Nove

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E eu pensando até tarde em você
Será que é tarde pra parar de pensar em nós dois?

Você: Ei, sei que a gente não tem essa intimidade, mas, pode me ligar quando sair do hospital?

Enviou a resposta com um peso em seu coração, ou, para soar menos dramático, apenas suspirou e bloqueou o celular. Chegando a olhar de cinco em cinco segundos para ver se Kaminari ao menos havia visualizado.

Até que permaneceu muito ao lado de Bakugou. O rapaz de olhar escarlate era tão divertido e engraçado que fora impossível ir embora cedo. Mas, agora que tinha chegado em cada, o céu já estava escuro, ele detestava aquele silêncio na casa afastada de todos, odiava admitir mas preferia ouvir o barulho dos carros passando, do que ter de lutar com seus próprios pensamentos.

Pelo menos Aizawa tinha feito comida. Não estava tão ruim como imaginava, porém Shinsou perdeu a fome, apenas se ocupou em dar a papinha para sua irmã enquanto o mais velho tinha caído no sono.

Revirou o corpo mais uma vez na cama, resmungando pequenos palavrões enquanto ficava encolhido. Não soube o por que, contudo acabou se lembrando do assunto de Kaminari lhe dizendo para conhecer o próprio corpo.

Não sabia como se dar prazer, ao menos não da forma que o loiro pareceu explicar. Ele realmente achava que só precisaria bater punheta, gozar, e pronto.

Olhou de soslaio para a porta fechada, sua visão ficando semicerrada ao perguntar mentalmente o por que de ter trancado ela. Tornou a olhar para baixo, usava somente cueca e a blusa agora, reparou como sua pele não tinha pelos. Era muito vaidoso na hora de raspar, até na virilha não possuía nada.

Homens deveriam se importar demais com pelos naqueles lugares. Chegou a pensar se Kaminari seria do tipo que ficava incomodado…

Balançou a cabeça rapidamente, e, num gesto rápido, colocou os fones no ouvido, decidindo colocar em alguma playlist aleatória. Fechou os olhos, por incrível que pareça, o rap lento que começou a tocar lhe fez se sentir estranho.

Se lembrou de Matheus. E, merda, era a mesma música na qual ele disse que combinava com Kaminari.

Respirou fundo, o som de "a boa" do conecrew lhe fazendo virar de lado na cama. Parecia até um cenário engraçado, a luz da lua adentrando a porta na varanda, banhando seu corpo pálido, ele ficando encolhido como se pudesse escapar da própria vontade surgindo na cabeça.

Não tinha do que lhe dava prazer. Realmente precisava cometer a vergonha de descobrir?

Mordeu brevemente o inferior, sequer sabendo por onde começar. Talvez pelo óbvio, no meio das pernas, mas se questionou se funcionaria imaginar somente ele fazendo aquilo.

Teria de imaginar Ojiro ali perto?

Fechou os olhos novamente. Poderia tentar. Puxou na memória a face do loiro, projetando o rapaz se aproximando de si, relembrando o cheirinho suave dele envolvendo a respiração, e bem devagar aproximando os dedos do corpo.

Logo parou. Engoliu em seco por não ter sentido nada com aquilo. Pelo contrário, fora um tanto desconfortável.

Bufou, o problema era a música? Virou de barriga pra cima, os cachos caindo suavemente sobre o rosto corado, com certeza Kaminari afastaria seus fios teimosos para trás da orelha, fazendo questão de chegar mais perto durante o processo.

Sentiu um arrepio estranho pelo corpo. Aquilo surgira algum efeito. Mas parecia errado pensar nele agora.

Tomado por uma memória da sua coxa sendo tocada por Kaminari, lembrou que a sensação fora gratificante. Encarou de relance aquela parte do corpo, e, mesmo começando a tremer levemente, levou a mão até a coxa direita. No momento em que apertou, suas costas deixaram um pouquinho o colchão, o cenho ficou franzido, estranhando aquela sensação engraçada que provocou um frio na barriga.

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