Poderia. Mas ainda não conseguia deixar de pensar naquele garoto.

— Shinsou!

Assustou-se com a voz de Aizawa, em poucos segundos retirou os fones quando encarou o mais velho. O carro estava parado, anunciando a chegada do lugar. Shinsou abaixou a janela para ver todo melhor, parecia uma escola particular, ele até julgaria ser, caso Aizawa não tivesse gastado a merda do dinheiro inteiro para comprar uma mansão de praia.

— Escola Estadual Ensino Médio… UA…? — Shinsou foi lendo num Sussurra as letras postas na placa da entrada, contudo o cenho se franziu em confusão ao ler a última palavra. — UA? Sério?

— Não olhe pra mim, não sou o diretor. — Responde o mais velho antes de começar a abrir seu lado da porta. — E não entre com celular.

— Tá, tá… — Resmunga enfiando o celular com força no bolso da calça azul, odiou aquele uniforme, além da calça ser larga Aizawa escolheu uma blusa justa para o filho, era tão colada que sua cintura estava estranhamente a mostra, só piorava pois estava odiando o jeito que a mesma era fina como a de uma boneca.

Já haviam alguns alunos do lado de fora da escola, conversando, gritando, ou em pleno seis horas da manhã, carregavam alguma caixinha de jbl num som extremamente alto. Procurou com os olhos pelas pessoas que mais conversavam, e quando finalmente viu Bakugou e Kirishima encostados na parede não muito longe de si, percebeu que ficou decepcionado quando Kaminari não estava entre eles.

Suspirando baixo, foi passando entre alguns alunos que nunca vira na vida, exatamente todos lhe olhavam, seja no cabelo cacheado comprido batendo até a cintura, ou na cintura que ele sabia que estava ridículo, não precisava de toda aquela atenção.

Kirishima foi o primeiro a perceber sua presença, os olhos avermelhados se arregalaram e ele rapidamente tratou de ir até Shinsou para tomá-lo num abraço apertado. O paulista riu conforme retribuía, o olhar pairando sobre Katsuki lhe olhando seriamente, apesar da preocupação, o rapaz loiro ainda se encontrava puto por Shinsou não ter falado consigo na noite passada.

— Como você tá meu filho? — A voz de Eijirou soou ansiosa, afastou rapidamente do abraço para olhá-lo rapidamente. — Já se alimentou?! Bebeu água?! Dormiu bem?!

— O Bruno, tu não é pai ainda não, se aquieta. — Bakugou belisca o braço do ruivo, o fazendo choramingar pela dor extremamente desnecessária.

— Sou melhor que o pai dele!

— Verdade… — Murmura o arroxeado, antes de Katsuki revirar os olhos, não resiste a abraçar Shinsou fortemente naquele momento. — Respondendo a pergunta, é não pra tudo.

— Como assim não?! — Exaltando-se, Eijirou agarra rapidamente o pulso de Shinsou, assim como o de Bakugou ao mesmo tempo. — Já não basta um, agora tenho dois que nem comeram, bora comer pão com manteiga e tomar Café, AGORA!

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