MALU
- Vovô. - Arthur correu pros braços do meu pai - Quero andar de moto também.
- Ah é porra, sou até avô já. - riu e pegou Arthur no colo - Oi minha princesa.
Ele deu um beijo em minha testa e pôs meu filho na moto.
- Deus te abençoe grandemente, velho. - dei risada - Nem onze da matina e tu já tá bebendo né?
- Só funciono assim, movido a álcool. - tirou Arthur da moto - Vai lá pegar o que tu quiser.
Nem preciso dizer que o moleque saiu correndo né? Não falei nada por que hoje tá liberado.
- Só funciona assim? - debochei - Quando o fígado ficar borrachudo quero ninguém reclamando.
- Deus é mais, garota. - se benzeu - Cadê o folgado do teu marido?
- Foi terminar de gravar um clipe. - observei Arthur voltar com uma sacola cheia de besteira - Pra que tudo isso, Arthur?
- Caralho, moleque. - deu risada e negou - Vou falir assim. Agradece o vô não?
- Valeu, vô. - deu um beijo na bochecha do velho - Mamãe abre aqui.
- Só esse, viu? - ele balançou a cabeça e eu abri o maldito do fini
- Se liga, Maria Luiza. - olhei pra ele - Tô monitorando aquele otário do teu ex e parece que ele tá de papo com o Th mermo.
- O Ricardo? - falei surpresa - Tem certeza? Ele nunca gostou dessas coisas, inclusive, ele é extremamente preconceituoso.
- Tenho certeza porra, se liga. - balançou a cabeça - Informação pura aí, confiável.
Abri a boca procurando o que falar, de verdade essa aliança do Ricardo com o Th me surpreendeu. Não sei o que ele ganha com isso.
- Por que tu não caçou os dois logo? Tá esperando eu sumir de novo, seu velho? - falei brincando
Olhei pro Arthur que tava quietinho olhando o povo passar enquanto comia a bala.
- Porra, fala isso nem brincando sua maluca. - puxou meu cabelo de leve - Vou agir na melhor hora, quero três coelhos numa cajadada só.
- Eu até participaria, gastaria meu réu primário de boa mas com certeza de noite teria pesadelo e eu não me sinto confortável fazendo terapia. - disse pensativa e ele me olhou com tédio
- Tu marola demais, papo reto. - riu - Quero que tu participe mermo não, deixa que eu resolvo o bagulho.
- Cuidado com essas paradas, pai. - o encarei séria - Ricardo é conhecido e tem vários contatos na polícia.
- Peido pra aquele branquelo cheio de bomba não. - subiu na moto - Bora, deixo vocês em casa.
Dei risada e botei Arthur no meio da gente, como era perto não via problema nisso. E claro, não ia negar essa carona por que o sol hoje tá dando moca.
- Toma aqui, uma meta pra tu. - me estendeu um bolo de dinheiro
Já tinha descido da moto com o garoto que eu tive que apertar a mão babado se não ele da um perdido pra soltar pipa.
- Também quero, vô. - estendeu a mão
- Quer um soc... - olhei pra ele o repreendendo - Tu quer nada, já dei as paradas do doce.
- É Arthur, se aquieta. - peguei o bolo de dinheiro - Ia negar mas essa crise né, sabe como é paizinho.
- Sei. - debochou - Depois eu broto aqui pra amassar aquele otário do Victor no uno.
Concordei rindo e me despedi dele.
- Direto pro banho. - dei dois tapinha na bunda dele que saiu correndo
Enquanto o Arthurzinho tomava banho, fiquei ajeitando o almoço. Tava tão distraída que nem ouvir entrarem em casa, só percebi quando agarraram minha cintura.
Me afastei rápido e apontei a faca na direção da pessoa.
- Calma, maluca. - riu - Quer matar teu maridão mermo?
- Caraca, Victor. - botei a mão no peito - Pensei que fosse algum doido, tá maluco?
- Tá devendo tu? - me encarou sério - Tá muito nervosinha.
- Ih, garoto. - o olhei com deboche - Se manca, tu acha mesmo que eu vou dar pala pra tu saber que tem sócios?
Victor travou a mandíbula, ele sempre faz isso quando fica putinho.
- Porra nenhuma, Maria Luiza. - apontou pra mim - Pega a visão, colega. Acabo com esses filho da puta tudinho.
- Que isso, amor. - ri e me aproximei dele - Sou toda sua.
Dei um selinho nele mas como se trata do Victor, ele já foi enfiando a língua na minha boca transformando num beijo.
Tava nem lembrando mais do que tava acontecendo, só foi o Arthur gritar pra nos tirar do transe.
- Vai acudir o garoto. - empurrei ele - Bota um pijama mesmo.
Ele concordou, me deu um selinho e foi. Terminei de fazer o almoço rapidinho por que grande parte eu já tinha feito então foi de boa.
Pus a mesa e esperei os dois descerem, o que foi bem rápido.
- No colo, garoto. - cruzei os braços prendendo o riso - É um bebê mesmo.
- Que bebê o que. - pulou do colo do padrinho e sentou na mesa - Sou bebê não, sou adulto que nem o padrin.
- Se liga. - deu um tapinha na cabeça dele que riu sapeca
Começamos a comer e graças a Deus por estarmos em casa, viu. A gente tava parecendo que nunca viu comida, também não julgo já que estamos falando de strogonoff, a melhor comida do mundo.
- Eu queria um irmão de você, mãe Malu. - falou enquanto comia
segundo do dia, q moral hein bbs kkk💌
VOCÊ ESTÁ LENDO
OUTRA DIMENSÃO • MC CABELINHO
RomanceMC Cabelinho | "Não esperava que nossos caminhos iam se cruzar logo na nossa favela." Autoral Plágio é crime.