OUTRA DIMENSÃO • MC CABELINHO

guarda do Arthur

MALU

Ainda me sentia triste com tudo que aconteceu, principalmente pelo fato de ter perdido um bebê.

Acho que o fato de não saber da gravidez contribuiu pra que não doesse tanto, óbvio que mesmo assim dói.

Victor e o pessoal estão fazendo de tudo pra me manterem distraída, e assim, meu coração fica quentinho vendo o quanto eles se preocupam comigo.

Meu pai tá bem graças a Deus, quando pode vem sempre ver. Já falei pra ele que não precisa vim aqui sempre já que era pra ele estar repousando também, mas ali não escuta ninguém.

- Amor, tá precisando de alguma parada? - saiu do closet todo arrumado

- Não, vida. - sorri sem mostrar os dentes - Tu vai pra onde assim? Muito gostoso.

- Tô mermo. - riu passando perfume - Fica falando essas parada não, o pai já fica animadão querendo macetar você.

- Nossa, Victor. - ri - Isso é uma declaração de amor?

- Ainda. - concordou

- O último romântico.

- Sou mermo. - me deu um beijo - Vou buscar o moleque, demoro não. Chama as meninas pra cá.

- Tá bom. - disse animada

Victor saiu do quarto e eu mandei mensagem no grupo que eu tenho com a minha cunha e a minha melhor amiga.

O tanto que a gente se deu bem não tá escrito, fiquei até surpresa, confesso. Eu e Vanessa somos muito chatas quando envolve nosso ciclo de amizade, é tanto que éramos só nós duas.

As meninas não demoraram quase nada pra chegar, inclusive chegaram juntas.

- Meu Deus quanta sacola. - falei vendo elas entrarem no quarto - Vieram juntas?

- Besteira pra gente comer. - jogaram as sacolas na cama - A gente se encontrou no caminho e resolveu passar no mercadinho.

- Como tu tá, cunha?

As duas me cumprimentaram e já se foram se jogando na cama.

- Levando. - suspirei - Mas graças a Deus tenho vocês.

- O chato do teu marido tá cuidando de tu mesmo? Qualquer coisa eu quebro ele na porrada.

- Ei. - deu um tapa na cabeça dela - Vai encostar no meu irmão não, filha.

- Parem. - ri negando - Victor falta lamber onde eu piso. Faz tudo pra mim ali, queria muito que minha gravidez tivesse dado certo.

Meu tom de voz mudou completamente só de lembrar que eu carregava o fruto do nosso amor e não fui capaz de prosseguir com essa gravidez. Me sentia inútil.

- Ei. - Vanessa segurou minha mão - Imagino que não é fácil pra tu, mas as chances dele ter sobrevivido seriam mínimas.

- Isso, e você cunha. - alisou meu rosto - Ainda vai tem muito tempo pela frente pra ter uma tropa de filhos com o Victor.