maratona 3/3
MALU
Fiz um coque no cabelo, estava nervosa com tudo que o Coroa tava me contando.
- Eu ia mandar trazer o corpo pra tu enterrar, fazer uma parada maneira né. Já que é tua mãe, mas já enterraram lá. - neguei secando as lágrimas - Mulher morreu com um bagulho de uma virose lá.
- Meu Deus do céu. - Victor me abraçou enquanto eu chorava
- Calma, preta. - beijou minha cabeça - Tô aqui. Coe, Coroa muita coisa pra mina parceiro. Dá uma segurada, aí.
- Não, Victor. - neguei - Deixa ele falar.
Victor concordou e eu pedi pro homem contar tudo de novo, queria ter certeza de que ele não estava mentindo.
Coroa me contou tudo o que sabia e me mostrou uma foto de quando eu era bebê com a minha mãe, realmente faz sentido. Eu não conhecia esse lado da minha mãe, juro que tô tentando entender o lado dela mas está difícil. Como que pode me privar de ter um pai de verdade?
Pelo que Coroa me contou ele também não sabia de nada e estava puto por não poder ver a filha crescer, por ter sido privado de ser pai. Só a forma dele falar dava pra notar como aquilo mexeu com ele.
Durante esse tempo todo ele achou que estávamos mortas por causa da operação policial que teve no morro. Fomos enganados e eu não sabia como reagir a isso.
Não consigo entender o por que dela ter feito isso.
- Nóis faz aquele bagulho de DNA, se tu quiser. Eu tenho certeza que tu é minha filha mermo. - deu de ombros
- Eu quero, por favor. - concordou
- Bora? - concordei e levantamos- Valeu aí, Coroa
- Se liga hein, parceiro. - levantou também - Posso te dar um abraço?
Fiquei meio deslocada mas acabei concordando. Me arrepiei com seu toque e depois de muito tempo eu me senti em casa, me senti segura.
- Eu sinto que te conheço de muito tempo. - sussurrei em seu ouvido
O mesmo concordou me soltando pra poder encarar meu rosto, ele viu que eu estava chorando e secou minhas lágrimas.
- Relaxa aí. Nóis vai fazer o bagulho só por fazer. - concordei - Isso tudo aqui é teu, porra.
Soltei uma risada fraca e me despedi dele. Victor a todo momento foi um fofo comigo, ele é um amigo e tanto.
Tava esperando ele me levar pra casa mas não, ele parou o carro na casa dele.
- Desce, aí. - me olhou - Nóis vai ficar aqui.
- Não, Victor. - neguei tristinha - Vanessa tá lá em casa e eu vou pra lá ficar com ela comendo besteira e chorando.
Ele negou rindo e segurou meu rosto.
- Vou cuidar de tu, jae? - secou minhas lágrimas - Pode chamar a maluca da tua amiga se quiser.
- Tu é um anjo na minha vida.
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OUTRA DIMENSÃO • MC CABELINHO
RomantizmMC Cabelinho | "Não esperava que nossos caminhos iam se cruzar logo na nossa favela." Autoral Plágio é crime.