O inexplicável é agora, uma paixão que só cresce...
Após alguns segundos levando Shinsou consigo através do toque das mãos, conseguira um lugar vazio localizado no quintal atrás da casa.
Esperou centímetros longe do arroxeado, a mente divagando enquanto consumia em poucas tragadas aquela fumaça da maconha. Talvez fosse cedo demais para sentir arrependimento, pois havia se decidido que os dois não teriam mais nada, contudo, a boca parecia formigar só em observar os lábios de Shinsou. Lutando contra um desejo severo, Denki chegava a morder o interior da bochecha para suprir sua vontade de prensar o cacheado em qualquer parede e realizar as vontades sujas que chegavam a transbordar na própria mente.
Pouco segundos tendo se passado Miguel retorna. Agora tendo os fios soltos passando pelos ombros e parando suavemente perto da cintura. Fora rápido em capturar o cigarro da mão de Denki, sorrindo arteiro ao puxar a maconha para dentro dos lábios.
Os malditos lábios fodidamente bonitos e convidativos.
— Fala tu.
— Essa festa tá tãooooo chata. — Exclama entediado, a cabeça pendendo para trás enquanto expulsava a nicotina dos lábios. — Por que não vamos pra outro lugar?
— Que lugar? — Captura o cigarro das mãos de Shinsou, não querendo que este ingerisse mais daquela maconha.
O olhar roxo envolve Matheus por segundos longos, aquele silêncio junto a força que ambas íris pareciam ser capazes de transmitir palavras intensas fizera o carioca sofrer um arrepio.
— Uma praia vazia?
— Uma praia vazia a essa hora? No Rio? — Ri de forma minimamente nervosa. — E por que tem que ser especificamente vazia?
— Pra ficarmos mais a vontade, a sós. — Diz calmamente, chegando próximo do loiro e pousando a mão sobre seu peitoral. Ele logo percebe como o coração de Denki estava acelerado, e reprime um sorriso. — Ou tem medo de ficar sozinho comigo?
— Oxi, tenho medo não. — Força a voz para não gaguejar, estava claro que o problema passava longe de ser medo, e sim um descontrole que podia ter com aquele garoto. — Mas demôro, conheço um canto que fica sempre vazio.
Realmente, ele falava sério ao levar ambos para o canto da praia longe e desprovido de qualquer pessoa. As ondas do mar batiam sem muita força na areia, parecendo até uma enorme lagoa salgada.
— Senti saudades disso... — Sussurrou o arroxeado, firmando seus pés descalços na areia e mexendo até estarem sujos. — Faltou só a música.
— Trouxe meu celular. — Denki retira o aparelho do bolso, surpreendendo Shinsou que arqueou as sobrancelhas exageradamente.
— Não tem medo de ser roubado?
— Eu tô protegido. — Deslizou o dedo para dentro da própria blusa, e tirou de lá uma guia nas cores vermelha e preta. — Seu Tranca Rua tá sempre comigo.
Hitoshi observou cuidadosamente daquela guia, antes de dar alguns passos na direção do loiro. Olhou nas íris douradas, compartilhando de um silêncio que não havia demorado para Kaminari entender, e levantar mais sua guia. Os dedos do paulista se erguem, tocando as bolinhas coloridas e deslizando em movimentos sutis.
— É lindo seu amor por ele e essa religião... — A voz sai tanto admirada, quanto baixa. — Espero que um dia eu consiga estar com Obaluaê, usando uma guia.
— Você está com ele desde o nascimento, agora só falta a guia na real. — Esboça um sorriso ladino. — Escolhe uma música, vida.
A risada do arroxeado sai de forma desconcentrada, achava incrível como aquelas palavras ainda o afetam.
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Sujos de areia
FanfictionSe mudar para um novo estado com seu pai e a irmã de nove meses fora a surpresa na qual Shinsou nunca desejou ter. Precisando ocultar o início de uma depressão cultivada anos atrás para apoiar o pai no fim do relacionamento, Shinsou conhece alguém n...