MALU
- Victor, toma logo a porra desse remédio. - disse totalmente paciência
- Vou tomar essa porra não. - empurrou minha mão com a colher - Esse bagulho é ruinzão, amor.
Ele fez uma cara de cachorro sem dono mas eu mantive a postura, se deixar ele me assim mermo.
Victor tá com dor de garganta e meio gripado, tá todo fudido ele com a imunidade baixa.
- Vou mais me preocupar com tu não. - respirei fundo - Toma essa merda logo, tu tá todo fudido com a imunidade enterrada e ainda fica nessa marra. Quero ver se eu postar esses bagulho pros teus fãs.
Apertei legal a mente dele, nunca vi uma pessoa tão teimosa como ele. Victor vive falando que eu sou teimosa e tal, mas olhar pro próprio rabo ele não quer. A gente se merece mesmo, viu.
- Me dá esse caralho, aí. - sorri satisfeita
Levei a colher até a boca dele e enfiei tudo de vez, Victor fez uma cara estranha, todo nojento.
- Gostoso, amor? - dei risada
- Bagulho ruim. - continuou com a cara de cu - Mata logo eu então.
Larguei a colher no móvel do lado da cama e sentei no colo dele.
- Larga de drama, pretinho. - dei um selinho nele - É pro seu bem.
- Tô com medo mermo. - deitou a cabeça no meu peito - Quero parar de canta não, eu tavo bem cara.
- Victor. - levantei a cabeça dele pra me encarar - Tu não vai parar de cantar não, cara. Você tem que se cuidar, tô ligada que você treina mas só isso não basta. Tem a alimentação e claro, a maconha.
Ele me olhou com uma cara nada boa.
- Gostei disso aí não. - negou - Porra, vou parar não.
- Victor Hugo. - cruzei os braços - Você é muito teimoso, cara. E eu tô falando pra tu parar não, tô falando pra diminuir o consumo.
Ele ficou de cara fechada negando, como eu tava afim de paz fui pra sala assistir. Na verdade, dormir né, por que não chegou nem na metade do filme e eu já tava cochilando.
Fui acordada com Victor indo atender a campainha que tava tocando horrores, já tava pronta pra matar quem tava fazendo isso.
- Fala seu puto. - escutei falarem
- Cadê a minha amiga? - a rapariga da minha amiga
- Nossa, vou matar vocês dois. - sentei - Campainha só se aperta algumas vezes.
- Ih, tá tomando chá de pica não? - me deu um beijo na testa e sentou do meu lado - Qual foi Cabelinho?
- Me deixa em paz, Vanessa. - deu risada
- Porra parceiro, vocês dois são insuportáveis. - Rafael sentou na poltrona - Senta aí, Victor. Cadê o moleque?
Victor sentou do meu outro lado e passou a o braço pelo meu ombro.
- Dormindo. Manda o papo.
- Vamo cancelar teus próximos shows, tu vai no médico, entendeu? - Rafael disse sério
Nunca tinha visto ele tão sério assim, olhei pro Victor que tava com um semblante triste. Ele concordou de cabeça baixa, parecia estar chorando.
- Amor. - segurei o rosto dele virando pra mim - É pro teu bem.
- É, cara. - Vanessa falou - Fica grilado com isso não, teu fãs vão entender e te apoiar.
- Tô ligado mermo. - balançou a cabeça - Rafael resolve esse bagulho aí do médico e nóis posta no Instagram avisando por que vai cancelar os shows.
- Aí, cês tão sabendo da fofoca? - Rafael nos olhou
- Lá vem, solta a voz Rafael. - demos risada
- Uma mina doidona fudeu o carro do Orochi
- Caô filho, papo reto? - dei risada
- Tô falando. - mexeu no celular e nos mostrou o vídeo
- Caraca, ela tava doidona mesmo. - neguei - A ressaca moral veio com força aí.
- Orochi que me perdoe, mas foi engraçado mermo. - dei um tapinha leve nele - Qual foi? Eu achei pô.
Neguei e dei risada, mesmo acostumada, eu achava o jeito do Victor falar engraçado demais.
Ficamos comentando sobre a vida alheia e decidimos pedir um lanche. Nesse meio tempo Arthur acordou, foi só falar em comer besteira.
- Tia, o padrin tava falando de mulher com o tio Rafael. - apontou pros meninos olhando pra mim e pra Vanessa
- Foi mesmo? - concordou e eu fuzilei o Victor com o olhar - Que história é essa Victor?
- Também quero saber, Rafael. - tacou a almofada nele - Vou te capar.
- Eles tavam falando que...
- Cala a boca, moleque. - Victor deu um tapinha no pescoço dele - Nóis tava falando da Anitta.
- Isso mermo. - Rafael concordou
- Falando o que? - Vanessa cruzou os braços
- Nóis tava falando daquele bagulho lá que ela tem. Como é o nome mermo? - cutucou Rafael - Aquela parada la que dá no negócio da mulher.
- É, ensometriose. Um bagulho assim. - Deu risada
Nem eu e nem Vanessa aguentamos, caímos na gargalhada.
- Foi isso mesmo, Arthur? - ele concordou sem da importância, tava mais preocupado com o lanche
- Vocês dois tão aprontando, né? Pois, podem parar. - balancei a cabeça concordando - Se eu souber de alguma coisa, vocês estão fudidos.
Precisei nem falar nada, minha amiga já tinha dado o recado. Vanessa falou isso só pra não perder o costume por que a gente sabia que Arthur falava umas coisas sem nexo, afinal é apenas uma criança.
E ele tinha mania de pegar partes da conversa e repetir, inclusive tô tentando mudar isso nele enquanto é tempo.
- Mãe Malu, acabei. - sorriu e limpou a boca com a mão
Assim como eu, todos que estavam ali ficaram sem reação. Arthur nunca me chamou de mãe antes e isso me pegou de jeito.
Esse menino é tudo pra mim, faço o que for por ele e cuido como se fosse meu filho. Graças a Deus ele me obedece e ouvir ele me chamar de mãe mexeu comigo legal, um sentimento gostoso me invadiu por dentro.
tô vivíssima meus amores
tamo aí firme e forte, nem tão firme e nem tão forte, mas tamo aí. 😂💌
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OUTRA DIMENSÃO • MC CABELINHO
RomanceMC Cabelinho | "Não esperava que nossos caminhos iam se cruzar logo na nossa favela." Autoral Plágio é crime.