MC CABELINHO
A mandada da Maria Luiza não sustentou o teatrinho por muito tempo. Veio logo me pedindo desculpas.
Sem neurose, falei vários bagulho pra ela pegar a visão de mulher dela, cardique se fosse eu, ela tava na maior putaria comigo.
- Victor. - sentou do meu lado e balancei a cabeça pra ela continuar - Me desculpa, já entendi que isso chateou você. Mas eu não tenho culpa, tá ligado né?
- To ligado mermo não. - olhei pra xereca dela que tava marcando mais que tudo e depois encarei ela - Tu poderia broquiar, fazer qualquer porra pra cortar isso. Tu vive pegando meu celular e fazendo o que quer com as maluca que ficam de gracinha pro meu lado, vê se eu falo alguma coisa com tu? Falo nada, tu tá na razão.
Ela balançou a cabeça e ficou lá na dela bebendo e conversando o básico com o pessoal.
Eu sou cabeça dura mas a Maria Luiza me supera, papo reto.
- Vai ficar com esse bico de cu, mermo? - soltei um riso - Mimada pra caralho.
- Qual foi, Victor? - cruzou os braços me encarando - Vai ficar me esculachando toda hora?
Dei risada dela, viajo nela toda nervosinha.
- Isso é falta de pica. - falei perto do ouvido dela - Tá precisando gozar gostoso.
Eu sabia como deixar ela mansinha, tô ligado que nem preciso fazer muito esforço.
Maria Luiza não deitou pra mim mermo não, essa diaba.
- Bota o pau pra fora, então. - sorriu safada - Ou prefere que eu arranje outro?
Tava um clima maneirin entre a gente, mas ela não se contenta. O pessoal tava tudo dançando e só tinha a gente na mesa.
- Tu corta muito minha onda. - pus as mãos atrás da cabeça negando
- Teu mal é achar que eu deito pra tu. - olhou pras unhas com deboche - Adianta ficar me atiçando não, não vou cair nesse teu papinho.
- Fé pra tu. - fiz legal pra ela e levantei da mesa
Fui dançar com o pessoal e uma mina começou a se encostar pro lado, olhei disfarçado pra Maria Luiza que tava com maior carão.
- Ou, garota. - empurrei a mina de leve - Tá encostando muito, acha não?
- Não. - sorriu sínica e se aproximou mais - Posso dançar contigo não?
Ia responder mas quando desviei meu olhar vi a mandada da minha mulher indo dançar com um cara lá.
Essa garota tá querendo me deixar maluco, papo reto.
- Se liga, sou casado. - falei encaro Maria Luiza e levantei a mão e mostrei o blindado no dedo
Nem esperei ela terminar e fui na intenção da minha mulher. Maria Luiza tava cheia de sorrisinho pro cara, nunca vi esse maluco aqui. Maior cara de prayboy.
- Cofoi, posso bater um lero contigo? - encarei ela putão
Ela concordou e eu saí puxando essa mandada pra fora da quadra.
Encostei num carro e ela ficou em pé me encarando no deboche.
- Tira essa cara, garota. - resmunguei
- Qual foi hein, Victor? - passou a mão no rosto demonstrando nervoso - Tu me trata de qualquer jeito e depois vem querendo marcar território.
- Te tratando de qualquer jeito? - falei surpreso - Sempre te tratei como princesa, cara. Fiz de tudo pra tu e mermo assim tu não percebe. Cofoi, Maria Luiza? Cresce porra, procurando confusão atoa.
- Eu vi a piranha esfregando em tu e você não fez NADA. - a mulher tava vermelha de raiva
Isso que eu fico puto, cara. Ela fica deduzindo as coisas e não vem perguntar o que realmente aconteceu.
- Eu falei que sou casado, porra. Deixa de maluquice.
Mostrei a aliança pra ela pra ver se domava mais a fera.
- Mas tu não terminou comigo? Passou uma semana me ignorando, porra. - começou a chorar - Eu orei por você, jejuei por você cara. Mas você quer acreditar nos outros, não preciso mentir... O Jorel nunca me chamou atenção, eu sou grata a ele por ter salvo minha vida, velho. Já entendi que você não gosta dele, mas porra, terminar comigo sem ao menos conversar? Isso me machucou demais, e quando eu vim me desculpar, você ficou de graça.
Olhei ela por uns segundos e percebi que ela tava boladona mermo. O que nois tem é sem igual, nunca senti isso por ninguém e nem vou sentir.
- Caralho, ele tem intenção em você. - respirei fundo - Isso me incomoda, porra.
- E tu quer que eu faça o que? - cruzou os braços debochada - Que eu pare de falar com ele? Se toca, Victor. QUAL PARTE DO EU ORO POR VOCÊ, TU NAO ENTENDEU?
Me assustei quando ela começou a gritar, Maria Luiza odeia discutir. Fica logo nervosa.
- Para de gritar, cara. - neguei - Acabou esse assunto, na moral mermo. Isso só tá desgastando nossa relação, bagulho que nem devia estar entre nois e tá acontecendo isso.
- Você tá complicando. - secou as lágrimas - Eu tinha uma parada pra te contar, tu foi lá e surtou. Pelo amor de Deus, eu sou louca por você na mesma intensidade que você é louco por mim, porra.
- Eu sei, cara. - suspirei - Mas só de imaginar ele com outras intenções, fico pilhadão.
- Se for assim, eu tô fudida então. - me encarou séria
- O que tu tem pra me contar?
Ela tava me encarando, parecia procurar as palavras certas.
- Victor, eu tô...
Maria Luiza começou a ficar tonta e eu segurei ela, que desmaiou no meu colo. Na moral mermo, fiquei logo nervoso.
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OUTRA DIMENSÃO • MC CABELINHO
RomanceMC Cabelinho | "Não esperava que nossos caminhos iam se cruzar logo na nossa favela." Autoral Plágio é crime.