baile dos solteiros

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MC CABELINHO

- Tá suave tu? - entrei no quarto e vi Malu marolando deitada

- Me diz que foi tudo um sonho. - cheguei perto dela negando - Meu Deus.

A garota começou a chorar e eu fiquei como? Sabia nem o que fazer.

- Ou, se liga. - puxei o braço dela pra ela sentar - Tô ligado que é um bagulho difícil mermo, mas o Coroa tá contigo. E eu também, jae?

Ela concordou de cabeça baixa e eu puxei pra um abraço.

- Obrigada por isso, tá? - limpou o rosto na camisa

- Tá tegas, mec fi. - fiz joinha - Bora comer.

- Tô sem fome - negou

Nem dei ouvido pra essa mandada, fui logo puxando ela pra levantar que ficou fazendo cu doce.

- Não fode, Maria Luiza. - dei um tapa na cabeça dela - Adianta aí, filha. Tô ligado que tu quer come, tu comer pra porra.

- Grosso - saiu rebolando aquela bunda na minha frente

- Sou mermo.

O bagulho do café já tava tudo na mesa que eu coloquei. Fiz um negócio maneirinho, parada de misto e uns negócio lá.

- Tu que fez? - sentou na cadeira

- Eu mermo. - já fui logo comendo, tava só esperando ela acordar pra fazer isso

- Fofo - mandou um beijo

A gente comeu os bagulho tudinho e ficou deitado de marola na sala.

Tava vendo uns vídeos no tiktok e passou um com a música do Matuê.

- Não gosto dessa música. - fez uma cara estranha

- Ih, qual foi? - ri - Ela me chupa até eu ficar roxo.

Cantei um pedaço e ela me olhou com tédio.

- Para, Victor - me deu um tapa

- Ou, para de me bater filha. - esfreguei o local

Ela deu de ombros e voltou a mexer no celular até Vanessa brotar aqui em casa e eu ficar pra escanteio.

As duas ficaram falando da vida dos outros, Deus é mais parceiro.

- Porra, só falam da vida dos outros vocês. - me ajeitei na cama

- Se manca, cara. É o mundo todo pra falar de nós e só nós duas pra falar do mundo. - Vanessa me deu um chute de leve

- Para pau no cu - empurrei o pé dela

- Parem vocês dois, parecem duas crianças.

Maluquice essas duas juntas. Resolvi fazer uma live, tava de marola mesmo. Comecei a falar com celular e as duas pararam de falar,  me olhando.

- É live? - concordei virando o celular pra ela - Para, Victor.

Malu deu risada e segurou meu braço não deixando virar o celular pra ela.

- Quero arroba, mostra eu aí - se enfiou na frente da tela - camposvanessa, sigam lá bebês.

- Tu é muito folgada, parceira. - neguei - Aparece aqui, cara.

- Meu Deus, o que eu tô fazendo com a minha vida. - riu e apareceu um pouco - Pronto, para Victor.

Fiquei mais uns minutos de marola com os curiosos na live e desliguei. Tinha nada pra falar mermo.

- Porra, povo curioso. - elas me olharam - Perguntando quem é tu

Olhei pra Malu que ficou rindo que nem uma otária.

- Nos acharam gostosas, amiga - apontou pro celular - Tão chamando a gente pra um ménage

- Ih, tu se liga hein filha - apertei o rosto de Malu de leve e dei um beijo

- Que isso, vida. Ciúmes? - neguei acendendo um baseado - Então pronto pode falar nada.

Traguei a fumaça e soltei na cara dela, mulher é uma diaba mermo. Fica falando essas paradas mas se eu fizer igual vem apertar minha mente.

- Jae então, dias dos namorados chegando vou fazer um baile dos solteiros e botar pra fuder. Sem celular, várias bebida e claro, mulher - fechou a cara - Quero ninguém embaçando não, hein.

- Caralho, eu vou mermo - Vanessa levantou fazendo uma dança estranha - Vou fazer meu nome nessa festa.

- Vanessa. - olhou de cara fechada - Não apoia essas coisas não. Aquieta o cu Victor, faça mas faça sabendo que jumbo trocado não dói.

- Vocês dois são insuportáveis, ficam se provocando o tempo todo. - revirou os olhos - Isso se chama amor, eu sou assim. Demonstro amor implicando com a pessoa.

- Amiga? - riu - Tu é muito iludida.

Encarei Malu sério mas não disse nada, se ela não sente nada nesse pique por mim, não tem por que eu ficar que nem um cachorrinho por ela.

Já percebi que a todo momento Maria Luiza quer deixar claro que não sente nada por mim e nem vai sentir. Tô ligado já que é só um lance de momento, mas fico confuso também por que a filha da puta não gosta quando fico com outra. Vai entender essa maluquice.

Terminei de fumar marolando nisso enquanto as outras não calavam a boca. Na moral mermo, mulher fala pra porra.

OUTRA DIMENSÃO  • MC CABELINHO Onde histórias criam vida. Descubra agora