Doze

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Você me aceita do jeito que eu sou.

Três dias.

Aquele havia sido o tempo desde segunda feira desde que Kaminari deixou sua casa, e depois nunca mais apareceu na praia ou lhe respondia no Facebook.

Se sentiu estranho, incomodado e ansioso. Eles não tinham nada obviamente, mas ao mesmo pensou que poderiam ser amigos. De primeira, cogitou dele ter passado mal e ficar no hospital, depois, colocou na cabeça que alguma entidade da religião dele lhe aconselhou a se afastar.

Havia pesquisado, tinham sim casos como aquele no momento das consultas, a possibilidade era grande.

Então, depois, pensou no que a ex obsessiva do loiro lhe disse;

" Fica esperto, ele só é gentil desse jeito por que quer te comer."

No fundo Shinsou sabia. Mas, por deus, ainda era bv quem dirá partir pro sexo. Tirando a parte que não tinha segurança na própria sexualidade a ponto de imaginar transar com Kaminari, um homem. Ainda assim, não deixou de constatar que os momentos na qual passou com ele poderiam ter sido somente por um único interesse, sexo.

Nadarem na praia, comerem juntos na padaria, cantarem em sua casa, ele até brincando com Eri. Não deveria ter se apegado em tão pouco tempo.

Mas, pelo lado bom, tinha se aproximado mais de Bakugou e Kirishima. Os três chegaram a fazer ligação, todos juntos, Shinsou sentiu tanta vontade de perguntar o que havia acontecido com Kaminari, e a falta da menção dele por Kirishima e Bakugou o tempo todo só serviu para aumentar sua paranoia de Denki realmente ter cortado o contato.

Detestou as várias vezes da garganta se apertando e os olhos ficando subitamente vermelhos em momentos aleatórios do dia. Fazia coisas para tirá-lo da cabeça, mas de algum jeito aquele cara sempre acabava aparecendo em sua mente.

— Shinsou?

A voz de Bakugou o fez levantar rapidamente a cabeça, o loiro segurando dois cocos na mão o lembrou que estavam sentados na areia da praia. Sequer tinha sentido o cheiro de mar e ouvido as pessoas conversando de tão fundo que estava preso em seus pensamentos.

— Valeu… — Murmurou pegando o coco devagar, Katsuki negou com a cabeça quando se sentou ao lado do arroxeado.

— Cê tá com saudades dele, né?

— Que? — O olhou confuso, de repente sentira um nervosismo se apossar do corpo. — De quem?

— Da minha avó. — Revirou os olhos. — Do Kaminari!

— Ah, foi mal, eu nem lembrava mais dele já que você e o Kirishima também nem tocavam nesse nome durante esses dias.

Bakugou o olhou de forma surpresa, e só perante ao silêncio Shinsou percebeu o quanto havia exagerado. Resolveu apenas desviar seu olhar pro mar e beber a água pelo canudinho, assim calava a boca para falar merda.

— Desculpa. — Katsuki suspirou, deixando Shinsou ainda mais confuso. Ele não deveria estar pedindo desculpas. — Mas o Kaminari também nem me responde eu ou o Kirishima. Fomos na casa dele e é sempre a mãe dizendo que ele tá dormindo, tá fora. Ele realmente não quer falar com ninguém.

— Entendi… — Sussurrou, sempre que ele sumia a última pessoa na qual viu era Shinsou. — Deve ser minha culpa.

— Não é não. O Kaminari é fodido da cabeça mesmo. — Deu tapinhas no ombro do arroxeado antes de começar a beber a própria água de coco. Shinsou não acreditou naquilo.

— Acho que a gente ia se beijar.

De imediato Katsuki parou de beber, chegando a quase se engasgar com aquela água. Hitoshi franziu o cenho quando o loiro tossiu algumas vezes antes de olhá-lo fixamente.

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