Então deixa eu tentar cuidar de você, que eu deixo amanhã o que eu tenho pra fazer...
A privada foi alvo de uma série de vômitos, cada gota sendo deslizado para fora de sua boca fazia Kaminari querer morrer.
Não era pela dor física que a barriga lhe proporcionava brasas quentes devido a glicose alta. Mas a vergonha e desespero por não ser normal. Por não ter controle das ações e acabar gerando problema para a família, amigos.
Para Shinsou.
Com força ele apertou os dedos em volta do vaso, seus olhos fechados firmemente para impedir que qualquer lágrima saísse pois não queria demonstrar a fraqueza de estar preso para sempre naquela doença. Encostado na porta e de braços cruzados, Aizawa o lhe observava em silêncio, deixando Denki um tanto desconfortável por ser logo ele que estava o ajudando.
— Qual seu tipo de diabete, garoto?
— Tipo um… — Responde num murmúrio, usando as costas das mãos para limpar a boca suja. — Por parte do meu pai.
— Meu pai tinha, e os problemas eram os mesmos que os seus, mesmo assim ele se cuidava, sabe? — Ergueu a sobrancelha, Kaminari percebeu no tom de voz que aquilo era um conselho, contudo, foi impossível não virar a cabeça lentamente na direção do mais velho, ato que realizava quando ficava incomodado com alguma situação.
— Seu pai adquiriu quando mais velho? — Pergunta tentando controlar a falha na voz, Aizawa franziu o cenho ao assentir, sendo algo que Kaminari já esperava como resposta. — Eu tive aos nove anos, e agora tenho dezenove. Não tenho a "sorte" de ter essa merda já na meia idade, eu era uma criança e precisei passar pelos piores momentos da minha vida por causa da diabete.
— Olha, Matheus? — Suspira, arriscando buscar por seu nome. — Não é tão difícil assim, tem pessoas diabéticas que lidam com isso, adolescentes que adquiriram isso e levam a vida de forma saudável.
— AÍ, na moral, na sinceridade, mas qual foi a parte que cê não ouviu de eu dizer que tive diabete sendo uma criança, e agora anos depois tô com problemas fodidos por causa dela?
— Eu ouvi garoto, por isso tô te alertando. — Abaixou-se em frente ao loiro, o olhar lhe fitando com seriedade. — Tô pensando que fomos ensinados de maneiras diferentes, pra mim ser Gay ainda é algo novo, e não curso totalmente a ideia de tu tá perto do meu filho. Mas olha, se vocês forem levar isso a diante, como acha que o Shinsou vai ficar, hein? Tá pensando que ele não vai ficar afetado por causa da sua saúde?
O peso das palavras causaram uma ardência no olhar daquelas íris douradas, ficaram brilhantes de forma ruim, pois ter focado em seu ponto fraco, e ainda colocar sua doença no meio, era a única coisa que o fazia querer chorar.
— Beleza… Tu tá querendo que eu me afaste do teu filho.
— Não falei isso. — Balançou a cabeça para os lados. — Pensa bem garoto, tu tem dezenove anos anos nas costas, vai querer passar aniversários de namoro com o Shinsou no hospital tomando soro na veia? Precisa se controlar!
Cada fala lhe acertava mais dolorosamente do que as agulhas que precisava tomar todos os dias por anos.
— Tu acha que eu não tento?! — Já havia falha em sua voz e a visão começava a ficar embaçada. — É fácil falar quando se é um idoso que adquiriu velho, ou um adolescente que tem ciência das coisas. Agora pra uma criança que descobre uma doença sem cura, e precisa passar por pressões psicológicas dizendo que em deslize pode ficar cego ou sem os rins, acha fácil assim?!
— Se tu tem medo disso por que não se controla mais? — Arqueia a sobrancelha. — Se fosse pra morrer na hora beleza, mas tu vai ficar em cima de uma cama, perder dias da sua vida fazendo diálise. E quando o Shinsou estiver contigo, vai precisar te ajudar em tudo.
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Sujos de areia
FanfictionSe mudar para um novo estado com seu pai e a irmã de nove meses fora a surpresa na qual Shinsou nunca desejou ter. Precisando ocultar o início de uma depressão cultivada anos atrás para apoiar o pai no fim do relacionamento, Shinsou conhece alguém n...